O Canto da Sereia (Mini conto)

Madrugada, o sol ainda não despertou... O pescador, ainda sonolento, pega sua rede e vai em direção ao mar. Desamarra o seu pequeno barco lançando-o no mar imenso. Vai novamente cumprir sua jornada, pois é assim que ganha seu sustento. Jovem ainda, cheio de vigor, aventura-se mar adentro. Vai remando até o alto mar; apesar do perigo é naquele local que conseguirá farta pescaria. Seu velho pai sempre o previne:

- “Cuidado com o canto da sereia, pois ela com seu canto atrai o pescador incauto para a profundeza do oceano”!

Mas o jovem destemido e aventureiro esquece o conselho do pai e esnoba sua sabedoria e experiência. Seguindo seus impulsos, vai desafiando os perigos do mar e o canto da sereia o vai atraindo cada vez mais em direção ao perigo.

O dia passou despercebido e a noite se aproxima rapidamente. O jovem pescador continua a sua lida. Sua rede já está saturada de peixes, mas ele quer muito mais. Nuvens negras se aproximam; a tempestade ameaça sua segurança; o mar se agita e ondas gigantescas balançam o pequeno barco. O jovem aventureiro se apavora. Lembra-se das sábias palavras de seu pai e num ímpeto aflito reza. Em meio à tempestade, seu barco pesa com tanto peixe, que rendeu a pescaria, que o leva a indagar-se:

- Agora o que eu vou fazer para retornar ao meu lar ao lado dos meus pais? Desesperado devolve ao mar tudo o que recolheu e com toda a sua força rema para sair da enrascada. Com o barco vazio consegue rapidamente retornar a sua morada. Ao chegar, abraça seus velhos pais e chora. Com o risco de perder sua vida e desaparecer nas profundezas do mar aprendeu a lição de que a sabedoria e a experiência dos mais velhos são fundamentais para um aprendizado seguro.

There Válio - 21/06/15