esse conto não tem título

Sir Eirn nascera de sua própria teoria, a ourivesaria dos Buendía e a alquimia de Bachelard eram frutos de diálogos de insônia com Sir Eirn que já havia vislumbrado vinte sete vezes o Aleph – o mesmo número de ecomundos fora da Via Láctea em que Sir havia calculado com a força da inteligência de mil megatons de eurekas. Diziam até que sua clarividência amanhecia o dia antes do dia. E o inverno fazia dia curto só porque no frio, sir Eirn escrevia à luz de vela e discernimento daquilo que o resto do ano ele passava lendo. Ele havia lido mais livros que aliviado seu próprio ventre. Sabia de ventriloquia e Antioquia. Na Alexandria guardava os livros em que Sir Eirn julgava elementar para a astrologia árabe. Sir uma vez explicou em sua passagem breve em Mucamba, nos fundos do Paraná, de que o chimarrão é feito de erva-mate e que mate é a palavra em quechua para porungo. Disso seu Eurico Freitas não sabia. Joel seu neto, estranhou muito isso, achava que seu avô não combinava mais em aprender alguma coisa sobre chimarrão. Toda a família Freitas dedicava a vida a erva cabocla. – Pois então, Joel, na velocidade em que esse senhor tomou o mate dá pra ver que ele entende só de entender. Entre os roncos da cuia, avô e neto amanssaram o eloquente Sir Eirn, agora quieto. Eles se imensaram... O final da tarde roncou na cuia do seu Eurico Freitas, era um bugio.

Fernão Bertã
Enviado por Fernão Bertã em 07/12/2017
Reeditado em 07/12/2017
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