ANDANÇAS

Isto aconteceu na primeira década do atual século:

Jacó é um jovem com quase trinta anos que vivi em um bairro tranquilo e com poucos habitantes nos arredores de uma cidade razoavelmente desenvolvida da América Latina. Ele trabalha em uma repartição pública durante a semana e nos dias de folga gosta de caminhar pela sua cidade e em outras cidades da região sempre acompanhado de seu inseparável violão.

Em suas andanças, Jacó frequentemente conhece novas pessoas, muitas delas com problemas dos mais variados, entre os quais, enfermidades físicas e emocionais, vícios em drogas, dificuldades financeira e questões familiares. Sempre que possível ele oferece alguma ajuda e antes de se despedir uma oração espontânea acompanhada de um louvor a Yeshua é compartilhada.

Por frequentemente ajudar pessoas em suas necessidades básicas, muitas vezes Jacó é erroneamente visto como um candidato político. Isso ocorre devido ao fato da grande maioria dos políticos desse país tropical ter o hábito de mostrarem-se prestativos somente em período eleitoral. No entanto, o que Jacó realmente quer é implantar o Reino de Deus na Terra promovendo justiça social e proclamando as boas novas.

Certa vez, em uma caminhada, ele encontrou Carlos, um adolescente prestes a completar 18 anos que estava sentado no coreto da praça. Jacó percebeu o semblante triste dele e se aproximou tocando e cantando uma canção chamada Ousado amor (versão de Reckless love). Imediatamente uma lágrima encheu os olhos do rapaz que foi tomado por um inexplicável sentimento.

Ao terminar a música, deu-se início um descontraído bate papo e ambos perceberam que tinham muitas coisas em comum, principalmente o gosto musical e a paixão pela natureza. Carlos se sentiu a vontade e abriu seu coração. Além de confessar que faz uso de drogas ilícitas, disse que estava passando por um momento muito difícil da vida, pois Vera, sua namorada de apenas 15 anos, havia tentado contra a própria vida depois que seu pai a expulsou de casa por ter engravidado. Ela estava no hospital em estado grave e a gravidez foi interrompida.

Nesse momento, Jacó movido uma enorme compaixão, lembra-se do que Jesus disse em João 3.16 e fala para Carlos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O adolescente tem um insight e sente no âmago da sua alma que Deus realmente o ama. Os dois novos amigos oram juntos e antes de se despedirem trocam contato.

Três semanas se passaram e Jacó, juntamente com alguns irmãos, planeja fazer um culto na Praia do Sossego. Logo enviam uma mensagem para Carlos convidando-o. O mesmo, sem hesitar, comparece no dia marcado e com um semblante bem melhor traz uma extraordinária notícia: “Vera já teve alta do hospital e foi recebida em casa por seu pai com um forte abraço”.

Ao chegar no local, Carlos observa tudo e fica admirado com a simplicidade da maneira como os irmãos se reúnem como igreja. Sem rituais criados por homens buscam viver a essência do Evangelho de Cristo. O adolescente assimila totalmente a mensagem abordada pelos irmãos sobre o novo nascimento e no final do culto decide ser batizado nas águas da mesma forma como o Mestre Jesus. No momento do batismo percebe que com a ajuda do Espírito Santo, agora habitando nele, conseguirá ser um novo homem. Em seguida o que todos sentem é uma explosão de genuína alegria e o dia segue com uma excelente sessão de surf.