Eu vi, eles mataram meu pai!

Era como um dia qualquer, estava meu pai organizando suas pastas para sair ao trabalho, eu amava ver meu pai fazer suas obrigações, o tinha como um espelho, como o meu farol, era assim que eu queria ser quando crescer: inteligente, honesto e trabalhador.

Minha mãe estava na cozinha a preparar o café da manhã, eu simplesmente montava uma pulseira com o nome “papai”, era o presente do dia dos pais.

Lembro-me perfeitamente quando a campainha tocou, minha mãe pediu para meu pai atender, escutei a porta abri e logo em seguida ouvi alguns barulhos estranhos, fiquei muito assustado e tive medo de ver o que estava a acontecer. Pelo corredor vi minha mãe correr sentido a sala, lá ela gritou muito, dói sabe, lembrar os gritos da minha mãe, pior era ouvir meu pai gemendo um pouco baixo.

Eu não sei de onde tirei força para ir até a sala, mas eu tinha que ir meus pais estava precisando de mim, mas, eu só tinha onze anos, não sabia ao certo o que faria.

Ao chegar à sala vi dois homens: um mais velho, forte, feio e o outro mais magro, novo, parecia um anjo. Eles me viram e o mais novo pediu ao mais velho para que não fizesse nada de mal comigo, ele veio em minha direção, rasgou a minha saia, senti uma dor insuportável, aquele homem grande e mal em cima de mim, vi sangue, gritei muito, olhei meu pai e minha mãe, os dois mortos na minha frente, chorei muito até que vi uma faca na mão do homem que me causava dor, ele me deu a primeira facada no pescoço e as outras não me recordo, vi algumas tias minha me olharem, chorando muito, a policia estava na minha casa só que tudo ficou escuro e eu não lembro mais de nada.