Fenótipos fonéticos

Perambulo em preâmbulos asfálticos a procura de dinamismos estáticos. Fenótipos fonéticos se anunciam a cada metro quadrado coberto de alamedas e vielas e em cantos do pequeno Largo do Café.

Encontro o desassossego apressado em lugar do entendimento durante os vagos intervalos. E permaneço ileso seguindo em minha cruzada ainda sem sucesso.

Longas e planas circunferências irregulares arquitetônicas se projetam por entre os antigos arranha céus da cidade velha. O mosteiro se apresenta como protagonista e como antagonista das vistas interessadas e desatentas, respectivamente. Em pleno sol irradiante mantenho os olhos nos itinerantes enquanto o semáforo se fecha ao avanço.

A praça repleta de ambulantes em silhuetas cintilantes projetam sombras perfumadas de essências alucinantes. Oficiais fardados em lado oposto apreciam com desgosto os fenótipos dispostos ao sol e ao lucro esotérico.

A fonética de cínicos sinos badalando ao meio dia sinalizam a assimetria dos elevadores agora abaixo produzindo ternos discretos e das vassouras agora acima reproduzindo uniformes severos. O desequilíbrio orgânico se concentra nos pratos a 33,90 o quilograma e se desconcentra nas frias marmitas requentadas e devoradas nas escadas de incêndio.

Frases entrecortadas por espaguete serrado num mar de arcadas se aglutinam aos montes formando massas fonéticas desconexas entre velozes bolos alimentares e imediatas fofocas de escrotos escritórios. Mesmo idioma, diferentes estratagemas ideológicos corroboram singular pluralidade fenotipica reduzida ao uso padronizado de vales alimentação. Medusas como musas obtusas em indiana formação linear militar prestes a pagar o preço dos movimentos digestórios que desajustam as calças.

Calçados outrora calados agora alados ao lado das calçadas lotadas de oportunidades e decepções. Multidão sincronizada pela hora atrasada amplifica os sons inaudíveis, perceptíveis somente ao olho nu. Elevadores se elevam e levam levas de Levis azuis escuras aos pátios de lojas onde se apreendem novos idiomas estéticos. Vendedoras de camisas em regrado esforço disfarçado, eclipses comunicativos sombreiam comissões entre sorrisos abandonados e digressões dirigidas nas vitrines de costumes.

Acendo tabaco e aceno a Baco enquanto repouso os pés na cadeira de fronte por baixo da mesa de madeira do bar onde observo o horizonte descansar a luz natural e expulsar a labuta diurna.

A dinâmica da anima me desanima em baixa frequência. Estamos todos estáticos em órbita mórbida prestes a emprestar energia encapsulada encontrada nas farmácias.

Saio em retiro e me atiro ao uníssono sono intermitente no metrô.

Produzem-se sons programados de acordo com horários pré determinados.

Acordo em desacordo. Desperto disperso.

Já é hora de me aprontar para o trabalho...