Sócrates e Meleto

Estava assuntando a maçaranduba do tempo quando se lembrou da época que frequentou as aulas do primeiro ano de Contabilidade. Só aguentou seis meses. Motivo: o curso era à noite, e esta, na ótica dele, tinha outros atrativos... Mas ficou na sua mente as aulas de um professor de português. Era um cara já idoso mas excelente professor. Dominava a matéria e sabia ensinar. Mas o que mais gostava nesse professor era dos seus rompantes. De vez em quando ele deixava de lado as aulas de gramática e outros trecos da língua e enveredava sobre fatos históricos. Adorava falar sobre os filósofos gregos.

Numa aula quando se comentava na cidade sobre um julgamento injusto, ele olhou para os alunos e perguntou: - Quem de vocês já ouviu falar em Meleto? (ou era Meleto?). Ninguém saia de quem se tratava. Então o professor perguntou: - Vocês ja ouviram falar num filósofo grego chamado Sócrates? Vários levantaram a mão.O professor então esclareceu: Esse Meleto foi o acusador de Sócrates, responsável por uma armação que redundou na condenação e morte do grande filósofo. Hoje quem se lembra de Meleto? Ninguém, mas todos se lembram de Sócrates. A historia anão perdoa os perseguidores. E como estava com a mao na massa resolveu declamar um trecho do discurso de Sócrates no seu julgamento (texto o homem nunca esqueceu, copiou e guardou). Lembrou do teor do texto:

"Senhores, já fui muito longe para me defender das acusações de Meletos. Não estou aqui para falar em meu benefício, mas no vosso. Se tivésseis a sabedoria de esperar mais um pouco, vosso desejo de me extinguir seria satisfeito pela própria natureza. Tenho setenta e dois anos - sou bem velho como vedes - e não muito distante do fim. Se me matardes agora, porém, todos os detratores de Atenas se apressarão em gritar que matastes Sócrates,um sábio. Pois sem´re que quiserem vos atacar me chamarão e sábio, mesmo que não achem. Serei condenado não por corruptor mas pela inveja e perfídia dos ambiciosos, que tem provocado a morte de tantos varões íntegros e elos séculos afora provocarão a morte de muitos mais. Não podeis me ferir, porque não podeis me atingir. Podeis apenas matar-me, exilar-me, ou cassar meus direitos políticos. Mas nçao sou o primeiro e não há perigo de sr o último".

O homem ficou pensando como era atual esse txtoqueo velho professor gostava de declamar. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 21/11/2019
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