TARDE INESQUECÍVEL

TARDE INESQUECÍVEL

Era tarde de final de verão, uma brisa gelada no rosto, caminhando pela areia daquela praia imensa. Havia poucas pessoas, alguns jogando, outros brincando na areia, nas ondas de água fria.

Caminhava sem destino, sem pressa, cada quebrada de ondas em meus pés era um acorda para vida e com olhos perdidos no imenso azul ouço alguém falar algo... cuidado moça! Já era tarde, aquela bola bateu como pedra em meu corpo, eu só ouvia alguém chamar, moça, moça... ao abrir os olhos pensei estar sonhando e queria ficar ali para sempre.

Corpo bronzeado, torneado por alguns músculos, cabelos molhados e dono de uma voz que jamais esqueceria, aquele moça... moça... já estava gravado na minha memória.

Fiquei ali, estática, admirando os traços daquele rosto moreno de sol, aquela voz ecoando pelo meus ouvidos... ainda tonta.

O calor percorria aqueles braços fortes que me amparavam e refletiam em todo meu corpo.

O momento era para ser apreciado e degustado de preferência com muito gelo.

As pessoas foram se afastando e devagar, com ajuda dele fui me levantando. Nossas peles arrepiadas pelo breve toque, eram eletricidade pura.

Continuei a minha caminhada que de sossegada, naquele momento, não tinha mais nada, além da cena, o mar lindo e imponente ao fundo tinha a voz que caminhava junto de mim. Estava preocupado! Eu me deliciava, apenas queria sentí-lo ali mesmo.

Era um emaranhado de coisas na minha cabeça. Encabulada pelo ocorrido, encantada pelo cuidado e, eu queria mais.

Agradeci e me apresentei.

-Obrigada, sou Letícia! Estendi a mão...

Ele a segurou e disse: -Prazer, André!

Eu só queria que o tempo parasse e continuassemos a conversa.

Fomos andando sem destino, apenas para estarmos juntos.

Eu podia sentir no tom da voz e nos olhares entrecortados que ele também me desejava.

Faltavam palavras, sobravam desejos, era um sentimento descontrolado, era química!

Logo a frente havia pedras que as ondas banhavam com delicadeza. O sol já começava se pôr, paramos ali para observar o espetáculo, mas na verdade eu só queria ter o homem que estava ali ao lado.

Não demorou muito para que nossas mãos se encontrassem meio que por acaso, era o que precisávamos para chegar onde queríamos desde o início.

O corpo por dentro tremia parecia adolescente nos embalos de sua primeira paixão, o coração batia na garganta, as palavras já tinham se calado o momento não precisava delas, necessitava apenas de pele com pele, boca na boca...

Fechei os olhos para imaginar e André tocou meus lábios com delicadeza. A medida que nos beijavámos o corpo pedia mais...

Erámos nós dois, banhados pelo mar, a luz da lua, sem pensar, só obedecendo às vontades da paixão.

Depois desfalecidos, repousamos no silêncio dos amantes... contamos estrelas e falamos de nós.

Andréa Flor/ Paula Moura agosto 2020

Andreaflor
Enviado por Andreaflor em 03/08/2020
Reeditado em 03/08/2020
Código do texto: T7024894
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