CASAMENTO NÃO SE ACABA SÓ NA PORTA DA IGREJA

    Jairo parou em frente da loja de celulares onde a namorada trabalhava, sabia que ela largaria nessa hora, após as 17 horas, queria lhe fazer uma surpresa mostrando o carro seminovo que acabara de comprar, ela nem sabia dessa sua ideia, mas ele recebera uma bolada de atrasado na repartição onde trabalhava e guardou segredo desse detalhe para Lúcia. 17:10 h. e nada dela sair, esperou mais uns minutinhos, mas enfim lá vinha ela bem sorridente, só que houve um pormenor: ela estava de mãos dadas com outro rapaz, inclusive ele nem conhecia. Um arrepio percorreu seu corpo da cabeça aos pés, incluso aí também um pouco de ódio. Já estava com a mão na buzina pronto para alertá-la, mas se conteve e ficou observando Lúcia, que de nada desconfiava. Como ele nunca a buscava no emprego ela saiu tranqüilamente com o rapaz segurando sua mão, assim como outras colegas faziam, era um tipo de brincadeira que as vezes elas faziam quando largavam do trabalho, justo no dia que Jairo pedira para sair mais cedo para ir pegar o carro que comprara pela manhã e que só seria entregue a tarde depois de uma revisão. Infezado continuou olhando a namorada que mais a frente soltou a mão do colega de trabalho, era um estagiário novato que Jairo não conhecia.

A noite chegou e Jairo estava triste, sentado em uma mesa de bar tomava uma cerveja e olhava o firmamento, sobre a mesa duas garrafas vazias, fora a que ele bebia. Acendeu mais um cigarro e se pôs a meditar, terminaria esse romance e decididamente não aceitaria nenhum argumento de Lúcia, estavam prestes a noivar no final do ano e em maio do ano seguinte estariam determinados a enfrentarem o casamento.

Para finalizar a história ela o procurou inúmeras vezes em lágrimas, pedira desculpas, dissera que se tratava de uma brincadeira o que ele havia visto, mas Jairo foi muito rígido e decidido, estava acabado o relacionamento e conseqüentemente o casamento.