O HOMEM BIPENIANO

Este conto, baseado em casos reais, não apresenta conteúdo pornográfico. Aos leitores que por exacerbado puritanismo pensem o contrário e se esquecem daquilo que é pura literatura e arte e como tal deve ser lida e analisada, todos os seus comentários serão muito bem aceitos, desde que respeitem as opiniões dos demais leitores.

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Na mesa da sala de professores do Centro Universitário, no intervalo para o café.

— Então, você é o Edson, o novo professor de Anatomia. Seja bem-vindo ao campus. Prazer em conhecê-lo, sou a Helen, professora de Filosofia .

— Obrigado, Helen. Prazer em conhecê-la também. Você já dá aulas há quanto tempo?

— Oito anos, desde a minha formatura. Aqui na universidade estou há três anos. Completarei trinta anos de vida dentro de um mês. Pronto, já te revelei até a minha idade... e você?

— Tenho trinta e cinco, Helen, seis como professor. Do estágio de medicina já passei para funcionário do hospital. Venho para cá como convidado. E você, está casada?

— Que nada, Edson... o casamento não foi feito pra mim, quero ser livre, leve e feliz!

— Mas é possível ser livre, leve e feliz também no casamento, Helen, basta que os dois vivam de forma que se sintam assim, unidos e não escravizados, com amor e respeito mútuo.

— Ah, Edson, deixemos de falar sobre casamento, afinal antes dele vem o namoro... e você tem namorada?

E assim começou a amizade entre aqueles dois jovens professores, que já na semana seguinte — e em todas as futuras semanas — sairiam aos finais de semana para as praias, os barzinhos, cinemas e teatros.

***

— Helen, bom dia — o Edson a cumprimentou, naquela manhã de outubro, enquanto tomavam um sorvete na cantina — estou há nove meses aqui na universidade e agora no Natal pretendo viajar para o Amazonas. Há uma belíssima pousada às margens do Rio Negro onde alguns amigos meus já foram e dizem que é o céu no meio da natureza. Vem comigo?

Aquele convite encheu Helen de prazer. Ela tinha enorme afinidade com Edson, continuavam saindo para diversos lugares, divertindo-se a valer. Só faltava serem namorados, e muitos amigos e amigas de ambos até desconfiavam que já fossem. Aquela estreitíssima amizade tornava-se inclusive motivo de ciúmes, pois ambos eram muito bonitos, simpáticos, inteligentes e bem-humorados, o que fazia deles alvos do desejo de muitos.

— Aceito! — apressou-se Helen na resposta e abraçou-o efusivamente.

Passaram o resto da tarde falando sobre as maravilhas da floresta, suas expectativas e acertando detalhes da viagem. Antes de se despedirem, Helen perguntou:

— Edson, diga-me: você tem algum segredo, algo muito bem guardado, que jamais diria para alguém?

Sem pensar ele respondeu:

— Sim, todos nós temos algum segredo, Helen, e quando o revelamos ele perde essa condição.

Vou te revelar um agora: tenho uma louca e inadiável vontade de te beijar.

Ela riu e beijaram-se ardentemente, sob os olhares de dezenas de professores e alunos.

— Este era também o meu segredo, guardado a sete chaves, meu querido Edson — ela disse bem baixinho ao ouvido dele.

***

Na maternidade daquele hospital público, assim que o bebê foi expelido pela mãe, o obstetra olha para as enfermeiras assistentes e diz, surpreso:

— Um raro caso de diphallia!

As enfermeiras aproximam-se mais e olham entre as pernas do menino, com expressões alternando entre a curiosidade e a admiração.

— Nunca vi um bebê com dois pênis. E aparentemente os dois membros são do mesmo tamanho, doutor! — observa uma delas.

— Mas e durante toda a gestação ninguém percebeu isto? — disse outra enfermeira.

Mas a mãe daquela criança, Joana, que morava na zona rural e tinha outros três filhos, nunca fizera qualquer acompanhamento médico nas suas gravidezes, e seus outros dois filhos nasceram com o auxílio de uma experiente parteira, sua comadre. Desta vez, a comadre estava viajando e, com as fortes dores da Joana, o dono do sítio onde ela morava estava no local e a socorreu, levando-a de carro às pressas para o hospital.

— Limpem a criança — disse o médico após os exames superficiais no menino. — e levem-na. Precisamos ver se realmente está tudo bem com ela.

As enfermeiras levaram o bebê, rindo baixinho, e ouviu-se que uma disse:

— Menino sortudo, não é, Dalva? Este já nasceu rico. Vai ser a alegria de muitas mulheres.

E a Dalva e as demais enfermeiras concordaram.

***

Uma semana depois, já em casa, Joana recebia inúmeras visitas que queriam saber daquele seu filho especial, "abençoado por Deus", como diziam alguns.

Os médicos explicaram à mãe que a Diphallia era o nome dado à duplicação peniana, caso raro no mundo e que seu filho não deveria ter maiores problemas, uma vez que tinha os dois membros do mesmo tamanho, que urinava simultaneamente através de ambos e não foi diagnosticada qualquer outra anomalia associada à sua condição. Só aconselharam à mulher que fizesse visitas periódicas ao pediatra, o que ela não fazia nem com os outros filhos.

E Edson cresceu assim, alvo da curiosidade de todos, ficando conhecido entre os amiguinhos como "o menino de dois pintos".

Na escola, nos primeiros anos, correu tudo bem, já no ensino fundamental ele sofria o conhecido bullying, o que o fazia ir ao banheiro sempre sozinho e não se trocar diante dos amiguinhos no vestiário de esportes.

Sua mãe, quando ele reclamava do assédio na escola e na rua, sempre o animava dizendo:

— Deixa pra lá, filhinho, eles estão com inveja. Você é especial porque só você tem dois.

Quanto completou quinze anos, Edson mudou com a família para uma cidade distante e lá ninguém sabia da sua condição especial. E ele podia ficar um pouco mais aliviado, sem aquelas brincadeiras idiotas. Mas no ensino médio, por um descuido seu, um menino do último ano o viu no mictório e começou a rir:

— Ah! Ah! Ah! Um cara aleijado, com duas pirocas!!! Isto sim é uma baita notícia!!!

Edson se irritou: "Vai recomeçar tudo, caramba! Acabou o meu sossego!" Ele fechou o zíper da calça, colocou a mão no ombro do rapaz e foi apertando com toda força, até o sujeitinho quase se agachar de dor.

— Se você disser pra alguém, te quebro a cara! — ameaçou, quase gritando.

Para se livrar daquela dor e daquela situação constrangedora, abaixado com o rosto perigosamente próximo da virilha do outro, o garoto choramingou:

— Tá bom, cara, me desculpe! Pode ficar descansado, prometo que não vou dizer nada — e saiu apressadamente do banheiro, porém Edson notou seu olhar de escárnio, um olhar que contradizia a sua promessa.

Edson era bonito, inteligente e gentil, adjetivos que o destacavam entre as meninas e meninos. Muitos garotos sentiam inveja do assédio feminino sobre ele, o que faziam alguns formarem grupinhos fechados que ficavam segredando pelos cantos.

Edson sempre estudara em escolas públicas e, além de inteligente, se dedicava bastante para conseguir notas máximas e depois do ensino médio pretendia fazer o vestibular para medicina na USP. Apesar da dedicação aos estudos, ainda trabalhava por meio período em um supermercado e ainda conseguia tempo para se divertir com os amigos, ir ao cinema e jogar futebol.

***

Um dia depois de seu segredo ser descoberto no banheiro, Roberta, aluna que sentava na carteira atrás dele, aproximou os lábios do seu ouvido e disse baixinho:

— Me mostra depois? — e se ajeitou na cadeira. Ele, sem entender, se virou pra ela e respondeu:

— Mostrar o quê?

Roberta, sem meios termos, falou: — Ora, Edson, ou Ricardão, o que você tem de melhor, e em dose dupla.

Mirela e Paula, suas duas cúmplices que sentavam nas laterais, riam baixinho e gostosamente, enquanto a professora, percebendo o acalorado diálogo lá nos fundos da sala, mandou que se calassem.

Daí em diante a notícia se espalhou irremediavelmente, tomando proporções inesperadas e chegando até a diretoria. Chamaram a sua mãe Dalva para uma reunião, junto com o filho (agora apelidado de Ricardão por diversos alunos), a coordenação e professores, onde tudo foi devidamente esclarecido. O rapaz não se vangloriava da sua condição e fez de tudo para manter sigilo, até aquele dia em que aquele aluno o vira no banheiro e contara aos amigos e amigas. E não havia o que fazer, mas cada professor poderia, na medida do possível, falar pedagogicamente sobre o assunto em sala de aula, levantando a bandeira do respeito e da aceitação das diferenças.

Daí por diante, apesar das inevitáveis brincadeiras com as quais o "privilegiado" rapaz já estava habituado, sua fama cresceu ainda mais, principalmente entre as meninas. As professoras, de todas as idades, sem exceção,também discutiam o assunto acaloradamente, todas curiosíssimas.

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No último ano do ensino médio Edson namorava a Luise, linda garota da sua sala, uma moça tão discreta que, mesmo já tendo ouvido diariamente sobre a sua particularidade, jamais o incomodara antes do namoro. Mesmo agora, ela também sendo bombardeada pelas amigas com perguntas sobre a condição do namorado, se desviava, saia pelas beiradas, sempre com a maior calma. Os namorados seguiam firmes na relação, no início com certa relutância por parte da Milena, mãe de Luise em apoiar, mas eles não se importavam com isto, eram bem esclarecidos e se gostavam de verdade.

Até que a mãe da Luise percebeu que o Edson fazia realmente a filha feliz e a tratava com todo o respeito do mundo, porém, como não conseguia segurar a curiosidade e não havia segredos entre mãe e filha, certo dia a moça respondeu o que ela tanto queria, sob sua promessa de não dizer a ninguém. Sem se aprofundar além do que queria, contou como era o sexo do namorado, esclarecendo que seu membro tinha o tamanho padrão, aproximadamente 9 cm flácido e ereto chegava aos 16. "Tirando a duplicidade, nada de anormal, mãe", justificava.

— Os dois funcionam, filha? — quis saber a mãe, os olhos faiscando de curiosidade.

— Ah! Dona Milena, me poupe! Assim a senhora já quer saber demais... os dois funcionam sim, ao mesmo tempo e muito bem por sinal. Está satisfeita agora? Mas então chega... e não vai dizer pra ninguém, muito menos pro pai, senão ele me mata e mata o Edson também.

— Ah! Se teu pai também tivesse dois paus... eu seria a mulher mais feliz do mundo... (suspira a mãe)

Luise dá um beliscãozinho na bochecha dela, como uma recriminação:

— Para, dona Milena, de ser gulosa, o pai tem qualidades incríveis que não há em nenhum outro homem.

— Estive lendo sobre o assunto, filha. Imagine que há pouquíssimos casos de diphallia no mundo e que na maioria deles um dos pênis é pequenino e disforme como um sexto dedo, que mais parece uma verruguinha. E houve casos bastante conhecidos como o primeiro a ser divulgado, de um tal Johannes Jacob Wecker em 1609 e outro do italiano Francesco Lentini, que além dos dois pênis funcionais, tinha quatro pernas e dezesseis dedos.

— Tá bem informada, hein mãe? No Brasil também há outros casos de diphallia, um deles muito divulgado na internet. Você leu também que o italiano Lentini até casou e teve filhos?

— Luise, quando eu era jovem, sempre tive vontade de sair com dois homens... veja bem, eu disse que tive vontade, nunca saí... agora você tem dois homens em um.... — e ria enquanto falava.

— Mãe, qual o problema se você tivesse saído com dois homens ao mesmo tempo quando ainda era solteira? Como não aproveitou enquanto podia... — e fez uma recriminação — Sempre que o Edson vem aqui, você olha várias vezes para o meio das pernas dele. Contenha-se, mãe, disfarça pelo menos. Se até eu percebo, imagina ele, coitado...

— Coitado, não, sortudo... Diga-me, Luise, como é... quero dizer, na hora h? — pergunta a mãe, fingindo que não ouviu a recomendação.

— Maravilhoso, mãe! Maravilhoso! Maravilhoso... Você nunca saberá o quanto é bom...

E continuaram ali no quarto da Luise, conversando animadamente como era o costume delas, que quase tudo compartilhavam.

***

Edson e Luise namoraram por mais um ano, até que ele passou no vestibular para medicina e mudou para a capital. O namoro, já bastante desgastado por conta dos ciúmes da Luise, incomodada com as investidas das mulheres, jovens, de meia idade e até mais idosas (todas sonhavam transar pelo menos uma vez com o rapaz), acabou quando ele partiu. Dizem que Luise namorou, casou mas nunca mais foi feliz com outro homem.

Em São Paulo, Edson foi morar em uma república. Ele estava com 19 anos, era alto e atlético. Rapidamente angariou muitas novas e boas amizades. Namorou algumas garotas, sempre discreto, mas algumas de vez em quando davam com a língua nos dentes, principalmente quando terminava o namoro.

Já mais adulto, Edson lidava muito bem com tudo e não se furtava de falar sobre o assunto quando necessário. Ele também era muito assediado pelos gays, recebia ofertas de casais para encontros amorosos a três e refutava tudo, inclusive alguns polpudos convites para atuar em filmes pornográficos ou ser matéria de revistas e jornais. A sua reputação era muito mais importante que o dinheiro conseguido daquela forma. Mas, jovem e cheio de vida, uma vez chegou a sair com duas mulheres e não se arrependeu, preferindo, porém, um romântico encontro a dois.

Concluiu o curso de Anatomia com louvor, sendo aclamado por alunos e professores por sua inteligência e seu apreço aos estudos, o que rapidamente fez com que ele fosse contratado por um grande hospital. Era, finalmente, um profissional de prestígio. E além de ser desejado pela sua beleza, pelo outro motivo as mulheres, enfermeiras, médicas e amigas sonhavam quase todas ficar sozinhas com ele entre quatro paredes. Sua fama corria por todos os cantos, mas ele não de deixava levar pela facilidade da coisa; só ia para a cama com uma mulher depois de alguns encontros em restaurantes, barzinhos, cinemas... aí, se havia um algo a mais, se havia alguma outra atração além do sexo, eles se entregavam totalmente às delícias dos seus corpos. Tudo isto quando não estava namorando firme, pois neste caso ele era fiel, sempre fora fiel. E esta fidelidade, este comprometimento, este respeito tão incomum nos homens com relação às mulheres é que o fazia ser ainda mais especial além do que ele já era.

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Duas médicas conversando no corredor do hospital:

— Menina, ontem saí outra vez com o doutor Edson...

— E aí, finalmente?...

— Sim, querida, nem te conto, não dá pra você fazer ideia de como ele é maravilhoso.

— É mesmo tudo o que dizem? Ele nunca deu bola pra mim. Também, se meu marido pelo menos imaginar que eu sonho quase toda noite com o doutor "Ricardão"...

— Pois continue sonhando, que ele é para poucas, pouquíssimas. Ontem fui ao céu duplamente, com tudo aquilo a que tenho direito. Ah! Se eu pudesse queria tê-lo pra mim todos os dias e todas as noites — e fechava os olhos como se ainda estivesse lá com o rapaz.

Elas interrompem a conversa e disfarçam, enquanto Edson surge no corredor, as cumprimenta com um gesto e passa por elas.

Era assim o cotidiano das mulheres que o rodeavam, que trabalhavam com ele, que falavam sobre ele, que o admiravam, que sonhavam com ele. E os amigos o admiravam pela sua presteza, pelo seu profissionalismo, pela sua educação. Alguns homens, despeitados, com inveja, desconfiados, o odiavam.

***

Edson comprou uma bela casa em São Paulo, trouxe sua mãe e uma irmã solteira para morar com ele. Apesar do intenso trabalho no hospital, gostava muito dos momentos em casa e agora fora convidado para dar aulas na faculdade, convite que não declinou. Com 35 anos, a vida financeira bem solidificada, queria namorar pra valer com a Helen e pensou que não podia mais esconder nada dela. Era agora ou nunca. Apenas uma moça se recusara a namorar com ele, quando soube que ele tinha dois pênis. Ela ficou apavorada quando ele se despiu no motel e apresentou seus dois membros já eretos. Ela deu um gritinho, se cobriu com o lençol e pediu pra ir embora, dizendo, aparentemente assustada:

— Meu Deus, isto não existe... você não existe, doutor!

O que tantas mulheres desejavam, aquela recusou. Alguns meses depois ela, após inteirar-se mais da história dele e falar com várias amigas, que a chamaram de idiota, tentou se reaproximar, mas Edson nesta época já estava namorando.

Agora na faculdade ninguém ainda sabia dos seus dois pênis, fato que no hospital era notório, e poderia sim acontecer de Helen levar um choque, achar muito estranho, ficar com medo, mas ele estava decidido a revelar. Tinha sérias intenções com ela.

— Helen, meu amor, tudo bem? Preciso falar contigo — telefonou-lhe às 9h da manhã de sábado.

— Diga, Edson.

— Não, tem que ser pessoalmente, trata-se de assunto muito sério.

— Você me assusta assim, diga logo, querido.

— Não, posso ir até à tua casa se quiser... ou você vem à minha... o que preferir.

— Já tomou café? Se não, vem tomar café comigo, já estou mesmo morrendo de vontade de te ver. Vem logo.

Como moravam no mesmo bairro, em 15 minutos Edson chegava à casa da namorada, que o aguardava já na porta. Nem bem ele colocou o carro na garagem e se aproximou dela, Helen o puxou pelo ombro, beijando-o com paixão.

Ela, que estava com os pés no chão e usava um leve vestido branco, quase transparente, realçando as formas do seu belo e delicado corpo, levou Edson graciosamente até a mesa da cozinha, onde já havia preparado o café da manhã especialmente para ele. Já saboreando o desjejum, ela perguntou:

— E então, meu amor, vai me deixar curiosa a manhã inteira? O que há de tão importante pra me dizer? Então vejo que ainda há algum segredo entre nós...

Ele, meio sem saber como começar:

— Por isto é que preciso te contar. Estamos há quase um ano juntos, estamos já namorando e não quero perdê-la por uma coisa tão fútil.

— Se é tão sem importância, não entendo porque não falou antes, Edson?

— É que eu considero sem importância, porque é algo que faz parte de mim, com o que nasci e me acostumei. Já para muitos pode parecer uma aberração.

Ele levantou e caminhou com ela até o sofá da sala. Sentados, abraçou-a fortemente, ela curiosa e excitada como nunca ficara antes. É que agora estavam totalmente a sós na casa dela, sem maiores compromissos para aquele dia, sentindo-se totalmente à vontade. Ela começou a erguer a camiseta dele, escorrendo as pontas dos dedos pelo seu peito e ele deixou-se levar pelas carícias, beijando-a, passando as mãos pelos cabelos dela, pelo seu pescoço, apertando-a contra o seu peito. Helen, ofegante, deixou cair o vestido, ofertando à boca do namorado os lindos e palpitantes seios rosados. Ele imediatamente usufruiu daquela delícia, enquanto ela gemia baixinho:

— Este é o segredo? Que você me ama, que você me quer? Pois eu também te amo, desde o primeiro dia que te vi, eu também te quero para sempre...

E já deitados no tapete da sala, ele, sem saber mais como se segurar antes que ela notasse o volume entre suas pernas, disparou:

— Meu amor, eu tenho dois pênis!

Ela afastou-se um pouco, os olhos arregalados pela surpreendente frase. Após alguns segundos, ela diz:

— Agora que já estamos a meio caminho... — e baixou a cueca dele, libertando os dois rígidos volumes intumescidos. E continuou, como se já refeita da surpresa:

— Seus pênis são lindos, meu amor. Quero-os inteiros todinhos para mim.

E, naquele frenesi da tão esperada transa, o casal se amou, se descobriu e redescobriu, esquecendo-se de tudo o mais que não fosse aquele momento.

Nus, cansados e abraçados, eles continuaram se acariciando, se beijando por toda aquela manhã de sábado.

— Edson, que bom que você apareceu na minha vida. Eu te amo tanto quanto amaria se você tivesse só um pênis, mas sem dúvida esta é a maior surpresa que uma mulher poderia ter. Além de gentil, de bonito e inteligente, um homem com dois paus que funcionam perfeitamente e ao mesmo tempo. E você com medo de me contar... Sabe de uma coisa? Quero mais...

***

Helen e Edson viajaram no Natal para o Amazonas, como já haviam combinado e lá, envoltos pela exuberante natureza, continuaram exercitando a sua deliciosa paixão.

No ano seguinte retornaram, já casados e felizes como desde aquele sábado em que Helen havia sido surpreendida, maravilhada, ao ver e desfrutar do motivo pelo qual o seu amado Edson, privilegiado pela natureza, era o homem que todas, ou quase todas as mulheres do mundo desejariam ter.

Mas ele era somente dela.