ALIMENTO DE GAVIÃO

ALIMENTO DE GAVIÃO

Depois de ter cruzado o oceano, com afinco e muita paciência, pois uma ave precisa ter isso para uma viagem destas.Rodrigo Gavião(no tocante,um jovem gavião)Veio a descansar numa ilha em que os homens costumam chamá-la de “paraíso tropical”.Lá nessa ilha, bem á uns quinhentos metros abaixo de onde se encontrava,podia ver vários indivíduos dessa raça tão estranha que pululava pelos arredores do habitat. Eram grandes; pequenos; gordos; magros e etc. pareciam ser de variadas raças. Ficava pensando se podiam também voar.Ora, para um pássaro tão jovem essa idéia não era tão fantástica,já que tudo para ele era novo, desde que saiu do seu lar,um arquipélago desabitado pelos tais ate então.

Falavam sobre “esses seres”, como se falassem de monstros que devoravam a carne e vísceras dos pobres primos da língua “cocoricó”, que era usada como subsistência e para o corpo dos “gigantes que rastejam sobre o chão”. Visto isto, era mais salutar não se embrenhar em terreno perigoso e deixar que somente os que possuíam os “olhões” os observassem e admirassem a beleza que tem, com suas penas e trejeitos faceiros e charmosos.

Mas desde que foi influenciado á não chegar perto daquela estranha raça, também crescia a curiosidade á respeito da mesma. Eram capazes de criar imensas casas nas quais botavam no chinelo aquelas do “João “, aquele desafeto rotineiro que implicava em criar casas de barro na área alheia.E faziam umas “cascas reluzentes”Andarem mais rápido que eles,quando,estando dentro delas.

Num determinado dia, saiu de fininho, sem que seus pais o vissem, para atender o chamado da sua ansiedade. Deu uma imensa volta ao redor do lado sul da ilha para despistar os curiosos que vigiavam a periferia. Nosso coração já estava á mil só de esta á mais de um kilometro do grupo, mas para ele era a medida mais corajosa que havia tomado. Desceu onde havia muitas árvores, próximo de uma casa (ah, essa era grande), que segundo alguns pássaros mais velhos, serviam-lhes de morada temporária.

Nos fundos do recinto, exalava um cheiro muito forte de e saboroso. Perecia ser de comida e é claro que aquele aroma já o deixou pensando se de repente fosse uma estratégia usada para atrair os desinformados do assunto e depois ser capturado, ou talvez fosse apenas um exagero seu. Tudo parecia tomar uma forma de visão tranqüila sobre o assunto. Os gigantes não eram assim tão maus e todo mundo parecia estar de bem com a vida, quando subitamente ele se deparou com uma cena de barbárie:

Viu. Viu e não conseguiu tirar a visão de um integrante da raça cocoricó sendo levado pela mão de um ser trajado de um couro branco, e que este o segurava o pobre pelas garras.

Num ato rápido e frio, ele simplesmente arrancou a cabeça do “pobre irmão”, que ali deixara de ver a vida Pelo resto dela. Depois olhou, que num canto lá dos fundos havia outros corpos de “amigos cocoricó”que haviam dado suas vidas ao alimento dos “outros”.

Voltou para casa num piscar de olhos (de Gavião, diga-se de passagem) á sua morada e de lá, depois de passado o choque pensou por vários dias sem se preocupar em descer os montes. E ponderou profundamente:

“Todos nós nos alimentamos de alguma coisa, mas qual é a nossa verdadeira necessidade?. Eles se alimentavam de cocoricós,mas também tinham verduras.Nós nos alimentamos de outros animais mas não conseguimos nos alimentar de outra coisa.Então a verdadeira necessidade é o que realmente nos falta, e o que podemos ter com facilidade devemos contribuir para o meio.Já pensou se eles não mais se alimentassem de cocoricós?, E resolvessem libertar os outros dessa falsa necessidade?.Nunca mais vou ignorar a existência do sofrimento nos meus semelhantes... ”.

FIM

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 18/12/2007
Código do texto: T783242
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