A fé de Lucas

Esposo desempregado. Situação precária. Não estava sendo fácil morar na cidade e angustiosamente sustentar aqueles filhos.

Pensaram: Temos a nossa casinha no campo. Tá ruinzinha mais ainda dá pra morarmos e podermos plantar. Deus poderá nos ajudar e teremos o que trazer para vender na cidade. E assim teremos o nosso alimento, nossas vestes e calçados e poderemos continuar dando escola pros nossos filhos. Foi com esses pensamentos que aquele casal e filhos resolveram ir morar no campo.

Os irmãos da igreja receberam com tristeza a noticia de que ficariam sem a presença deles nos cultos e nas atividades. Afinal eram pessoas boas, tementes a Deus...

Chegou o dia da despedida. Aquela irmã Dirce (nome simbólico por não saber o nome da pessoa), foi com seu esposo levar a família à rodoviária de onde eles tomariam ônibus para irem ao seu destino.

Conversaram bastante. Afinal não sabiam quando voltariam a se verem.

D. Dirce, penalizada em vê-los partirem com tão pouca providencia que a igreja pôde dá-los para poderem se alimentar por um tempo até que colhessem de sua rocinha, chorou muito com a partida dos amigos.

Naqueles dias não faltou serviço àquela gente, como também não faltou vontade e determinação em realizarem seus objetivos.

Mesmo cansados pelo enfadonho serviço eles perseveravam, mas o alimento acabou antes mesmo de verem brotarem as primeiras sementes.

Que fazer agorA?

O pequenino Lucas (nome também simbólico), de apenas quatro anos, certa manhã, pede pra sua mãe o pão e a vê chorar por ter que dizê-lo: Não tem filho. O papai não tem mais nenhum centavo e nosso alimento acabou. Só Deus filho, proverá nosso alimento.

O pai e os irmãos mais velhos ao verem a cena, parte foge para a roça para dar continuidade ao preparo da terra, parte corre para o rio em busca de encontrar os tão sonhados e difíceis peixes. Seus corpos mesmo enfraquecidos pela falta do alimento persistem em conservar a esperança da solução.

O pequeno Lucas acha em cima da mesa uma caixa de fósforos vazia e improvisa um telefone de brinquedo. Resolve então ligar pra irmã Dulce que tantas vezes levou alimento do seu departamento junto com sua própria ajuda, para eles.

-Alô! É a irmã Dulce? – Oi irmã Dulce, tudo bem?

Aqui não está bem não irmã Dulce. Estou com muita saudade da senhora e dos pães que a senhora dava pra minha mãe pra agente tomar café. Sabe irmã Dulce, hoje agente não tomou café não. Não tinha pão.

Irmã Dulce, traz pra nós o pãozinho, arroz feijão, carne, franguinho... Ó, traz também sabão pra minha mãe lavar nossa roupinha no rio, porque ontem ela lavou só com as buchinhas das folhas da beira do rio, viu?

Tá certo irmã Dulce. Agente espera.

Aquela senhora, mãe do pequeno Lucas, chorando comovida ao ouvir aquele telefonema disse: Filho, a irmã está tão longe. Ela não escuta seu telefonema.

Respondeu o pequeno Lucas contrariado: Ouve sim mãe, a irmã Dulce ouve. Ela respondeu e disse que vem. E com ares de quem sabia o que dizia se foi para a sombra da arvore brincar.

Eram onze horas da manhã quando daquela pequena.......,ouvia-se um barulho de carro. A estrada estava a uns quinhentos metros dali, quase não dava pra se ouvir os carros que passavam nela. Mas aquele barulho de carro era mui próximo, e se aproximava mais ainda. Sim, e parecia tanto com o barulho do velho caminhãozinho do esposo da irmã Dulce.

- Olha pela janela. Meu Deus, mas é a irmã Dulce mesmo!

A alegria de ter a visita da irmã Dulce foi sobremodo grande e nem deu tempo de lembrar que não tinham o que dar pra aquele casal se alimentar porque eles tiravam do velho caminhãozinho todo o suprimento que eles necessitavam pra passarem até que colhessem de suas roças e pudessem levar pra vender na cidade.

Trouxeram bastante pão, bolacha, arroz, feijão, carne, frango, tempero, condimentos, frutas, e produtos de limpeza além de alguns agasalhos.

A abençoada irmã Dulce e esposo, contou que: Há uma semana fora incomodada pelo Senhor, e começara a arrecadar na igreja e entre amigos aqueles alimentos. O que era perecível colocara em frízer. Depois pegara com o departamento da caridade na igreja os agasalhos e, tendo Deus preparado o dinheiro da gasolina, baseados na informação que eles tinham, foram naquele dia levar até eles aquele suprimento após serem fortemente tocados por Deus.

AnjoLuzPoetiza
Enviado por AnjoLuzPoetiza em 31/01/2008
Reeditado em 06/10/2008
Código do texto: T841150
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