UMA SEGUNDA CHANCE

UMA SEGUNDA CHANCE

Isso é muito importante e pode salvar sua vida.

Às vezes ouvimos falar de um acontecido, ou de uma benção que uma pessoa recebeu e pensamos: “será que nunca vai acontecer comigo?”.

Porém no dia-a-dia acontecem inúmeras coisas que aos nossos olhos são tão pequenas que praticamente passam despercebidas.

A vida está cheia desses acontecimentos... pequenas atribulações que te fazem parar e ver que, por pouco você não se machucaria, não seria atropelado ou até mesmo morrer. Uma questão que chama sua atenção e dá asas a nossa imaginação...

Quando eu tinha dezesseis anos ia três vezes durante a semana, à noite, a uma piscina coberta de um clube muito famoso aqui da minha cidade. Nessa ocasião morava em Brasília. Sempre via ali, um homem que me chamava a atenção. Ele tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do pé. Depois subia no trampolim mais alto do clube de natação e com um esplendido salto mergulhava na água. Era um excelente nadado e atleta. Não era de estranhar tal feito? Ora o porquê de toda vez antes de saltar ele ia até a beirada da piscina e molhava o dedão do pé. Isso se repetiu durante muitos e muitos dias seguidos, até que em um belo dia eu tomei coragem e fui de encontro a ele e lhe perguntei:

- Olá! Tudo bem. Sei que o senhor não me conhece, mas já tem um bom tempo que eu lhe observo e um fato curioso me chamou e chama a atenção.

Ele prontamente retribuiu a apresentação e me respondeu com uma outra pergunta.

- Claro meu jovem. O que você quer perguntar?

E eu fui bem direto. Sem ser grosso ou indelicado.

- O porquê que toda vez, antes de mergulhar, você corre e molha o dedão do pé na água?

- AH é isso. Ele me respondeu com um grande sorriso e disse.

- Eu tenho sim, um motivo para fazer esse ritual todas às vezes entes de subir no trampolim e pular. Há uns três anos, neste mesmo clube, eu era professor de saltos ornamentais de um grupo de jovens talentos. Assim como você. Meu trabalho era ensiná-los a saltar. Em uma bela noite de luar eu estava com insônia e fui até o clube para espairecer e nadar um pouco. Como eu era o professor de natação, eu tinha uma copia da chave do clube. Não acendi a luz porque a luz da lua transpassava pelo teto de vidro que ficava bem em cima da piscina e clareava toda à água. E eu conhecia bem o lugar.

Ele deu uma pausa, com os olhos cheios de lágrimas. Perguntei se estava tudo bem, ele respirou... disse que sim e continuou a contar o seu depoimento.

- Quando eu estava para saltar vi um vulto a minha frente, não sei se devido à luz que passava por mim e projetou aquilo naquela hora. Eu estava em pé com os braços abertos e pronto para saltar. Más ao invés disso, fiquei ali estático, parado contemplando aquela imagem durante um bom tempo. Não sei dizer ao certo durante quanto tempo.

Nessa hora nós já estávamos sentados em uma mesa, bem ao lado da piscina. E eu era todo ouvidos. E o professor continuou a me contar sua história.

-... Não sei quanto tempo fiquei parado, ali sobre a prancha do trampolim com os braços estendidos e nem compreendo por que não pulei na piscina. Finalmente voltei em mim, virei e desci do trampolim e fui até a escada da piscina para mergulhar na água. Desci os degraus da escada e meus pés não tocaram na água pelo contrario tocaram no piso duro e frio...

Cortei sua história com uma frase de espanto. – Minha nossa professor foi Deus!

-... Na noite anterior i zelador tinha esvaziado a piscina para uma manutenção, e eu não sabia e nem percebi... Tremi todo e senti um calafrio percorrer o meu corpo. Se tivesse saltado, teria sido o último salto de minha vida, naquela noite.

Talvez agora, você compreenda melhor o porquê de todas às vezes antes de pular eu corra até a borda da piscina e molhe o dedão do pé...

LVS

Leonardo Vivaldo
Enviado por Leonardo Vivaldo em 01/05/2006
Código do texto: T148406