EU ODEIO A RICARDO ELETRO...

EU ODEIO A RICARDO ELETRO...

Em janeiro de 2010, minha esposa resolveu dar de presenta à nossa filha, uma dessas chamadas cama-box. Após procurar em varios estabelecimentos, encontraram, na loja Ricardo Eletro, do Norte Shopping, aquela que, segundo minha filha, atendia as suas necessidades.

O valor a ser pago, foi debitado no cartão de crédito e dividido em três parcelas, enquanto o agendamento para a entrega, foi feito para alguns dias depois.

Em função de uma consulta médica, que coincidiu com a data da entrega, minha esposa não pode receber a mercadoria, o que foi feito por uma vizinha. Esta, verificando que o número de código do produto, era o mesmo da nota fiscal, recebeu a mercadoria e assinou a nota. Começou aí, a confusão...

Quando minha esposa e minha filha retornaram para casa, constataram que o produto entregue, não era o mesmo que havia sido encomendado. Minha mulher portanto, dirigiu-se à loja, onde explicou que o produto entregue estava errado e a gerente do estabelecimento então, prontificou-se a fazer a troca.

Alguns dias depois, a empresa enviou uma nova peça, exatamente igual, aquela que havia sido entregue anteriormente. Quando minha mulher confirmou isto, o funcionário alegou que a troca havia sido pedida, porque a peça anterior estava defeituosa. Minha esposa não permitiu a troca e explicou que a substituição fora pedida não por defeito, mas por erro no modelo do produto, apesar do número de código de ambas as mercadorias, ser o mesmo. Tudo isso foi anotado no verso da nota fiscal, mas de nada adiantou; por mais cinco ou seis vezes, a empresa tentou substituir a cama por outra igual, sempre com a argumentação de que o motivo, era um defeito na peça anteriormente entregue.

Nessas idas e vindas, que duraram alguns meses, minha esposa e minha filha estiveram varias vezes na loja e numa dessas vezes, elas confirmaram que a cama do mostruário, tinha o mesmo número de código da outra já entregue e por isso, pediram explicações à gerente que, de forma arrogante, disse que o fabricante havia mudado o "design" da cama, mas mantido o mesmo número de código e que por isso, o problema não era da loja... Elas então questionaram a gerente, por manter no mostruário, um produto que já não existia no estoque da loja, mas ela simplesmente e de forma ainda arrogante, alegou que o problema era entre o comprador e o fabricante...

Para tentar finalizar a novela, minha filha se prontificou a ficar com a cama que estava no mostruário, mas a gerente da loja, após concordar com a proposta, afirmou que isso só poderia ser feito, se minha mulher se responsabilizasse pelo frete...

Avisada de que a empresa seria processada, ela riu, desejou boa sorte e disse que não acreditava que a "Ricardo" perdesse a questão. Minha esposa não lembra ainda, se foi essa senhora, quem disse não acreditar em uma indenização (se houvesse), que excedesse a quantia de R$ 1000 reais por danos morais; o pior, foi constatar agora, que quem disse isso, estava certo... isso foi confirmado, após minha mulher dar entrada em uma ação no juizado de pequenas causas. Lá, posteriormente, foi feita uma audiência de conciliação, da qual minha mulher, saiu com a impressão, de que a empresa enviou, para representá-la, um funcionário qualquer, ao invés de um advogado. Como não houve acordo, foi agendada uma audiência perante um juiz, a qual a empresa, numa prova de evidente desprezo pelo cliente e pela justiça, não compareceu. A justiça(?) então, após algumas semanas e a revelia da Ricardo Eletro, arbitrou um valor a ser pago a título de indenização, de exatos (pasmem...) R$ 1000,00. O mais triste de tudo isso, é constatar mais uma vez, que o cidadão comum, continua entregue a própria sorte. É constatar que, após ser obrigada a comparecer à loja por muitas vezes, após ser ironisada e humilhada, por ficar aguardando a boa vontade da gerente em atendê-la, após suportar a arrogância das pessoas e após ter vencido uma pendenga judicial, onde um insignificante valor indenizatório foi arbitrado, minha mulher, muito depois do prazo determinado pela nossa (in)justiça, ainda não recebeu, o que lhe é devido de direito... Entendi agora, porque a figura que simboliza a justiça, tem os olhos vendados; é pra não se olhar no espelho...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 22/06/2011
Código do texto: T3051104
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