A TABOQUEIRA 


         A atual rua Coronel Basílio foi sempre conhecida como rua da Taboqueira. Ela tinha início na esquina da casa da família Viana Arrais e se prolongava, como atualmente até o cemitério local.

        No primeiro quarteirão da direita, nos fundos da casa do Sr. Quinco Chicote ficava a casa do motor que fornecia energia elétrica para a cidade, das 18:00 às 22:00 horas.

        Logo a seguir, e antes da ponte, estava ali o chafariz, onde a maioria das famílias da redondeza pegava água para o consumo doméstico. As latas enfileiravam-se aguardando a vez de quem as conduziam e enquanto isso seus donos e donas batiam papo, amistosamente, para tornar menos cansativa a espera.

         Havia a seguir o riacho sob a ponte de madeira ladeado pela Cacimba do Boi, Cacimba de D. Luzia (minha avó) e pelo Sumidouro.

       Antes do casario estava o Sítio de Mariquinha Nicodemos com muitas fruteiras, porém com um guardião muito temido pelas crianças: “Salu” com o seu cachorro valente.


        As casas que ainda hoje ali estão recuadas (algumas já reformadas) haviam pertencido ao Coronel Basílio e familiares. Todos os proprietários eram de certa forma, parentes do Coronel Basílio, com exceção de D. Santa, Padre Pedro e Antonio Madeiro.


       Na outra lateral, logo na altura do cemitério estava a casa de Chico Nicodemos com fundos para um Sítio com fruteiras variadas.

       Descendo na direção da Matriz havia o Sítio de Padre Pedro, o Sítio de Elias Bastos com muitos coqueiros, banheiros públicos e a bodega.

        A seguir a casa de padrinho Tiago (onde hoje funciona a APAE) com o Sítio até o corredor que dá acesso ao Serrote. Ladeando o corredor do Serrote ficava o Sítio de Sr. Antonio Madeiro que se limitava com a casa de D. Dada de Isáias Óleo onde uma árvore gigantesca abrigava à sua sombra os transeuntes que subiam ou desciam da Serra do Araripe.

        Um tapete de capim de burro revestia toda a rua da Taboqueira onde as crianças jogavam bola, brincavam de roda, bicheira e casamento oculto e os jovens contavam estórias, cantavam modinhas ou namoravam sob os olhares dos adultos que se assentavam nas calçadas para prosear, especialmente nas noites de lua clara.