NUNCA É TARDE! - Capítulo XVIII

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER A HISTÓRIA SUGIRO A LEITURA DOS DEZESSETE CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Com o passar dos dias pedi perdão a Deus por ter me desesperado:

- Oh! Senhor Deus, Eterno Pai de bondade e misericórdia, perdoa a esta pobre criatura que se desespera sem pensar no que está fazendo. Eu te agradeço por meus cinco filhos ao passo que alguém quer pelo menos um e não consegue. Perdão, Senhor e ajude-nos a criá-los nos seus santos caminhos! Amém.

Com o nascimento das gêmeas ficou mais difícil consiliar trabalho com crianças, pois estavam todos muito pequenos. Juliano com três anos, Jorge com dois e Juscelina com um ano e dois meses.

Deixei mais o mercado e a casa de peças por conta dos gerentes. José Onório me ajudava muito, mas não podia deixar a indústria para tomar conta dos meus negócios.

Sempre tive pessoas ótimas para cuidar de meus filhos, mas com as tais doenças infantis, quando pegava um, todos caiam na dança. Foi assim com sarampo, catapora, cachumba e outras que não me lembro mais.

As crianças foram crescendo e eu pude dedicar-me aos negócios novamente.

Chegou a idade escolar de Juliano.

Lembro-me como se fosse hoje, no dia aque levei-o ao colégio.

Era um colégio de freiras misto, onde estudavam meninos e meninas em regime de internato e externado.

Juliano era um garoto lindo! Cabelos castanhos, olhos castanhos, bem mais claros, cor de folha seca. O rosto redondo, as bochechas bem vermelhas, boca bem feitinha, os lábios cor de framboeza, era bem gordinho e não muito crescido.

Modestia à parte, meus filhos foram todos lindos quando pequenos e ainda são até hoje. Sempre falo Marina:

- Meus filhos são lindos, não é Marina?

- É! São muito bonito, igual "aquilo" do cabrito...

- Olha, Marina, cuidado com o que você pensa!

- Ah! Patroa, eu só pensei, num falei. - falou rindo.

- É ainda bem que não falou, porque você sabe que eu detesto palavrões! - falei séria.

- Dona Francisca ainda não me conhece. Eu falo isso só brincando, patroa, é só pra fazer a senhora rir. Os "meninos", como a senhora fala é muito bonito, "seu" Juliano é o mais bonito dos home e dona Jurema é mais bonita que dona Janete.

Meus filhos além de bonitos, nunca me deram trabalho. Sempre muito estudiosos e não eram crianças muito levadas.

Eu acho que o destino das pessoas já vem traçado. O mais interessante é que Janete e Jurema casaram-se com gêmeos também: Roberto e Alberto. Só que eram, eram não, são idênticos. A única diferença que têm é que Roberto, marido de Janete tem uma pinta no peito e Alberto, marido de Jurema, não.

Como os gêmeos não se separam, eles construiram um prédio de dois andares. Em baixo moram Janete e Roberto e em cima, Jurema e Alberto, assim foi bom qe não se separam nunca. Fico a até a imaginar quando Deus resolver os separar. Eles são sócios do supermercado, trabalham os quatro juntos, são tão felizes! Não têm ambição como muitos por aí. São os únicos que vem aqui na fazenda todos os finais de semana.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 15/01/2007
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