A Traição


Ela se sentia tão segura em relação à fidelidade dele, jamais imaginou que um dia isso iria mudar.
A desconfiança foi crescendo aos poucos, e a confirmação chegou feito uma bomba, explodindo tudo, inclusive a confiança.

 
Ele saiu sem avisar para onde iria, e ela ficou porque haviam visitas para o fim de semana, e sua ausência seria impraticável.
As horas foram passando lentas, eram uma tortura.
Ligou 3 vezes no celular dele, estava desligado.
Deitou-se sozinha, rolando na cama, e o sono não chegava, já sabia o que estava acontecendo, ficou olhando para o relógio de 5 em 5 minutos, adormeceu vencida pelo cansaço, mas teve pesadelos!



Levantou-se e começou a andar pelo apartamento, as ideias não se fixavam em nada, estava agoniada, ferida, tudo que acreditava estava se desmonorando diante dela, que impassível esperava.
Não conseguia chorar, tentou, talvez as lágrimas ajudassem a aliviar a decepção, mas não caiam, estavam presas.

 
Com o dia claro ele adentrou o apartamento, não falou nada sobre a noite e nem perguntou como havia sido a noite dela.
Aparentava cansaço, "excesso de atividade sexual" pensou ela.

 
Mal se falaram, e ele foi dormir, afinal passar a noite em claro o deixara exausto e precisava repor as energias.
Enquanto ele dormia ela pegou a carteira dele, suas mãos tremiam, pensou em recuar, talvez fosse melhor deixar as coisas do jeito que estavam, mas a curiosidade falou mais alto, abriu o compartimento onde ele guardava as camisinhas, a embalagem de 3 estava com apenas 1, e o pior ainda estava por vir: o comprovante do cartão de crédito gasto na noite anterior:
"Motel Pula Cerca" valor: $ 112,00.

 
Ela deixou a carteira fechada em cima da mesinha, da maneira como havia encontrado, não queria que ele soubesse que havia mexido.


 
No meio da tarde foi acordá-lo para almoçar, era sua obrigação, olhou para o corpo na cama, parecia tão sereno e ela o odiou, sentiu novo e raiva, mas aguardou os sentimentos para si mesma.


 
Ele acordou com o chamado dela e não deixou que saisse do aposento sem fazer sexo com ela, dizendo que a amava e que estava com saudade.



Ela se entregou, fingindo que estava gostando, sem questionar nada, e ignorando as marcas no corpo dele, arranhões que não estavam ali antes e agora eram a confirmação da traição dele.

 
Ela tomou banho sentindo-se suja e usada, mas quando terminou de vestir-se, estava sorrindo por dentro, iria concretizar seus planos,
ele pagaria pelo que fez, não teria perdão, ela iria traí-lo, de uma maneira infinitamente mais dolorosa do que ele havia feito pra ela.
 
E nem precisaria esforçar-se, o escolhido estava entre os visitantes que tinham vindo para passar o fim de semana de Páscoa.

 
Sandra Ribeiro
Enviado por Sandra Ribeiro em 07/04/2012
Código do texto: T3599026
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