SORRISO REPOUSANTE

Aquela foi sua primeira noite antecedendo a uma viagem em que curtia a insônia sem grandes preocupações. Não precisaria estar acordada durante o trajeto que a levaria ao seu destino.

A direção do meio de transporte usado estava sob responsabilidade de outrem. Nem se atrevera a imaginar algum imprevisto que lhe impossibilitaria chegar aonde pretendia. Conscientemente não imaginara. Certamente algum fora imaginado no inconsciente, pois lhe fazia insone, mais uma vez!

Distraía-se entre mensagens e navegações. Entre teclas de telefone e de computador. Não sabia mais a que recorrer: se ao contar de carneirinhos ou se ao exercício da simpática técnica ensinada pela médica. Mas o discreto sinal de alerta – bem-vindo, fique bem claro! – não a deixava se concentrar. E entre um e outro digitar, sorriu!

(Ele - somente ele nos últimos tempos - conseguia a proeza de trazer àqueles lábios um sorriso repousante!).

Deixando, então, os aparatos tecnológicos desligados, deitou-se languidamente, sabendo que o sono logo lhe alcançaria.