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A JANELA

Numa vila abastada da cidade grande, vivia uma família distinta, o senhor era um trabalhador destes comerciantes que trabalhava perto de casa e sempre fazia a refeição com a família. O homem era calado, matuto, de uma simplicidade sem igual, mais por casamento arranjado não teve direito de escolha para esposa, e lá na sua terra homem distinto não abandonava a família, vivia, procriava e permanecia com a mulher digna encomendada pela honrada mãe com o pai.

Então, este era o caso deste homem, a mulher era totalmente ao avesso do marido, tinha uma língua de trapo e tudo que via falava e fofocava a vontade, a ultima da semana, era a casa que estava para alugar do lado, tenha recebido novos moradores, e a nova vizinha logo se empenhou na limpeza da casa, se envolveu de lavar tudo que podia, inclusive encheu as roupas no varal . Este varal dava pra sua janela da cozinha e ao chegar em casa, a mulher disparou:

- Veja que porca é essa nova vizinha, como tem coragem de pendurar no varal as roupas sem guará, tá tudo amarelo, eu em?...

- Sai da janela mulher, vem almoçar...

E logo o tempo se passou... Mais a vizinha era de poucos amigos e não se enturmou, pois a vida da pobre era trabalhar como cozinheira, e sempre uma vez por semana. Ia pro tanque lavar o roupeiro da família.
E sempre a vizinha:

- Olha lá, coitada, acho que lá não tem sabão na casa dela. Nunca vi uma roupa branca dela estendida neste varal.

- Sai da janela, mulher vem almoçar...

E assim toda semana do dia da lavação, a vizinha ia bisbilhotar na janela, e o mesmo comentário fazia.

- Nunca vi tanta porcaria, acho que nem roupa branca ela tem, só vejo amarelas. Kkkk

Desta vez o marido se incomodou, levantou-se e foi à janela e olhou curioso e matuto como sempre, nada falou, apenas ficou um pouco pensativo olhando pela janela e voltou-se para almoçar.

Na semana seguinte, o dia de lavação, na hora costumeira do almoço chega o marido para almoçar.

E então a mulher vai como de costume para janela comentar... E para sua supressa, exclamou em alta voz.

- Venha ver! A mulher até que enfim criou vergonha na cara e colocou para quarar a roupa, só pode ser isso, porque hoje as roupas delas não estão amarelas, mais estão brancas. Pode isso, marido?

- O que não pode, é até agora você não ter percebido, que o problema não estava lá e sim em nossa casa.

- Como assim? Não estou entendendo o que está dizendo...

- Se você tivesse se preocupado em limpar nossa janela, teria reparado que a sujeira estava aqui! No dia que você me chamou para ver as roupas no varal, vim conferir pessoalmente o ocorrido, porque todos os dias que eu vinha almoçar ao passar ao lado das roupas da vizinha no varal, nunca vi maior brancura... Então de tanto você falar, tive que levantar-me e olhar pela janela e ver o que aconteceu! E para minha surpresa, era a nossa janela que estava suja! Acredito que se você tivesse se preocupado em fazer a limpeza de nossacasa, sem se preocupar com a limpeza da casa do vizinho. Nada disto teria ocorrido.

*Então, vejo a moral desta história assim: - Temos de nos preocupar em colocar nossa casa em ordem, organizar, lavar e limpa-la, sem preocupar-se tanto com a vida alheia, assim nosso tempo não seria perdido olhando pela janela a vida do visinho e sim, dedicando-se a limpar sua janela e iria ver tudo melhor... Até mesmo à vida.


( Este conto não é de uma criação minha, já o tinha conhecido a algum tempo... Mas resolvir dissertar da forma que meu coração mandou e compartilhar com vocês, que ao meu ver é uma lição de vida).

Leti Ribeiro

 
Leti Ribeiro e Autor Desconhecido
Enviado por Leti Ribeiro em 24/08/2013
Reeditado em 02/03/2014
Código do texto: T4450062
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