Essa (meia) Crise

Por anos acreditei que crises assim só viriam aos cinquenta, mas não ela bateu agora.

A crise bateu um dia no meu portão, disse que só seria por alguns minutos apenas para responder algumas perguntas, realmente eu vi que trazia nas mãos uma prancheta cheia de folhas com algumas perguntas eu pensei “Tudo isso? Vou ficar aqui a tarde toda!”

E pior que aconteceu isso mesmo, ficamos uma tarde inteira batendo um papo.

Ela quis saber de tudo desde meus primeiros anos de vida das primeiras lembranças,os primeiros sonhos que queria realizar quando crescesse e dos atuais, como e quem eu era,agora.

Ah, eu queria tanta coisa...

Então ela foi me perguntando o porquê dos planos adiados as respostas quase todas eram as mesmas que eram naquele momento não dava, tive que adiar, não deixaram, eu tinha que conseguir algo antes para chegar até o objetivo, não pude, não deu,mas tive que explicar que cada plano adiado, cada sonho meu não realizado uma luz se apagava e no meio de tantas palavras havia muitas promessas...ah crise eu devia saber que promessas não existem para serem cumpridas,afinal não assinaram nada em meu nome, foram palavras jogadas ao vento...

E os ventos passam e leva tudo embora....tudo que não era verdadeiro....

Mas então a crise perguntou dos novos planos se eles existem.

Sim é claro que existem, e quando você aparece é que eles ficam mais fortes e decisivos ...

Assim que ela ouviu isso, ela se levantou, e sorrindo me estendeu a mão e disse

Espero não voltar aqui tão cedo, espero te ver daqui uns anos mas não entrarei em sua casa, quero ser apenas lembrada em conversas suas com seus amigos e famílias...

Eu a vi partir, fechei a porta e reunir os meus objetivos numa folha e convidei a realização para tomar um chá aqui em casa mais vezes...

Roberta Del Carlo
Enviado por Roberta Del Carlo em 12/09/2013
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