O Pequeno Notável Aprisco

Uma ordem foi ouvida por todos: - “suspendam tudo e venham aqui”!!!

Era o período noturno do décimo sétimo dia do mês quinto, ano de dois mil e treze. Tudo no aprisco estava preparado para mais um período de aprendizagem, conforme agenda regular. Entretanto, uma parte do rebanho que ali se encontrava foi surpreendida com um anúncio: - “estou de saída”!!! A outra parte, provavelmente, tinha conhecimento prévio da aludida declaração.

Sabe aquela expressão: “salve-se quem puder”!?!? Ela se encaixaria muito bem nesse contexto. Foi como se tivessem tirado o chão de sob os pés dos preteridos, os quais, pelo menos nos primeiros momentos, ficaram “a ver navios”, pois viram suas expectativas serem frustradas e, desiludidos, nada entenderam e se sentiram traídos.

Foram momentos maus... “o chão fugiu dos pés, o vazio invadiu a alma. A angústia e a tristeza foram constantes. Os dias se tornaram cinzentos, o canto dos pássaros já não encantava mais... além de vãs tentativas de reconciliação...”.

Uma pergunta não se calava: O que fazer?

Num processo de dez dias, materializava-se algo jamais conjeturado no meio, um marco de imensurável relevância para aquele grupo remanescente. Houve dor, lágrimas, tristeza, angústia, incertezas, preocupações, lamentos, dentre outros sentimentos. Predições negativas de cunho desestabilizador, creditadas ao Espírito Santo, surgiam esporadicamente com prenúncios de sinais que apontariam para o fim daquele Aprisco.

Tudo parecia ruir...

“Se não fora o Senhor, que esteve ao lado deles... ora, ora, ora... Eles que o digam, pois somente a eles pertence o privilégio da experiência vivida nas tais adversidades com TAMANHA CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO DA PARTE DE DEUS”.

Ninguém que esteve de fora, à parte de todos os acontecimentos, terá a qualificação necessária para testemunhar o manifesto do PODER DE DEUS, QUE AGIU NAQUELE PEQUENO E NOTÁVEL APRISCO. Alguns até ouviram dizer a respeito; outros viram lampejos; muitos intercederam a DEUS (aleluias!!!); outros jejuaram (glórias a DEUS); etc.; entretanto, nem todos vivenciaram aquele contexto. Essa parte estava reservada apenas para os preteridos selecionados pelo Senhor.

DEUS os uniu de tal maneira, que brotou nos corações deles um ardente desejo de estar juntos - juntos para chorar, para orar, para sorrir, para conversar, para brincar, para carregar as cargas e cuidar uns dos outros, para crescer sem atrofias, para louvar, para festejar, para confraternizar, para adorar, para cultuar, para estudar e aprender, para buscar o Senhor, para amar... amar e amar - eles não desgrudaram uns dos outros e sempre criaram (e ainda criam) momentos e situações para estarem juntos e praticarem a comunhão.

Ah, a comunhão no SENHOR... Eles descobriram que ela é tão especial para DEUS, que Ele não resiste a tal ato. Tanto é verdade, que ali o Senhor ordena a Sua Bênção e Vida para sempre!!!

Passaram-se horas, dias, semanas, meses...

Um ano inteirinho se passou e há muito o que celebrar:

“Os que foram preteridos semearam em meio a lágrimas e hoje já colhem com alegria; aqueles que mantiveram consigo a preciosa semente, andando e chorando, transbordando de alegria, já trazem nas mãos os seus molhos. Eles estão como os que sonham, com sorriso e cânticos constantes nos lábios, os quais não tem dúvidas e declaram diuturnamente: GRANDES COISAS FEZ O SENHOR POR NÓS”!!!

Em tudo há um propósito de DEUS e, nesse caso, em especial, foram oportunizados alguns aprendizados. Senão, vejamos:

1. Submeter-se à autoridade do Pastor, porém, sem criar expectativas em torno de homens, os quais são falíveis, como cada um de nós o é;

2. O líder da igreja tem de ser Cristo. A Ele é que se deve seguir e obedecer;

3. Amar o pastor (isso é biblicamente correto), mas também é preciso orar por ele, a fim de que jamais deixe de seguir a Cristo, como alguns fazem. O pastor a ser seguido é aquele que se espelha em Cristo e encoraja a ovelha a fazê-lo também;

4. O mau pastor é aquele que chama atenção para ele mesmo e não para Cristo e, como consequência disso, este não encontra tempo para visitar as ovelhas necessitadas, não busca trazer de volta as que se desviam, não alimenta o rebanho com a Palavra de DEUS e, geralmente, aproveita-se do rebanho, a fim de suprir as suas próprias necessidades;

5. O risco de viver a vida e focar em seus próprios interesses é comum a todos, não só ao pastor. Para que isso não ocorra, faz-se necessário sujeitar-se ao Senhorio de Cristo - Autor e Consumador da Fé;

6. Permanecer unidos, enquanto membros do mesmo Corpo (Igreja), fazendo cada qual a sua parte em conformidade com os ensinos do Senhor Jesus, o Cabeça;

7. A Presença de DEUS no Aprisco é que o faz notável; “porque dEle, por Ele, e para Ele são todas as coisas... sempre”!!! DEUS É QUE É NOTÁVEL!!!

Pedro Leopoldo, um ano depois...