"A Fobia"--Contos Curtos.

Domingos estava feliz por ter conquistado o amor de Sofie , mas ao mesmo tempo se escabelava, furioso e com ódio ,pelo preço que teria de pagar por ela. Ela o convidou para frequentar seu apartamento e aparecer sempre que quisesse. O sinal estava verde .Domingos foi então, antes de aparecer, sondar, ver o edifício, e soube que Sofie morava em uma linda cobertura, porém, no vigésimo andar!!!

E Domingos começou a tremer e foi perguntar a ela se não tinha medo de alturas e, brincando, contou lhe de um amigo que tinha fobia às alturas ,e concluiu arrematando que opinião teria ela se ele, Domingos, também tivesse esta fobia. Sofie caiu na risada:”-Imagina! Um homenzarrão como tu, Domingos, que gerencia uma empresa inteira e mais quinhentos homens e mulheres, vai ter medo de alturas, kkkk!!Seria um horror para mim, claro, eu adoro meu Ap. e vamos sim, fazer vários jantares e muito amor ,ao som de uma musica e com uma vista maravilhosa. Deves ter outros defeitos mas, certamente, não devem ser como um medo bobalhão e infantil destes”!

Domingos só ao lembrar ,resmungou, brabo, pois tinha escondido seu terror às alturas de todos durante muito tempo.Evitava lugares altos, e tinha se adaptado e conformado com sua fobia a ponto de a esquecer até este momento, o momento em que conheceu Sofie, e percebeu que ia ter que pagar caríssimo por ela, pagar com tempo, com conversas intermináveis, com sofrimento,com lavagens cerebrais em sua cabeça, com recordações infantis traumáticas, e também com altos valores. E foi um Domingos revoltado, desesperado com a mulher amada pelo que teria de passar por ela ,que pegou celular e ligou para um Psicanalista pedindo hora para análise e, sim, o problema era velho, antigo, e, sim, a mulher que amava não aceitava sua fobia e, sim, ia se esforçar e, sim ia quatro vezes por semana se necessário e, sim sempre escondeu o sintoma com sucesso até hoje e, sim, pagava o preço justo e, sim, mesmo o risco de não conseguir resultados, correria para conseguir Sofie.

Aliviado com a decisão, Domingos deitou seus cinquenta anos no colchão ao chão.

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 11/04/2015
Código do texto: T5203322
Classificação de conteúdo: seguro