NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!

Fitou, ímpio, o prego à madeira de lei

Caraminholas e seus familiares espanavam-lhe a cuca

- Podia ter nascido parafuso! Teria o apoio da furadeira

[nem careceriam de precisão as mãos].

- Poder-me-ia, hoje, ser a própria peroba

Ou quiçá a cerejeira [o sucesso seria fato!]

Também, ruim não seria se eu fosse arrebite

Incumbir-se-ia a tecnologia de me colocar com carinho.

- Mas, vejam quem eu sou e onde estou agora!

[e se me cravassem em buraco já feito... nem doeria tanto]

Devia ter tido mais sorte, seria um alento

Tantos outros empregos, como cama para faquires...

Toque, toque... TOQUE!

E toda a inutilidade se dissipou

Toda incerteza se apagou

Toda inocuidade faleceu diante daquela brutaz ferramenta.

Os espectadores pontiagudos contam que até a cabeça se perdeu

Havia “um quê” de ódio no olhar da sanguinária

E quatro letrinhas gravadas em sua face de labor:

“VIDA”.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 11/06/2007
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T522516
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