Traição

Socorro descobriu que Antonio a estava traindo com outra mulher mais jovem!

Era fato. Não havia dúvidas. Seus instintos naturais testemunharam a traição.

Como agir com o ocorrido? amava Antonio. Foi seu primeiro e único homem. Pai de seus dois filhos.

Mulher dedicada. Boa mãe. Mas ela agora duvidava que talvez não tivesse sido boa esposa. Talvez sim, mas mal mulher, como um homem com cunho neandertal deseja.

Chorou. Muito e copiosamente. O marido que desconfiava mas não tinha certeza, a acalentava. Jurava eternamente seu amor a ela. Mas nada a fazia parar de sofrer. Uma dor que a paralisava dos pés a cabeça. Nada comia. Nada bebia. Só queria fugir na cama. Dormir era a sua solução.

Sua amiga e comadre Joana, era quem estava dividindo as tarefas de seu lar. Cuidava de Socorro e de seus filhos, além de Antonio.

Ela de nada sabia. Antonio reclamava em casa e tinha sossego a noite com Joice, sua amante. Cômodo para Ele. Joana de nada sabia.

Socorro definhava com uma profunda depressão., mas nada dizia a ninguém, nem a comadre Joana.

Depois de vários dias e muitas lágrimas derramadas. Sofrimento na carne pela fome e no espírito pela traição, finalmente a química ou a razão pôs um fim.

Não podia sair da vida de Antonio, pois o amava profundamente.

Resolveu junto com seus dois lados do cérebro que faria assim:

" vou continuar com ele como se nada houvesse acontecido, mas mataria esse amor dentro de si aos poucos, até que nada restasse."

Assim é a vida. Um dia sem que Antonio esperasse, o chamou para uma conversa na mesa, na hora do jantar. e disse:

- Não te amo mais e quero que vá embora dessa casa.

Antonio parou e sem acreditar, perguntou porque.

Ela simplesmente respondeu:

- Não te amo mais, somente isso.

Antonio chorou, retrucou a decisão dela, fez cenas de juras de amor, mas ela firme e tranquila tinha matado o amor que sentia por ele.

Antonio foi embora. Tentou a reconquista, mas ela permaneceu firme na sua decisão.

Será que o amor é eterno enquanto dura?

Ou traição não é apenas da carne mas também da alma?

Socorro não aceitou a coexistência por pura acomodação...

Emerson Danda