A História de Ester
 
Ester, moça bonita de vinte e um anos, morena clara, cabelos curtos, olhos e cabelos negros, é uma jovem bonita e alegre que desperta encantamento por onde passa.
Faz uns seis meses que ela se queixa de fortes dores de estomago e essas dores são tão fortes que às vezes a levam ao hospital.
Estuda arquitetura e trabalha em um escritório de engenharia e construção.
Ester é kardecista assim como toda a família. Os pais, três irmãos, e dois tios.
Como espíritas comprometidos em auxiliar ao próximo e sendo médiuns com trabalho regular, muitas vezes deixam a diversão de lado para prestar trabalhos de caridade.
Outro dia, conversando com Ester e observando mais amiúde o seu comportamento, soube que ela arranjara um namorado, natural para a idade, mas ela começara a não ser tão assídua em suas responsabilidades.
Muitas vezes faltava as aulas e até mesmo ao trabalho no escritório.
Jovem e alegre ela quer aproveitar a vida, como todo jovem de sua idade.
Comecei então a observar que ela tinha grande insatisfação com a vida – seu trabalho não a agradava e estava sendo difícil adaptar-se aos empregos que arranjava.
Notei que a cada vez que trocava suas responsabilidades espirituais pelo lazer, vários eventos ocorriam: acidente de carro, roubos, crises emocionais e, principalmente, as fortes dores de estomago.
Um dia conversei com Ester sobre compromissos espirituais, a pedido de sua mãe, grande amiga minha e aproveitei o dia em que tinha meus compromissos e que ela me convidara para ir a uma festa com ela.
Eu disse a ela:
- Ester, eu não posso ir. Tenho compromissos em minha casa e nunca deixei de comparecer.
Já perdi muitas coisas – aniversários de filhos, festas em família e entre amigos.
Olhou-me surpresa e disse:
- Nossa, que absurdo! Agora não deixo mais de fazer o que gosto. Uma amiga me disse que estava piegas com essa coisa de religião.
 Indaguei de volta:
- E sua amiga por acaso tem alguma religião?
Ela me respondeu:
- Não. Acho que é do tipo católico “Graças a Deus” que só lembra-se de Deus quando está em apuros.
Então preste atenção, disse eu:
-Nunca siga a cabeça de ninguém. Volte-se para o seu coração.
Ser médium não é status ou obrigação. É missão dada por Deus.
Todos são médiuns, mas nem todos evoluem ao nível de ter compromissos espirituais.
Ter ou não religião, é algo que não se discute.
Religião deve vir do coração, e cada um deve professar aquilo que lhe dá conforto espiritual e que realmente creia.
O que atrai as coisas boas para a vida é o amor no coração e o nível de comprometimento com que se vive.
Já vi pessoas sem religião, olharem para o céu e pedir algo com fervor e obter a graça que desejavam.
Também já vi muitos médiuns reclamarem da vida e de seus mestres dizendo que fazem tudo por Eles, mas eles não os atendem em seus pedidos.
A força divina e espiritual não está aqui para realizar seus desejos, feito lâmpada mágica ou varinha de condão.
Essa vida na Terra é um caminho de evolução e aprendizado.
Os obstáculos devem ser vencidos com sabedoria e quando há erros, devemos aprender com eles.
Não me lembro de ter conhecido ninguém com uma vida perfeita.  E aprendi que bens materiais também não tornam a vida perfeita e as pessoas felizes.
O trabalho espiritual que desenvolve é muito importante para as pessoas que procuram em você uma palavra de conforto. Pense nisso.
Talvez aí sim, a sua vida retome outro rumo, aquele que verdadeiramente você almeja.
Não sei se Ester aproveitará algo do que disse a ela.
De minha parte, a semente foi lançada e de alguma forma, minha missão foi cumprida.
 
 
 
 
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 04/09/2016
Reeditado em 06/09/2016
Código do texto: T5749745
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