Assédio sexual é comum, seja uma simples cantada, uma passada de mão ou um estupro, é degradante! Isso é mais comum do que se pensa! Algumas denunciam, outras morrem de vergonha e escondem. É um assunto proibido, porém toda mulher se identifica com ele quando lê a respeito! Cada uma com uma história diferente. Vamos chamá-la “Maria”, porque a história dela é o reflexo de muitas outras que se passa por aí. Maria era uma menina de 13 anos quando foi àquele dentista. Ele tinha seus 60 e poucos e era uma figura tradicional da pacata cidade mineira de Cambuí. A menina estava apavorada com a agulha da anestesia que o dentista fazia questão de examinar bem na sua frente. Aquela agulha iria entrar por sua gengiva algumas vezes e só de imaginar já se contorcia. Ela segurou forte na cadeira enquanto a agulha rasgava a carne. Ele retirou umas duas vezes e tornou a enfiar noutro ponto, como se tivesse prazer em ver a menina gemendo. Maria estava tão apavorada que nem reparou no braço do homem acariciando seu seio direito. Na ultima vez que retirou a agulha ela sentiu o incômodo de seu braço e afastou seu corpo para o outro canto, para se livrar da situação. Como ele se levantou e foi até a outra ponta da sala, ela deduziu que tinha esbarrado acidentalmente. Ficou por isso mesmo. Só quando ele colocou a broca na sua boca é que as investidas recomeçaram. A garota empurrava seu braço, mas o pedófilo tornava a colocar como se fosse a coisa mais normal do mundo, sem se importar com a recusa e o olhar apavorado da menina. Depois de umas cinco investidas ele desceu a cadeira e disse: amanhã terminamos. O canal está fechado provisoriamente. Se doer não hesite em me chamar, a qualquer hora do dia ou da noite. Existem três finais para essa história: a ficção, a utopia e a realidade. Na ficção Maria conta ao pai que denuncia o pedófilo, que vai preso e não atormenta mais a infância de ninguém... Na utopia ele sai depois de uns anos e, curado, não mais sente atração por crianças. A realidade é suja, nem preciso dizer quantas “Marias” passaram por essa violência. Mas, num quarto final, porque nossa Maria era descolada, ela bancou a detetive e soube de outros casos. Contou ao pai que não acreditou e ainda a ameaçou sofrer um castigo por mentir. Não podia parar o tratamento, seus dentes estavam muito ruins. Teve uma ideia... Convidou a melhor amiga que a acompanhou até o tratamento acabar. E quando saiu da sala naquela última consulta, mostrou o dedo com malícia ao seu algoz, dizendo: “isso é pra você, seu velho nojento”. Maria se sentia suja. Ela se culpava de não ter sido mais firme, mas não teve opção, ninguém a levaria a sério. Tinha que se conformar com mais um pedófilo solto pelas ruas. Hoje são milhares e nem saem de casa, se escondem atrás de um computador. O mundo se modernizou e as Marias ganharam lei (que não adianta merda nenhuma), os pedófilos se multiplicaram e hoje não se escondem mais (porque a lei para eles funciona que é uma maravilha), quando são presos logo são liberados e voltam a atacar. Que mundo é esse?