Automática Kalachnikov.

Automática Kalachnikov.

Luiz Claudio Bento Da Costa.

Ele entrou para o mundo do crime

sonhando alto e forte

e recebeu as suas primeiras missões

de um outro bucéfalo.

Vigiava as esquinas da favela

e tornou-se um olheiro formidável.

Certo dia, na hora do pagamento,

já não tinha mais nada para receber,

pois tudo tinha ído nas drogas.

Viu então que era hora de crescer

e mostrou habilidade

com um revolver calibre 38,

assim que lhe foi dado de "presente".

Suas ambições despontaram maiores

e ele nem sabia conter-se

diante da euforia.

Dezesseis anos, que covardia!!!

A sua "sorte" lhe ajudou

e não durou muito tempo,

já estava sendo requisitado

para ser segurança da boca.

Ele sentia cada vez mais

que a sua saga pelas armas,

iria fazer dele um lider.

Balançava as pistolas 9mm,

uma em cada mão,

de um lado para o outro,

como um verdadeiro soldado do tráfico.

Diante da sua postura já atrevida,

acharam uma virtude nele,

que apresentava uma disposição bem apurada.

Ele nem era forte fisicamente,

mas o tráfico não escolhe ninguém,

e passou a receber as "encomendas".

Não tinha estudo,

mas se desenvolveu dentro do setor.

Um dia, passou pelo crivo de ter que matar uma pessoa,

matou duas e ganhou o "respeito" dos seus comparsas.

Chegou ao primeiro degrau de um pódio,

gerente das armas.

Fascinado, se sentia inoxidável,

pegou em suas mãos uma AK-47

e dizimou todos os seus pequenos sonhos.

Primeiro dia de gerente,

a favela foi invadida

e ele morreu no corredor

do campo do estrela.

Nas suas mãos

uma Automática Kalachnikov,

que depois de verificada pela polícia

estava descarregada.

OBS: De quem é a culpa?

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 06/08/2007
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