A Despedida de Uma Suicida-parte II(FINAL)

A DESPEDIDA DE UMA SUICIDA.

Cecilia Davila - autora do conto que me inspirou esta continuação

Contos > Terror 20/10/13-AQUI se encontra a PARTE I

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A Chuva seguia com muitos raios e trovões.Se quer pôde ouvir com clareza a melodia da morte:CLIC!CLIC!CLIC!- foi bem insistente,até que desistiu olhando,de forma queixosa para a arma.

"A maldita pressa em resolver as coisas na vida..".Disse assim num xingamento baixinho.O revólver estava sem as malditas balas.Tinha a mania de guardá-lo desmuniciado para que pudesse evitar um grave acidente.CLIC,CLIC,CLIC...fez a mesma esse som repetidas vezes,sem que a bala saísse e explodisse a sua têmpora.Xingou.Lágrimas escorreram pela sua face.Refletiu,de forma racional a respeito do noivo que a havia abandonado à porta da igreja deixando-na humilhada diante da família,dos amigos,amigas e dos convidados.Aquele foi o pior dia da sua vida.Estava diante dos pais e dos avós.A sua irmã caçula chorou junto com ela sentada nas escadarias da igreja.Lembrou do conselho do seu pai,que lhe dizia a respeito do rapaz:-ele é mulherengo,irresponsável.É ir pro mato caçar sem cachorro...'

-É isso.Eu tive pressa ao escolhê-lo para ser o meu marido.A arma falhou.Torrei os meus cartões de crédito no preparo para o casamento...

" Eu nunca vou querer casar com ninguém depois dessa..."Dizia Luzia,de apenas 10 anos de idade,enquanto a abraçava.Estavam sentadas nas escadarias.O padre passou resoluto,e lhe aconselhou:

-Vá para casa e recomece a vida.Deus escreve certo por linhas tortas.E não se esqueça de uma coisa:quando arrumar outro noivo,eu quero dar a continuação desse casamento.Venha para minha igreja e marque o casório comigo. Temos uma sociedade imoral,irresponsável.As drogas tomam conta de tudo.Foi isso que resultou a liberação sexual.O amor livre pregado pelas feministas na década de 60.Os homens nada mais querem com o casamento.É só putaria.Nada mais.

-É isso.O revólver estava sem balas,e falhou a tentativa de uma morte covarde,assim,como um casamento fadado ao fracasso não passou pela igreja. Eu não queria somente sexo,queria um marido.Deus me salvou...

Olhou-se no espelho o negligê vermelho transparente revelava um corpo de curvas sinuosas,seios bem desenhados,durinhos.Virou-se e olhou a bunda no espelho.Era farta,em pé.Tinha coxas grossas e roliças.O som da trovoada crispou pela janela deixando-na em pânico.Era uma noite de chuva e das grossas.O quarto estava arrumado.Passou anos para ter um quarto arrumado,com o devido conforto.Queria agradá-lo,sempre nas longas noites que passavam juntos.Não o agradava,mas manteve-se virgem. Ele massageava o seu corpo,com maestria.Sabia como pegar naquele corpo.A bunda...a barriga...

Saltou da cama,empurrou o revólver descarregado com um dos pés para debaixo da cama e ligou para a amiga .A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo( segundo os dados oficiais da OMS-Organização Mundial da Saúde).

-Tatiane...(atende,logo)-dizia com angústia.

-Dora,é você?Também estou com insônia. So penso no meu casamento,na data que se aproxima.Sabe que cheguei a pensar que você não iria?Poderia lhe trazer amargas lembranças...

-A arma falhou,mas Deus sabe o que faz..."Deus escreve certo por linhas tortas".A arma estava sem balas...

-Não estou entendendo nada.Armas,balas,falhou.Deus escrevendo certo com linhas tortas...

-Eu quero viver...A vida é uma batalha,onde a cada derrota aprendemos a ser mais fortes.Perdemos uma vez,mas poderemos ganhar na próxima vez...

-Amiga você está bem? Filosofando assim...Dora,e se ele não for no casamento? fazer como fez o seu noivo? Eu juro que eu me mato.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 15/12/2017
Reeditado em 29/04/2018
Código do texto: T6199320
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