SORRISO ILUMINADO

A manhã estava radiante. Minha mãe armou o guarda-sol. Eu, com quatro anos, na época, mal conseguia estender a enorme toalha na areia. Papai Noel me sorria na estampa.

___ Olha o sorvete!

___ Melancia fresquinha!

___ Suco geladinho. Leva, freguesa!

Era a concorrência dos vendedores, com suas barracas coloridas. Banhistas, por todo o lado, circulavam com suas mini peças, das mais variadas cores. Adultos e crianças degustavam as gostosuras de verão.

O mar parecia imenso e se unia ao céu. A luz do sol se refletia no espelho das águas. Era a primeira vez que eu via algo tão mágico. Seria ali o mundo do Papai Noel? Ao longe, vi um surfista com uma prancha vermelha e branca e calção vermelho.

___ Mãe, olhe o Papai Noel surfando!

Meus primos me chamaram. Alegres, carregavam seus presentes de Natal: baldinhos de praia e umas colheres.

___ Vamos brincar de construir castelo na areia? Vai ser a casa do Papai Noel.

Eles eram maiores do que eu e já conheciam a praia. Eu imaginava que o Papai Noel que estava surfando iria morar no castelo que iríamos construir. Quanta responsabilidade!

Os minutos foram passando e a casa de Papai Noel foi tomando forma. De repente, quando levantei a cabeça, vi o Papai Noel com sua prancha vermelha e branca, boné da mesma cor, óculos escuros, com três sorvetes numa das mãos.

___ Feliz Natal, crianças! Os sorvetes são para vocês.

Seu sorriso era iluminado, bondoso... Nunca mais esqueci daquele Natal.

Josete Maria Vichineski
Enviado por Josete Maria Vichineski em 15/03/2018
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