Juriti Verdadeira

Era manhã

E eu ainda dormia.

Despertado fui

Por um som à janela.

Arrastei a cortina,

Apenas parte dela,

A fim de ver o que era.

Em princípio, nada vi.

Pensei se tratar, então,

Da brisa matinal,

Vibrando o vitral.

Logo me apercebi.

Não era o sopro do vento.

O que seria, afinal?

Havia um pássaro galante

Pousado no gradil,

Flertando com ele próprio;

Sua imagem o vidro refletiu.

Assim que me percebeu,

Saltou sobranceiro,

Ganhou as alturas.

Não veio à minha procura.

Fitaram-me por um instante

Aquelas íris negras lindas.

No sobressalto partiu,

Sem as boas vindas!

Queira ele se ver novamente.

Quem sabe, apareça amanhã

E tenha mais tempo pra gente!

Expectando estou no afã.