Uma esposa na cama, uma gripe e um sofá

Já era aproximadamente 3:14 da manhã, quando olhei de lado pelo visor do celular.

A forte gripe que eu tinha contraído me impedia de dormir, mesmo depois de assistir mais um filme por recomendação de meu primo e diretor de cinema D. Negryne.

Lá fora, os latidos de cachorros sequer incomodavam o pesado sono de “Nina”, que deitava com seu focinho direcionado a mim, para não me perder de vista, ou melhor, de faro.

Mesmo assim, fui para o quarto onde se encontrava minha esposa, com seu belo corpo repousado naquela aconchegante e convidativa cama.

Infiltrei-me debaixo do cobertor, e minhas mãos foram levemente impulsionando seu corpo sobre o meu, seu corpo quente, aqueceu-me por um instante, seu suspiro de um leve despertar não permitiu acordá-la totalmente, até que...

Cof, cof, Cof!!!!

...minha agoniante tosse estragou aquele pequeno momento de sossego. Levantei-me, fui para o escritório ao lado, escrevi esse texto e fui para o sofá da sala tentar assistir outro filme.

Fernando Macedo