Vida de coro, humilhação e espancamento, será isso vida de mulher????

Vou tentar no máximo resumir a minha história, mas quero que sirva como esperança para muitas que procuram um amor verdadeiro.

Fui casada por quase 15 anos com o pai dos meus filhos.

Tenho 5.

Nasci em São Paulo, mas fui criada em Salvador, e quando vim visitar minha mãe aqui na cidade de Leme, conheci aquele que me daria 5 filhos e também iria judiar muito de mim.

Muita gente pergunta: "Nossa, mas se apanhava tanto como teve 5 filhos com um homem desses?"

Respondo: A agressão física também afeta o psicólogo e você se sente incapaz, sozinha e com medo.

Você acaba acreditando em todas as ameaças que a pessoa faz.

No meu caso tinha medo dele matar a minha mãe e meus filhos.

Tive meu primeiro filho em Salvador fruto de um relacionamento que eu amei muito, mas não deu certo.

Vim com meu filho de 1 ano visitar a minha mãe e acabei conhecendo o J*.

No começo tudo flores, mas depois de alguns meses morando junto e sem saber que estava grávida, veio a primeira agressão.

Minha mãe que morava do lado não me aceitou de volta com medo dele fazer alguma coisa com ela. Minha mãe ficou omissa durante os quase 15 anos de casada que fiquei.

Com medo de ele agredir meu filho o deixei com minha mãe e aí ele sentiu liberdade pra me bater mais e mais.

Aos 7 meses de gravidez após uma surra, dei à luz prematuramente ao meu bebê de nome Bruno, coisa mais linda da mãe.

Bruno faleceu 2 meses depois.

Perdi o chão, a força, a dignidade.

Ficava trancada em casa, apanhava e era usada logo depois.

Se eu não o deixava transar ele me batia e usava droga do meu lado e não dormia a madrugada toda.

Comecei a tomar remédio escondido pra não engravidar mais.

Ele achou, me bateu e enfiou todos os comprimidos de uma caixa dentro da minha boca e fez eu engolir.

Fui parar no hospital.

Chegando lá, falou baixinho no meu ouvido: "olha bem o que você vai falar, pra quando chegar em casa você não ter que velar o corpo da sua mãe ".

Me calei.

Ele então disse pro médico que eu estava muito nervosa e quis tomar a cartela toda.

Eu confirmei.

Depois desse dia ele passava o dia me vigiando.

Ele não trabalhava e eu vivia com ajuda de algumas pessoas.

Passava o dia fumando maconha, vendendo coisas de casa pra comprar e me batendo.

Engravidei de novo, apanhei a gravidez toda, na dieta engravidei de novo, depois de novo e de novo.

Das 5 gravidezes que tive apenas duas consegui fazer o pré-Natal, e ainda aparecendo em uma consulta e faltando em outras.

Ele não deixava ser médico, apenas médica.

A rua inteira via as agressões, a rua inteira ficava olhando, mas " em briga de marido e mulher ninguém mete a colher".

Isso porque estou resumindo.

Ele queimou meu braço com água quente do café.

Cortou meu cabelo.

Não me deixava usar creme no cabelo.

Dava soco nas minhas costas.

Transava a força comigo mesmo eu estando menstruada.

Não trabalhava.

Colocava cadeado gigante no portão.

Vendeu meu tanquinho de lavar roupas e no dia em que ele não arrumava nada para comprar drogas, ele arrancava a televisão da tomada para eu não assistir e guardava no Guarda roupa.

As crianças viam todas as agressões.

Minha mãe nunca permitiu que eu morasse com ela.

Eu não tinha mais ninguém aqui.

Só meus filhos e Deus.

Aí apareceu um concurso público, pedi implorei pra deixar eu fazer a prova, aleguei que era para trabalhar e cuidar das crianças, mas eu tinha planos de ir embora no primeiro dia de trabalho

Sem dinheiro para pagar a inscrição, vendi umas peças de roupa e consegui pagar.

Passei.

Ele fez um inferno.

Me levava e me buscava em uma bicicleta.

Conheci meu grande amor no primeiro dia de trabalho.

Ele com 20 anos e eu com 33 anos,5 filhos, acabada e destruída.

Demorou alguns dias para trocarmos palavras e quando falamos algo sobre o café, ele sorriu e era o sorriso mais lindo da face da terra.

Naquele dia, quando chegamos em casa e meu torturador começou a me xingar eu nem me importei.

O sorriso do Antônio não saía da minha mente.

Os dias foram ficando mais fáceis de levar.

O Antônio existia!

Meu mundo caiu quando descobri que ele era casado...faziam 2 meses que ele havia se casado com sua namorada de adolescência.

Ok.

Eu estava apaixonada por alguém que nunca toquei, nunca beijei.

Ele nem sonhava sobre os meus sentimentos.

Quando não aguentei mais AQUILO tudo dentro de mim, eu abri meu coração.

Contei tudo oque eu estava sentindo.

Ele ficou mudo.

Depois me disse que lamentava oque eu sofria, e que se a gente tivesse se conhecido em outros tempos, talvez seria diferente.

Fiquei aliviada por ter dividido tanto amor que sentia por ele.

Mas nunca passou na minha cabeça me envolver em uma traição.

Contei para aliviar o coração.

No dia seguinte ele chega tão lindo, mas tão lindo que meu coração quase sai do peito.

Me chamou pra conversar.

Disse que não dormiu a noite toda pensando no que eu disse.

Que ele nunca imaginaria despertar algo tão intenso em alguém.

E falou uma frase assim:

"Claudia sabe quando você abre a janela e vem um sol fraquinho, morno...? Depois você abre de novo e aparece aquele sol gostoso” assim me sinto em relação a você!!!

Ele se separou da esposa com seis meses de casado, montou casa pra mim e os meus cinco filhos e estamos juntos há onze anos.

luiz remidio
Enviado por luiz remidio em 16/11/2018
Reeditado em 16/11/2018
Código do texto: T6504037
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