A CULPA É DO VIDEOGAME!

Desde que Nilce perdeu o marido, sua maior preocupação era Gustavo. A internet fez ele se interessar por jogos e ela monitorou de perto pra evitar jogos impróprios. Encontrou um jogo de corrida barato pra computadores baratos, colorido, sem agressividade.

Gustavo agradeceu o presente e passava boa parte do seu tempo de folga ali, mas Nilce ficava de olho pra ver se ele não estava fazendo nada de errado: era a “censura” da casa.

Por causa do jogo, Gustavo começou a brincar de carrinho de rolimã com os seus colegas, e Nilce ficou feliz de ver o filho tendo uma infância “normal”.

Um dia, o rolimã de Gustavo deu uma topada na pedra que jogou o brinquedo pra frente e fez o crânio bater com tudo no chão duro. A mãe correu pra ver o que ouve e viu o filho na maca depois de sangrar. Pediu pra ir na ambulância. O atendimento demorou e ele não resistiu.

Foi um momento de muita dor. Nilce agora estava sozinha e se perguntava aonde errou. Lembrou que o interesse todo começou do jogo que comprou, e usou a Internet pra deflagrar uma cruzada aos jogos violentos.