O vestibular perdido por João

Havia chegado o dia tão aguardado pelos estudantes que se formam no ensino médio que é o vestibular.

A data era 25 de fevereiro de 2008, o mesmo dia de aniversário de João,um aluno exemplar de uma escola pública que tinha acabado de terminar o ensino médio e pretendia prestar o vestibular da USP, uma das melhores Universidades do Brasil para o curso de Direito,seu sonho era se tornar um advogado criminalista conceituado e ele estudava bastante para isso,passava dias,semanas,meses,em claro, só estudando a fio, para quem sabe, ser aprovado na faculdade pública de seus sonhos que é a USP,ele se imaginava,estudando e lendo os grandes livros da biblioteca da faculdade do largo de São Francisco.

Seu aniversário,ele deixaria para comemorar,a noite,ao chegar, de sua prova de vestibular que estava marcado às 14 horas, lá no bairro do Butantã,ele teria que sair de sua casa,bem cedo ,pelo menos, umas 3 horas antes,do horário marcado da prova,porque, ele morava deveras longe do local de destino.

Então,ele saiu de casa, às 11 horas da manhã,já todo alimentado, arrumado ,preparado e levando consigo tudo que precisava,ou seja,caneta azul,borracha, lápis,o dinheiro da condução que ele teria que pegar vários ônibus até chegar lá,ele morava num bairro periférico,afastado do centro de São Paulo,ele despediu-se de seus pais com quem ele morava.

E foi direto para o ponto de ônibus,ansioso, pensando como seria aquela sua prova de vestibular,certamente,muito difícil e disputada por milhares de estudantes para um curso acadêmico tão concorrido quanto o de Direito.

Mesmo assim,ele estava confiante,tempo vai e tempo vem,ele já estava no ponto esperando o ônibus, já havia se passado, cerca de 30 minutos exatos em seu relógio de pulso,ele contava segundo por segundo para logo chegar ao local destinado,de repente, o ônibus, finalmente, chegou,que iria até o centro,que demoraria mais algum tempo até chegar lá com um baita trânsito que estava naquele dia, João,ainda haveria de pegar um outro ônibus até chegar na USP.

Assim que ele chegou no centro,já havia se passado,um tempinho,o relógio marcava meio-dia e meia,ele estava ali,no terminal de ônibus estático, só a espera de mais um ônibus,e este também estava atrasado,estava demorando a beça,já era 1 hora da tarde ,e os portões da faculdade fechariam as 2 horas da tarde em ponto e ele não podia, se atrasar,faltava só mais uma hora, o tempo exato dele pegar o segundo e último ônibus para chegar,cerca de vinte minutos depois,o que tanto ,ele esperava chegou, o ônibus,ele rapidamente,entrou com o coração na mão,de tamanha preocupação com medo de se atrasar,e se sentou num dos bancos do fundo.

E o motorista do ônibus,além de logo partir da plataforma do terminal,este aproveitava para conversar com seus amigos de trabalho que ali estavam a tomar um café,e João aflito,sem saber já o que fazer,pensando,meu Deus,eu não vou conseguir chegar a tempo nesse vestibular.

Assim que o motorista,resolveu,finalmente,sair,já era 1 hora e trinta minutos da tarde,o ônibus partiu,e João,já começou a tremer, porque não havia nem haveria tolerância para atrasos ou chegava no horário ou não tinha jeito.

O trânsito,naquele dia estava complicado,assim que o ônibus estava chegando perto da faculdade, João logo apertou a campainha,e o motorista abriu as portas de seu ônibus e ele desembarcou do mesmo,e saiu correndo que faltavam apenas 5 minutos,para entrar pelos portões da faculdade para fazer seu tão sonhado e esperado vestibular,mas, onde, João, tinha descido do ônibus,ficava a 1 quilômetro de distância do portão principal da USP e os segundos passavam-se,João ia correndo,sem sequer ter tempo de respirar,assim que ele estava prestes a se aproximar do portão,já ele ofegante, tinham acabado de dar 2 horas da tarde em ponto.

E os seguranças da faculdade, já haviam fechado os portões da mesma na cara dele,sem um só pingo de perdão nem tolerância, João disse, deixe-me entrar,eu preciso muito fazer essa prova, só Deus sabe o quanto,eu me preparei o ano todo para fazê-la,os seguranças disseram-lhe: Sinto muito ,mas regras são regras,não toleramos atrasos de ninguém nem de um segundo sequer,também, lá, havia outros que assim como João,se atrasaram e ficaram do lado de fora da Universidade.

João dizia,o tempo todo com a mão na cabeça,eu não estou acreditando nisso,e este havia começado a chorar,e para piorar, ainda mais, a situação,um dos seguranças que ali estava atrás do portão fechado disse-lhe rindo com um certo tom de deboche: Procure não se atrasar e chegar no horário certo da próxima vez.

Sendo assim, naquele dia,João perdeu seu vestibular que ele tanto havia estudado e se preparado por conta de seu mínimo atraso.

E a minha pergunta que fica é: João devia ter saído ainda mais cedo de sua casa ou a culpa foi dos motoristas de ônibus? Que, aparentemente, não estavam com vontade de trabalhar!

Seja lá o que for, infelizmente,aquela data haverá sempre de ser lembrada e jamais esquecida por João,porque,além de perder o grande vestibular de sua vida,também foi a data de seu aniversário de 18 anos de idade.

Autor: Wilhans Lima Mickosz

Wilhans Mickosz
Enviado por Wilhans Mickosz em 27/09/2020
Reeditado em 19/06/2021
Código do texto: T7073417
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