Conversa Pandêmica- Micro conto.

-Oi tia, Como está nessa pandemia, tudo beleza?

-Que pandemia menino?

-Oxe, tia, a do tal vírus.

-Sei disso não.

-Brincadeira né?

-Não, verdade.

-Essa praga que tá matando um monte de gente não ouviu falar?

-Hah! A cólera e a peste negra? Já faz muitos anos. Voltou foi?

-Não tia, a do tal vírus que não podemos dizer o nome porque senão processam.

-Doidice é essa menino?

-É tia.Tou falando pra senhora se precaver, tomando aqueles remédios que também não se pode falar os nomes, só o apelido, Ivet e Clô.

-Que conversa doida é essa?

-Pois é. Um remédio que minha mãe usou em mim pra matar piolho, a senhora conhece sim.

-Ai Jesus! Que houve com você meu sobrinho? Não fala coisa com coisa.

-É porque tá proibido falar na rede, e acho que no celular também, por causa do ataque dos hackers.

-Levante da rede menino e vá tomar sua temperatura porque acho que você está com febre. E que celular é esse que você tá falando? Meu telefone é fixo, pendurado na parede.

-Tia, você precisa comprar um celular. Ninguém mais vive sem um.

-Comprar pra quê? Você disse que não pode falar nele por causa do ataque dos ratos.

-Não é rato tia, é hacker.

-Dá na mesma.

-Tá bom tia, se cuida. Se sair use máscara e evite aglomeração.

-Máscara e aglomeração é coisa de carnaval. Deus me livre. Soube que no carnaval passado tinha um ET xing-ling espalhando doença na multidão.Tô fora.

-Esperta hein tia! Agora entendi. Continue assim.

Darcy Brito
Enviado por Darcy Brito em 16/06/2021
Reeditado em 16/06/2021
Código do texto: T7280148
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