VILA DE SANTO ANTÔNIO II

Prefácio

Alci Santos Vivas Amado, conforme consta da sua biografia, é uma pessoa digna e um cidadão atuante onde reside. Pessoa cuja vida soube apreciá-la e vivê-la na essência.

Faço essa afirmação após ter o privilégio e o prazer de ler o original de seus contos "Vila de Santo Antônio" em que retrata momentos pessoais e de amigos com uma simplicidade encantatória, contos que sem dúvida alguma, abriga sonhos e traduz com maestria o modo singelo das vidas interioranas. E para esses contos, pede-me para fazer o prefácio. Eu com prazer, na tentativa de apresentá-los, traço alguns comentários.

São contos que encantam, não só pela pureza que torna a linguagem não rebuscada, e por isso envolvente, mas também, pela quantidade de questionamentos que abriga.

É um trabalho em que se percebe, que com a finalidade única de registrar momentos do cotidiano, o autor desperta o leitor para contemplar que os instantâneos pessoais, por mais banais que sejam, apresentam, no intimo, algo de revelador.

Há passagens na obra em que podemos notar que há críticas fortíssimas a alguns segmentos sociais, valorização à religiosidade, momentos de união comunitária, como a construção da capela, paródia de passagens biblicas (Pe. Leão ao derrubar as barracas). Transformação da Educação, como também, a mudança de enfoque da familia que troca o convívio familiar pela televisão... a valorização exemplar do perdão, realizado pela personagem Olimpia... Enfim... "Vila de Santo Antônio" é um convite a observar de perto a sabedoria da pessoa que valoriza o "SER" em detrimento do "TER", sem dúvida um privilégio de poucos.

Creio que essas apresentações não bastam, mas os contos por si só já é um convite à leitura, porque o Sr. Alci soube realizar com perfeição, um trabalho que adequa a palavra à emoção. Ai reside sua arte. E com certeza, o encanto da obra.

Madalena de Assis Torres