O QUE AQUI SE PLANTA, AQUI SE COLHE!

Numa cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, Capão do Leão, onde localiza-se a segunda maior jazida de pedras do mundo, morava uma família comum como tantas outras famílias brasileiras. Essa família era proprietária e trabalhava em conjunto na maior panificadora do município. E todos conheciam e respeitavam o senhor Germano Henick, sua esposa, Fátima e filhos: Roberto e Sandra.

O senhor Germano era um homem calmo, trabalhador, honesto, caridoso e muito tímido. Sua mulher, Fátima, era uma pessoa fria, calculista, distante, anti-social, trabalhadora também, mas extremamente consumista e triste. Roberto como qualquer jovem de sua idade, era um tanto desligado. Protegido pela mãe, era um rapaz tão triste quanto sua genitora e também era molengão, relapso, preguiçoso, que fazia as coisas que o pai lhe pedia sempre com muita negligência. Enfim, era o tipo boyzinho e se não era pior é porque apesar de não ter a voz mais ativa da família, o pai sempre fora amado e respeitado pelos dois filhos que faziam o que ele queria sempre, com ou sem vontade.

Já Sandra era uma verdadeira nefelibata, vivia sonhando, com a cabeça nas nuvens e construindo castelos de areia. Era muito estudiosa, amava ler e imaginar-se nas cenas dos romances que lia, onde ela sempre era a mocinha da história. Era trabalhadora, prestativa, preocupada com a família e com todos. E amava o pai acima de tudo.

Tirando Deus, o pai era seu maior ídolo, embora soubesse que não deveria idolatrar ninguém, porque o pai mesmo lhe ensinara isso. Não obstante, Sandra não suportava ver o pai sofrer calado e não se rebelar. Ah, se ela estivesse no lugar do pai... Certamente já teria virado a mesa há muito tempo! Não entendia como o pai aceitava viver aquela situação de humilhação em que vivia, sendo ele um homem capaz de se virar sozinho, como sempre fora. Mas, o pai sempre lhe respondia que só os mansos de espírito mereciam o paraíso. E que o importante seria o que viria num pós morte e não no agora. Então, mais Sandra se condoia pelo pai e mais o admirava, ao mesmo tempo em que o importunava demais, pedindo-lhe que rezasse por ela. Pois, pensava que sendo o pai tão correto, de acordo com os gostos de Deus, que Esse o ouviria melhor do que a ela que jamais conseguiria ser ¨mansa¨ como o pai, porque para ela, ser manso de espírito tinha a conotação de ser humilhado perante aos outros e ela jamais aceitaria as humilhações que o pai aceitava.

Às vezes, chegava a irritar-se com Deus. Como podia esse Deus ser bom como seu pai dizia, se queria que as pessoas sofressem como seu pai sofria? Mas, imediatamente, cheia de culpa chorava muito pedindo perdão e corria ao pai e ao irmão para pedir que eles também pedissem perdão por ela. É que seu irmão embora com todos aqueles adjetivos aqui elencados, era tão sabido das coisas de Deus quanto seu pai. E ela acreditava que o irmão assim como o pai, iria para o céu. Já ela e a mãe precisavam de muitas orações, ou estariam de ante-mão, condenadas ao inferno. A mãe por ser arrogante e impiedosa e ela por ser julgadora da mãe e de Deus: dois seres sagrados.

Além disso, cometia vários pecadinhos aqui e ali, tipo pegar o dinheiro que deveria ser doado na coleta da igreja e gastar todo no bar da esquina com guloseimas, quando era menor. Agora sabia mais que nunca que havia pecado, mas como confessar ao pai que de certa forma, roubara o dinheiro da coleta? Ah, esse devia ser um sacrilégio, porque como não tinha como confessar ao pai, também não tinha como pedir-lhe que falasse com Deus por ela. Mas, por via das dúvidas, só para amenizar um pouquinho a situação, Sandra pediu ao pai que falasse com Deus para perdoar-lhe todos os pecados, até mesmo aqueles que ela havia esquecido de falar, ou que nem soubera que pecara. Pronto: Acabara de cometer mais um. Enganara o pai, mas Deus lia seu pensamento e sabia que ela não esquecera de coisa alguma então, estava mentindo pra Deus. Puxa! Que Deus mais complicado! Pois se a gente peca até por pensamentos! Como vou dominar meus pensamentos? E, se não pode, só porque sei que não pode, aí que esses pensamentos vêem mesmo... Pensava Sandra.

Entretanto, não encontrava soluções para seu dilema então, fugia desses pensamentos até pra não pecar mais, através das leituras que fazia e dos sonhos suscitados por elas. Mas, também com esses sonhos pecava. Então, seu caso era quase que perdido. Não adiantava muito ser boazinha com as pessoas, ser tudo o que procurava ser de bom, porque seus defeitos eram muito superiores às suas qualidades. Como precisava melhorar e como precisava desse pai! Só ele poderia ajudá-la a conseguir uma passagem para o reino de Deus. Posto ser seu pai tão íntimo com Deus, certamente, por piedade de seu pai que era um bom homem, o Senhor havia de abrir uma exceção e aceitar a Sandra pecadora lá também. Puxa! Era o mínimo que o Senhor poderia fazer depois de ter deixado seu pobre pai sofrer tanto assim na vida! Pensando assim, Sandra se esmerava pra facilitar a vida do pai e ainda fazer uma média com Deus, tentando fazer tudo certinho como deveria ser. Porém, não pela média propriamente dita, porque da forma que amava o pai, faria por ele enquanto Deus não a enviasse para o inferno, caso esse fosse realmente seu destino. Todavia, ainda tinha uma esperança de ser salva. Pois o pai lhe dissera que pra ser salvo, bastava que se acreditasse que Cristo morreu na cruz pra nos lavar de nossos pecados e arrepender-se desses pecados antes de morrer. Bem, acreditar em Cristo era fácil, o difícil era arrepender-se de seus pecados, tinha uns que ele cometia diariamente e eram tão bons... Mas, ela ainda teria muito tempo pela frente. Quem sabe mais tarde, conseguisse arrepender-se, ainda? E, além de se arrepender, tinha de enjoar fazer as coisas que fazia. Ou continuaria pecando até morrer e aí, não teria jeito: Iria ficar cara a cara com o capeta que a levaria para um caldeirão fervendo, ou então, a colocaria dentro de uma enorme fossa cheia de porcarias fétidas e ali permaneceria por toda a eternidade. Só em pensar nas possibilidades, Sandra quase desistia de seus pecados. Porém, a tentação do capeta era terrível e ela não resistia. Para redimir-se um pouco, tentava desesperadamente, acertar em outras áreas de sua vida.

Assim, toda a manhã, Sandra abria as portas da padaria e começava a atender os primeiros fregueses que chegavam nos caminhões que levavam os marroeiros para as pedreiras. Seu pai então, carregava o carro com os pães que iria levar para fazer o reparte nos comércios da cidade e saia deixando-a só no balcão.

Apesar de ser um tanto árduo o trabalho na padaria, ele gostava do que fazia, assim como Sandra também gostava. E principalmente quando o balcão ficava cheio de fregueses, nas horas de pique em que tanto seu pai, quanto sua mãe e seu irmão ficavam nervosos, com a agitação, ela mais amava estar ali. Era a sua hora predileta, porque ela conseguia fazer as coisas melhor que o pai e o irmão e de certa forma, também melhor que a mãe. Essa era rápida como Sandra, mas, não tinha a mesma calma e paciência. E a garota percebia que as pessoas preferiam serem atendidas por ela e não por seus familiares. Além de ser rápida, adivinhava-lhes as vontades e era sempre muito simpática a todos... Fazendo as coisas ao gosto de cada um que ela já conhecia muito bem. Esses marroeiros por exemplo, tinham de ser atendidos muito rápido, porque os caminhões não podiam ficar muito tempo parados, eles tinham um horário pra cumprir. Assim, quando o caminhão chegava em frente a padaria, nem bem tinha parado e os homens já estavam saltando para o chão e correndo para dentro do varejo. Ali, falavam quase todos ao mesmo tempo. O pai de Sandra ficava nervoso, corria de um lado ao outro, tropeçava nas coisas, se irritava, reclamava de Sandra e dos funcionários e cortava os frios muito grossos, porque assim ele acreditava ser mais rápido para servir a quantia desejada . E ele já sabia até o número de fatias que tinha que cortar pra completar tantas gramas lhe fossem pedidas. Mas, Sandra, sabia que os fregueses não comeriam aqueles frios em uma única refeição diária e que como levavam bastante pão, seria interessante que os frios fossem suficientes para rechear vários pães. Além do que, ela própria sempre achou muito mais saborosa uma fatia fina de mortadela do que uma fatia cortada grosseiramente. Da mesma forma o queijo, assim, reduzia a máquina e fatiava tudo bem fininho. Isso atrasava seu pai que vendo rodelas tão finas, não tinha como saber de cabeça, quantas fatias deveriam ser colocadas na balança e, por isso, se irritava. Mas, Sandra nem ouvia as xingadas de seu pai, ela assistia com prazer, o sorriso agradecido dos fregueses por ter agido daquela forma e isso era o suficiente para ela. Não fazia mal se o pai ficasse bravo, passaria e no dia seguinte tudo se repetiria novamente. Inclusive os fregueses se empurrando para serem atendidos por Sandra e não pelos demais. Aliás, mesmo com toda essa agitação de seu pai e ela tendo de cortar os frios para que o pai atendesse melhor os fregueses, ela ainda conseguia atender uns três, enquanto o pai despachava um e ela ria-se satisfeita internamente por conseguir tal façanha.

Tirando esse detalhe, o restante do dia era mais calmo e pacífico para o pai de Sandra e irritante para ela. Ocorre que fora dos horários de pique, o pai ia para a frente pegar um pouco de sol e o vizinho ao lado vinha conversar com seu pai. Que velho bem fofoqueiro aquele! Cuidava da vida de todo o mundo, sabia de tudo e de todos. Era o barbeiro. E enquanto fazia a barba nos homens do centro da cidade, pesquisava e comentava a vida alheia. Como aqueles homens eram burros em lhe falar suas coisas. Então, não viam que assim como o velho comentava dos outros com eles, depois iria comentar deles também, com os outros?! E seu pai? Por que tinha de ir conversar com aquele velho? Que coisa! Sandra detestava que alguém soubesse da intimidade de sua família e também não se interessava pelas coisas das outras pessoas. Mas, enfim, nem tudo é perfeito. Seu pai tão bom que era tinha que ter algum defeitinho e o seu era esse: conversar com aquele velho fofoqueiro. Bhá! Será que o pai comentava com ele seus problemas?! Se o fizesse, estava já na boca do povo e nem sabia disso...

Bem, mas nem todo o dia o pai tinha tempo para ficar ali dando trela ao vizinho. Ele fazia dois repartes diários: o primeiro ainda de madrugada e o segundo na primeira hora da tarde. Nesses dois horários, Sandra ficava só no balcão. A tarde, na hora de pique, a mãe vinha dar uma força e dependendo do movimento, vinha também o irmão e, óbvio, o pai. Mas, pela manhã, Sandra enfrentava praticamente só, o horário de pique. Talvez, por isso, que pegou destreza e conseguia atender melhor e mais rápido que todos.

Diariamente, exatamente ao meio-dia, Sandra baixava a cortina de ferro da panificadora e dava graças a Deus por ter uns momentos de descanso. Porém, uma hora e meia mais tarde, tinha de abrir novamente. E todo o dia quando levantava a cortina, a primeira pessoa que via era um menino franzino, esquelético e sujinho que vinha lhe pedir o pão da tarde. Ele nunca tinha dinheiro para pagar o pão, mas levava-o mesmo assim. Ela alcançava o pão e o menino ia embora satisfeito. Isso acontecia desde quando esse menino tinha uns quatro aninhos de idade.

Foi numa das inúmeras madrugadas em que o senhor Germano saia para fazer o reparte, que encontrou esse ¨freguês¨. Pois ele estava terminando o reparte quando viu um menininho dizer-lhe: _ ¨Paderro!¨ Me dá um pão, ¨paderro¨? Seu Germano olhou para o estado de penúria daquela criança tão pequena e alcançou-lhe um pão de quarto de quilo. O menino já saiu dali comendo o pão e correndo para casa. E quando seu Germano chegou em casa, o menino já estava em frente a padaria para pedir mais um pão. Quando seu Germano disse que já havia lhe dado o pão, o menino respondeu que em casa tinha outros irmãos e que o pão que recebera fora insuficiente para todos. Perguntado sobre o que seu pai fazia, respondeu que o pai morrera e a mãe ficara só para criar seus seis filhos pequenos. Compadecido, seu Germano alcançou-lhe outro pão e o menino fora embora.

Mas, no dia seguinte, bem cedinho, lá estava ele esperando o ¨paderro¨ na frente do último comércio visitado por esse, pela manhã. E dessa vez, já ganhou um pão de meio quilo. Entretanto, retornou a tarde na padaria dizendo ter ido buscar o pão da tarde. E levou-o novamente. Assim foram vários dias consecutivos. Até que um dia de maior movimento, faltava pão para completar o estoque dos comércios. E o menino veio e como de costume pediu o pão. Seu Germano disse: _ Hoje, eu não tenho o pão pra te dar. Está me faltando pão para entregar em todos os locais que preciso.

O menino então, correu atrás de seu carro. E quando ele parou o carro, preocupado com o menino, esse chorando disse: _ Por favor, paderro, eu tô com fome... Seu Germano então, não tendo o pão, deu uma cuca para o menino e também um pacote de biscoitos salgados. E a partir daquele dia, sempre que carregava o carro, já colocava separado o pão do menino que agora, ele sabia que tinha quatro anos de idade e que se chamava Valdomiro.

O tempo foi passando e um dia, o Valdomiro não pode ir pegar o pão, porque ficara doente. Estava em casa na cama, com muita febre. Então, seu Germano conheceu seu irmão de doze anos de idade. O irmão de Valdomiro chegou, disse quem era e porque o irmão não tinha ido ao encontro do padeiro naquela manhã.

Seu Germano deu-lhe o pão e a tarde, quando ele retornou pra pedir outro, o dono da padaria disse que lhe daria o pão se ele entrasse e o ajudasse a lavar umas formas de fazer bolo inglês que precisavam ser lavadas para o padeiro usar novamente. Ele aceitou, entrou e lavou como lhe fora ensinado. Ao final da tarde, recebeu o pão e alguns trocados. Depois, seu Germano o convidou a ficar trabalhando na padaria como ajudante do padeiro, fazendo pequenos serviços pelos quais receberia um salário e poderia ajudar sua mãe. E assim foi. O rapaz ficou trabalhando ali dos doze anos até os vinte, idade em que fora mortalmente atingido por uma bala perdida, no pátio de uma igreja. E que fora disparada por um homem ciumento que fora lá para matar outro jovem que estava também no pátio da igreja, numa festinha que acontecia lá, por razão de ser semana da páscoa. Ele mirou pra acertar em seu desafeto, mas a bala acertou o rapaz que estava ao lado dele e morreu sem saber porquê, nem por quem.

Mas, o Valdomiro crescera e desde que seu irmão fora trabalhar na padaria, ele nunca mais atacara o padeiro, ou melhor, o senhor Germano, para pedir pães. Até porque seu irmão levava o pão diariamente para a família toda. E todo o fim de mês, além do salário, levava também, uma cesta básica para sua mãe. A família já não passava mais fome.

O senhor Germano, por motivos pessoais, resolveu vender seu comércio e mudar-se para o campo. Sandra foi aprovada no vestibular e freqüentava a faculdade a noite, porque trabalhava durante o dia numa grande empresa da cidade vizinha a que morava.

Certa noite, a professora de uma das cadeiras que Sandra freqüentava, resolveu liberar os alunos mais cedo. Sandra sempre se fazia acompanhar de duas ou mais colegas até o ponto de ônibus. Mas, naquela noite, suas colegas queriam ficar na biblioteca da faculdade terminando um trabalho, de outra disciplina, que ainda não haviam concluído. E como Sandra já havia terminado e entregue o seu ao professor, queria ir logo para casa, pois como sua vida era muito corrida entre trabalho, faculdade e transportes, estava sempre cansada. Assim, mesmo com um pouco de medo e apesar das mais de vinte quadras que teria de caminhar, resolveu enfrentar as ruas sozinha mesmo. E foi.

Caminhou sempre rápido e rezando pelas oito primeiras quadras sem ver viva alma nas ruas praticamente escuras daquela região da cidade. E quando chegou num lugar mais iluminado, diminuiu um pouco os passos, para descansar as pernas, de certa forma aliviada por ter entrado em ruas agora fartamente iluminadas. Mas, de repente, olhou para a sua frente e viu alguns rapazes numa esquina em frente a praça. Chegou a pensar em retornar. Mas, se o fizesse e aqueles caras fossem mesmo mal intencionados, seria facilmente alcançada por eles, em ruas escuras e sem nenhum movimento, o que lhe assustava mais ainda. Assim, achou que o melhor a fazer era fingir tranqüilidade e seguir em frente o mais rápido possível e de cabeça baixa. E assim o fez. Até que sentiu um gelo no estômago ao perceber que os rapazes caminhavam ao seu encontro cercando-a.

Ainda assim, tentou prosseguir de cabeça baixa. Mas, um deles alto feito uma parede parou em sua frente cortando-lhe a passagem. E todos pareciam cães famintos prontos para abocanhar sua presa. Ela então, tremendo muito, levantou os olhos e percebeu que um deles continuava sentado no mesmo lugar. Ficou intrigada, porque ele estava com aqueles rapazes se não concordava com a atitude deles? E nesse lapso de tempo, enquanto pensava, pousou seus olhos no rapaz que olhando-a levantou-se e caminhando para ela, ao mesmo tempo em que abria os braços, como se estivesse dispersando os outros e disse : _ Esperem! Ela então, pode ver-lhe melhor e ficou mais apavorada ainda, quando o rapaz de origem africana, com quase dois metros de altura, usando um cabelo do tipo Black Power, com uma cara de poucos amigos aproximou-se dela. E parando em sua frente ficou fitando-a. Ela então, observou que os demais embora, permanecessem ali, haviam aberto mais o círculo, o que significava que aquele era o líder do grupo, já que o tinham atendido. Em seguida, o rapaz faz-lhe uma pergunta inusitada: _ Tu não és a filha do senhor Germano? Tu és a Sandra, não é? E ela sem saber o motivo da pergunta, mas assustada demais até para refletir, afirmou ser sim quem ele dissera. E ele abrindo um sorriso desdentado disse olhando aos demais: _ Ninguém fará nada com ela! Essa moça é filha do homem que matou minha fome e a fome de meus irmãos quando eu era pequeno. Se estou vivo, agradeço ao pai dela. E, virando-se novamente para Sandra, disse quem era e completou: _ Olha, eu sou o Valdomiro, lembra de mim? E não vou deixar eles te assaltarem. Mas, vou te dar um conselho: Não passa mais por aqui a essas horas, não. Porque não é só o meu grupo que cuida dessa área aqui e outro dia podes não ter a mesma sorte de hoje, se eu não estiver aqui.

Sandra então, agradeceu, cumprimentou-o e foi embora pensativa: Mais uma vez, uma atitude boa de seu pai, havia lhe salvo. Além disso, Deus havia se compadecido dela, apesar de ser uma pecadora. Porque se Deus não quisesse, o Valdomiro não a lembraria e, conseqüentemente, não a defenderia. Por outro lado, como seu pai mesmo sempre lhe dizia: O que aqui se planta, aqui se colhe...

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 12/03/2008
Reeditado em 13/04/2009
Código do texto: T898187
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