Badaladas

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Naqueles primeiros instantes que procederam a sua estréia, o mundo apresentou-se ao garoto em formas e valores completamente avessos aos que saudaram seus pais e avós um dia. Feito uma nova meretriz no bordel, a vida lhe atiçava com promessas e ares de boas novas, encerrando seus mistérios em um leve sorriso de soslaio. Nascido em chão frio de corredor de hospital sucateado, em uma destas típicas e teimosas explosões de vida, como faz a indesejável erva daninha se retorcendo entre as placas de concreto. Encarando a superação frente às desventuras como providência divina, a mãe decidiu homenagear o santo do dia no registro da criança. Era uma noite de 29 de janeiro quando Constâncio se tornou o último da estirpe dos Guerra.

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Constâncio já havia se habituado a aquilo que os adultos ainda tanto estranhavam. De fato, nunca havia conhecido outra forma de se viver para estabelecer um paralelo, e a parca escolaridade que desenvolveria nos anos seguintes se daria através de alguns desbotados livros didáticos achados por sua mãe em uma pilha de entulhos, com os quais ela debilmente ministrava rasas noções, sobre as quais ela mesma mal fazia juízo, a seu filho. Conceitos como república ou países nunca fizeram muito sentido na cabeça do garoto. Sabia apenas da existência de um homem forte no norte que comandava o planeta. Ainda não sabia se era bom ou ruim, mas a ele isto bastava. Estava apenas preocupado com sua barriga vazia.

Se houvesse nascido algumas décadas antes, teria visto a queda de países feito uma trilha de dominó, em uma caminhada torta por um desfiladeiro beirando o precipício da extinção humana. Nesta época, a falta de recursos naturais inicialmente levou a um clima de mal estar político, onde os líderes de diversas nações se digladiavam questionando a cerca da eficiência na exploração hidráulica, mineral e alimentícia gerenciadas pelos demais. Não demorou para que os debates calorosos e as acusações ríspidas se desenrolassem em um conflito armado. Contudo, ao contrário do observado nas primeiras Grandes Guerras Mundiais, este combate não foi marcado por alianças, e sim pela luta individual e feroz que a cobiça desencadeou pelo globo. Centenas de milhões morreram, o que certas pessoas veriam como algo bom para as dispensas e a superlotação do planeta, não fosse o estrago que as batalhas também geraram nas terras exploráveis e reservas de água. Logo, exércitos caídos se estapeavam em cego desespero, e bastou à Força Branca derrubá-los um a um, não demonstrando a piedade que a cor de seu nome deveria lhe atribuir. Carregando sua bandeira alva com flechas cruzadas para todos os lados, feito uma rosa dos ventos armamentista, tomaram as rédeas dos combates. Nunca se soube ao certo como surgiram, mas o que se dizia era que a Força se compunha de homens e mulheres insatisfeitos com a situação liderados por outros muito esclarecidos e de diversas nacionalidades. Soube-se apenas no pós-guerra que sua imensa maioria era na verdade composta por norte americanos, o que foi evidenciado pela instalação da sede do novo governo instaurado pela mesma na antiga capital dos Estados Unidos.

Nomearam o episódio como a maior conquista da humanidade, o que agradou tanto aos otimistas como aos pessimistas, graças aos bons usos da palavra. Sobre a cidade devastada de Washington DC, mais precisamente na carcaça da Casa Branca, foi erguida a monumental Coroa de Todos os Povos, de onde o novo e único partido administraria todas as regiões da Terra.

Constâncio poderia saber de tudo isso, mas não sabia. A ignorância de sua mãe, que vivenciou todo este processo, limitou-a a entender que houvera uma grande guerra por causa de comida, água e outras coisas. Que o Brasil havia trocado de nome, e agora era Setor Sul-americano. Que não existiam mais vilas, bairros ou comunidades. Para ela, bastava saber que morava na sub-zona sete do Rio de Janeiro e que para se comer precisava ir trabalhar às cinco da manhã nas saleiras. Enquanto isso, Constâncio fitava a geladeira vazia na procura de algum alimento esquecido.

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Já havia vinte anos que a Força Branca chefiava a humanidade quando Constâncio pegou pela primeira vez em uma arma. Nunca se esqueceria da forma como sua pele de ébano ouriçou-se com o toque frio do metal. Ficou bestificado com a beleza das curvas daquela pistola, algo que apenas voltaria a ocorrer quando seus olhos caíssem na provocante silhueta de Carminha anos após. O revolver contrastava com seus ossos saltados do quadril, parecendo conferir um grande peso em seu andar, impressão dada graças à sua estrutura mirrada e curvilínea que ganhava maiores proporções por conta de sua altura.

Estava em plena adolescência quando resolveu deixar seu emprego nas saleiras para se juntar a um grupo de traficantes de sua sub-zona. O estopim que levou a mudança se deu graças às novas medidas adotadas pela Coroa, em um conjunto de ações totalitárias nascidas na mente transviada de um líder sem rosto qualquer. Decidiu-se adotar a fundação de um extravagante conjunto de órgãos públicos denominado Constelação da Coroa. A principal função de cada um destes era fiscalizar e controlar determinados setores populacionais e econômicos. Assim, surgiram o Star I para o controle de recursos minerais e energia; o Star II , voltado para a administração de fluxos populacionais inter-Setores, Zonas e Sub-zonas; o Star III, um órgão de censura de mídias; o Star IV, centro polarizador das forças armadas; e o famigerado Star V, a opressora casa administrativa de todos os bens alimentícios produzidos no planeta, responsável tanto pela produção como pela distribuição.

O resultado imediato da Star V foi a de nivelar a massa em um estado de absoluta miséria. A distribuição de alimento era feita de forma desigual que atribuía maior valor aos funcionários dos serviços intelectualizados, restando apenas migalhas aos dedicados ao trabalho braçal. Revoltado com sua contraditória realidade de cansar mais para comer menos, Constâncio viu uma saída no tráfico de petrolina. A substância surgiu nos Emirados Árabes logo após o confisco dos grandes poços de petróleo das mãos dos sheiks. Estes, em medida desesperada para manter seus luxos, desenvolveram uma droga sintética feita à base de petróleo refinado associado com toxina botulínica. Fazendo uso da boa absorção da conjuntiva, bastavam algumas gotas deste composto nos olhos para garantir longas alucinações e breves dias sem vício.

Logo que a droga se espalhou pelos continentes, os traficantes do Setor Sul-ameriano se interessaram pela produção da novo e potente narcótico. O Rio de Janeiro, agraciado com as plataformas de petróleo do pré-sal, se tornou o palco perfeito para a prática. Tal qual os árabes, os cariocas armaram artimanhas mil para subtrair o ouro negro dos imensos dragões de ferro. Em geral, usavam mini-submarinos de acrílico equipados com propulsores hidráulicos básicos, estrategicamente posicionados para se desviar das minas aquáticas nos arredores das plataformas, e uma seringa de sucção em sua ponta, usada para a coleta ilegal do petróleo. Devido à sua configuração medonha e seu toque parasitário, eram chamadas carinhosamente pelo nome de pulga do mar. Por conta dos perigos encontrados, ninguém queria pilotá-las. Piloto de pulga do mar. Este foi o segundo emprego de Constâncio.

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A realidade marcada pela Star V trazia tons irreais para a realidade das sub-zonas da periferia. A miséria prosperou de forma tão absurda que muitos jovens não encontraram saída a não ser participarem do comércio de petrolina. Embora fosse um negócio arriscado, os grandes centros de consumo estava presentes nas depressivas classes médias e altas, o que garantia uma quantidade substancial de alimento no fim do mês. Os olhos pretos, como eram chamados os viciados na droga, graças ao estranho tom enegrecido que tomava a conjuntiva após a administração da substância, não encontraram empecilho nas normas impostas pela Coroa para impedir a venda da mesma. Em um mundo em que o dinheiro, a compra e a venda eram fiscalizados em sua totalidade pelo governo, a comida fez-se moeda de troca.

Foi graças a esses honorários paralelos que Constâncio sobreviveu até atingir a maturidade. Filho de um pai que nunca conheceu e de uma mãe morta vencida pela fadiga, agora encontrava-se sozinho. Sua teimosia em manter-se vivo e a morte de seus superiores acabaram por tira-lo de dentro da pulga do mar para coroá-lo como um dos mais poderosos distribuidores de petrolina do Rio de Janeiro, sob a alcunha daquilo que tanto conhecia e, de fato, era sua essência. Assim, Guerra comandava toda a região. Arriscou-se muito, trocou tiros com a polícia e foi quatro vezes baleado. E foi justamente na terceira que conheceu Carminha da Paz, a enfermeira improvisada que veio ao seu socorro em um barraco poeirento. A ironia da situação apenas poderia demonstrar as extravagâncias do destino, e Guerra se entregou de corpo e alma àquela mulata de membros delgados e anca larga.

Embora Paz fosse sua vida, sua vida não era de paz. Contrariando os pedidos da parceira, não conseguiu desvencilhar-se do tráfico. Custava assumir, mas gostava de todo o controle que dispunha. Jurou à Carminha que lutava pela igualdade e enfrentava a opressão. Fez um discurso patriótico recorrendo à vagas lembranças de seus velhos livros didáticos. Ajoelhou-se e chorou pela perda da mãe por conta da dura realidade. Tanto fez que Carminha acabou cedendo sob o juramento de que Guerra manteria sua ideologia de defesa dos necessitados. E assim ele o fez.

As palavras de Carminha haviam gerado certo ar sublime à aquilo que Guerra acreditava ser sua missão. Agora, a antes luta pela sobrevivência havia se tornado uma escalada pelo poder. O homem via-se como mais preparado para comandar o sub-setor do que o homem do norte. Não queria todo o planeta, apenas daquilo que ouvira ser outrora seu país. Reuniu os seus homem e em uma noite regada à discursos acalorados, promessas, pinga e petrolina, despiram-se do título de traficantes para adotarem o de guerrilheiros pela liberdade. Aquela noite, em todos os cantos do sub-setor 7 ressoaram os tiros de viva ao General Guerra.

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O conflito como guerrilheiros mostrou-se ainda mais brutal do que como traficante. De fato, poder é algo que se dói mais perder do que alguns litros de petróleo extraviados. Certo do caráter messiânico de sua empreitada, General Guerra tratava a baixa de seus homens como um pagamento por um bem maior. O discurso polido do novo líder levava a massa ao delírio com as promessas de seu mundo justo, o que de imediato repunha quantitativamente os guerrilheiros mortos com novos e miseráveis Constâncios. O dinheiro para armamentos e remuneração dos soldados vinha do lucro com a pertolina, o qual estava na melhor fase em toda a sua breve história. O levante de uma força opositora conseguiu em pouco tempo tomar as plataformas de petróleo do pré-sal em território carioca, o que garantiu ao grupo um caixa constantemente cheio e a atenção da Coroa.

Embora muitas vezes tentativas para sepultar a revolta tenham sido tomadas, o grupo sempre resistia. A população nutria certa simpatia pela causa, embalada na alienação revolucionária proferidas nos discursos, o que levava aos guerrilheiros sempre serem encobertados e auxiliados pelos demais cidadãos das sub-zonas periféricas. O entusiasmo foi tão grande que, em um surto de imponência, General Guerra acreditou já possuir forças para retomar todo o Setor Sul-americano.

A semente para tal empresa foi plantada após uma notícia que deslizou por entre os dedos da censura. A nota dizia superficialmente sobre o projeto governamental Tânatos, que a princípio seria o desenvolvimento de uma arma ultrassônica que atuaria por meio de ressonância sonora. O resultado da pesquisa foi uma arma de proporções tão colossais que o seu uso implicaria não apenas na aniquilação do inimigo, mas sim de toda a humanidade. Não querendo deixar em desuso o estrondoso poder do objeto, encontraram uma rota alternativa para o seu uso através da exploração mineral espacial, que recorria ao bombardeio da superfície de planetas e cometas para coletar minérios. Naquele instante, a ex-arma havia sido levada a uma base de lançamento no norte do Setor Sul-americano, mais precisamente no antigo Centro de Lançamento de Alcântara. General Guerra ouviu atento a reportagem considerando-a uma espécie de revelação. No minuto seguinte, armou seus homens e foi atrás de sua arma. Uma com curvas belas e potentes que sua antiga pistola.

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Movidos a entusiasmo e petrolina, os homens do general marcharam até as portas do centro de lançamento. Atiraram-se contra os inimigos na fúria de quem não tem o que perder, o que de fato era a realidade. A investida surpresa mostrou-se mais poderosa do que haviam suposto os homens da Coroa, e esta subestima que decidiu o final daquele embate. Com apenas um quarto de seus homens, general Guerra voltou para o Rio de Janeiro gracejando com seus companheiros enquanto mantinha firme em suas mãos o núcleo da tenebrosa Tânatos. A estrutura consistia basicamente de uma esfera central que emitia uma lúgubre luz verde-amarelada e um complexo aparato metálico que a encerrava em seu interior, com todos os seus calibradores, botões e plugs em sua extremidade. O general não sabia como manejar a arma, contudo sabia de sua potência e do terror que a posse dela em suas mãos garantia. Isto seria o suficiente para manter longe a Coroa.

Como esperado, o governo retirou de imediato seus homens do Rio de Janeiro. A sub-zona 7 comemorou o acontecimento como vitória e futura emancipação, mas o resto do mundo bem sabia que aquele era apenas um retirar de tropas antes da represália.Com uma arma que poderia dizimar todas as formas de vida na mão de um traficante de petrolina, todas as medidas de cautela foram tomadas. Chegou certo dia até mesmo a chegar um embaixador da Coroa buscando uma negociação com General Guerra, mas ele foi irredutível em questão à posse do Setor Sul-americano. Frente a penosa negociata, o embaixador regressou a Coroa com o acordo de ceder sua influência na região em troca da posse de Tânatos, abundantemente satisfeito por ingenuidade não ser medida no debate. Depois de dada a notícia aos seus superiores, as forças militares sentaram-se em grandes mesas para debater as táticas para subjugar o grupo após a peça ser readquirida.

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A felicidade e a euforia se misturavam por todo a sub-zona 7. General Guerra era jogado ao alto com vivas de herói enquanto este exibia Tânatos, desconsiderando o seu risco. Carminha Paz nunca se sentira tão feliz com o companheiro, e naquele instante acreditou sinceramente que sempre fora a justiça que ele buscara. Sorridente, ele tomou-a pela mão, desvencilhando-se da população, e levou-a a beira da praia. A multidão seguiu-o como em uma animada procissão, dando adeus à fome e à miséria. Logo a orla da praia foi tomada das mais variadas figuras celebrando vida nova. O mundo exterior estava beirando o caos, mas naquele lugar, naquela sub-zona, havia descido o paraíso. Esqueceram-se do sofrimento.Ignoraram os poderes da Coroa. Apenas olhavam sorridentes para a luz verde-amarelada da Tânatos como se fosse o brilho do mais importante troféu. Alguns olhos pretos cravados no objeto puderam então notar a leve e constante alteração de seu brilho. Outros apenas notaram quando começou o zunido.

Um som constante e ensurdecedor superou o bater da água nas rochas da praia. As pessoas caiam na areia, retorcendo-se com a dor vinda de lugar nenhum. Muitos, entendendo o ocorrido, jogaram-se contra o General Guerra para tomar-lhe Tânatos e tentar, sem o mínimo de sucesso, desativar a arma. A areia subia em meio ao amontoado chutes, murros e pedradas que incidiam sobre o aparelho em uma confusão absurda de corpos. Vendo o insucesso da tentativa, o general afastou-se e ajoelhou-se no chão. Em seus olhos via-se que já não era mais general, não queria ser Guerra. Com os olhos marejados por lágrimas e sangue, voltou-se à Carminha. Ela, vendo a impotência de seu parceiro de uma vida, atirou-se em seus braços enquanto o sangue fugia-lhe pelos ouvidos e orifícios. Morreram tão unidos quanto foram em vida, acompanhados pelos constantes e falhos baques daquele que ainda tentavam destruir o aparelho.

Poucos minutos depois, veio o silêncio. Não o da Tânatos, mas sim do planeta. Em um mundo mudo, arma continuava gritando.

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Uma agitação toma conta das águas escuras do Atlântico. A certa altura, grandes cornos saltam por entre as ondas, movendo-se em um lento caminhar rumo à praia, onde por fim revelariam o restante do corpo de seus donos. Centenas de criaturas saídas das águas mantiveram-se estáticas, com o gotejar de seus longos pêlos, olhando o firmamento. De lá, uma fenda dimensional abriu-se, dando caminho para a entrada de esbeltas criaturas aladas que se desprendiam daquele meio etéreo. Em poucos bateres de asas, as criaturas do céu se posicionaram à frente das do mar. Sabiam o que viria agora. Haviam passado muitas vezes pelo processo.

Os estranhos seres constituíam duas raças pan-dimensionais distintas, condenadas a um eterno conflito que as forças do cosmos cobravam em seu equilíbrio. Contudo, como sempre na natureza, certas leis regiam o embate. E foi por definição de uma força maior que se estabeleceu que, para não ser prejudicado o balanço universal, o grande conflito entre ambos apenas se daria quando o Reino Humano estivesse desenvolvido o suficiente para que o arbitrasse. As raças aguardaram firmemente por longos milênios, espreitando pelos processos evolutivos, entretanto a humanidade nunca sobrevivia os longos anos cobrados para se atingir sua plena evolução, destruindo-se no processo. Tentando combater seus inimigos a qualquer custo, anjos e demônios passaram a recriar a humanidade após cada cataclismo. De fato, houveram tantas gênises da raça humana que para aqueles seres tal prática já se tornara algo de tal banalidade que como distração na espera eterna costumavam apostar em uma estranha camaradagem até quando a recriação seguinte sobreviveria.

-Era espacial... Os macacos foram longe desta vez.- soltou com voz gutural uma das criaturas das profundezas enquanto pisoteava Tânatos.

-Mas ainda foram pouco, Beleth.- respondeu-lhe um dos alados solene.

-Como sei, Aziel. Não fosse o Caos a insistir em enviar sempre os Quatro!

-Acredito que isto faça parte de nossa caminhada. Ao menos ele está sendo mais sutil ultimamente. Lembra-se do primeiro apocalipse?

-Como esquecer. Os Quatro surgiram do nada montando cavalos! Bom, vamos logo com isto, vocês venceram, escolham logo dois para recomeçarmos.

-Quero estes. - disse inciso o anjo, apontando para duas figuras entrelaçadas na areia.

-Estes?-riu longamente o demônio- Está louco? Foi justamente ele um dos escolhidos pelo Caos!

-E às vezes estamos presos nesta guerra sem início justamente por nunca termos tentado isto antes.

- Se insiste. Desta vez então apostarei que cairão na Idade Média.

-E eu, na Era Pós-espacial. Agora vamos, livrem-se dos corpos e dos traços de civilização. Os meus se encarregarão de reconstruir o Jardim. Irei colocar a essência destes dois em novos corpos.

E tão rápidos e silenciosos quanto surgira, as criaturas abissais arrastaram os restos da humanidade para as profundezas dos oceanos, para algum dia tornarem-se, talvez, petrolina. Os alados cuidariam de restabelecer o ecossistema perdido para a chegada dos novos moradores. Iria vir o recomeço. Mais um novo mundo pós-apocalíptico para uma raça suicida. Enquanto isso, anjos e demônios assistirão ansiosos o caminho dos filhos de Paz e Guerra.