JANELAS VAZIAS
(Socrates Di Lima)

Um dia reabri uma janela,
que se fechara em minha vida,
E lá distante,
Como um navegante,
Vi a imagem que semelhava a ela,
Triste viajante.
Insisti no meu olhar,
E pouco a pouco pude desvendar,
O brilho opaco daquele luar,
Que refletia nos olhos dela.
Com olhos miltidimensionais,
Carregados por uma doce emoção,
Atravessei quintais,
Em busca daquela ilusão.
E quando a encontrei,
Tanto ri, tanto chorei,
Tanto por ela cancionei,
Que perdia até a razão.
E ela tanto correspondeu,
Tanta alegria,
tanto desejo amanheceu,
Que até poesia parecia,
Sem nunca pensar num adeus.
Tanto quis,,
tanto desejo fluiu,
De tanto querer me fiz,
Até que um dia,
longe da poesia,
Não mais existiu.
Eram olhos de vagalumes,
Olhos de intensos negrumes,
Olhos de mél,
De azul feito o céu....
Olhos de mata,
até de mar ao longe,
que da profundeza escapa,
e ressalta,
Por inteiros,
Em céus de brigadeiros.
Um dia abri-me em janela,
Trouxe de longe o perfume dela,
Que tantos ventos partiram,
levando brisas e quimeras,
feito verões e primaveras.
Mas, um dia...
Assim, tão longe da poesia,
Os olhos se fecharam,
como fechado se fez,
a janela da minha emoçao.
E....na escuridão de uma noite fria,
ecos de ventos da melancolia,
vieram a triste ilusão,
de que nunca houve a outra janela do coração,
apenas ficou em mim,
assim!
uma janela que escondia,
numa sombra tardia,
de lenções amarrotados da minha cama vazia,
sem Lua,
a minha, a tua.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 15/08/2016
Reeditado em 15/08/2016
Código do texto: T5729196
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