Benevolências de Pensador

Abstênico de quase tudo, seu eu espiritualista não permitia comer carne vermelha. A serviço da justiça social, era uma espécie de paladino e atuante profissional defensor das causas perdidas. Munido com martelo e foice, proporcionalmente a profissão de causas perdidas, defendia o socialismo com fervor. Metido a Jesus Cristo, não fazia o milagre da multiplicação dos pães e peixes, é verdade; no entanto, através da contenção de sexo macho e fêmea, fazia controle de natalidade batendo punheta, ou como dizem os polidos de palavras, masturbava às furtivas.

Cuspindo nas estrelas, desenvolveu hábitos noturnos; e pisando em ovos e lépido como coelho, nunca foi visto orando, o que ele chamava de "rezar o terço" atrás das moitas de capim meloso. Ao vencer a partida por cinco à um, enfurecia seu adversário, que ficava com as faces rubras de raiva. No ápice do mistério gozozo, assovia e cantava uma estrofizinha poética para os ouvidos da lua ouvirem: "vai na cabeça, vai no pé; diz que é muié. Vai na cabeça, vai no pé, diz que é muié"! E de indas e vindas, através das muitas viagens para dentro de si, deleitava-se com seu mimo predileto e não havia uma só, apenas uma estrela solitária, que não comprazia com ele do memorável momento.

Finalizado a serenata, gargalhava de si. Considerado herói nacional, brigou insanamente por um mundo mais justo e igualitário. Pelos seus atos humanitários, ganhou o Prêmio Nobel em Erradicação da Fome e Pobreza; programa que foi implantado com sucesso no continente Africano e Sul-americano, incluindo o Brasil. Boas obras feitas na Terra e mente flutuando no espaço, partiu sem deixar vestígios. Caindo no esquecimento, com ele morreu seu nome e suas obras.

Como porta-voz dele no pós-morte, por favor leitor, acenda uma vela e reze três ave maria, com um padre nosso em louvor a sua alma. Deus que o tenha em bom estado de uso em algum lugar. Amém!