Sol

O suor escorria em meu rosto, o sol de meio dia parecia torrar o chão, no meio do deserto onde qualquer vegetação estava morta, eu andava entre as montanhas com os pés nesse chão tão quente que queimava meus pés, não podia parar, não podia me submeter a minha morte, agora que carregava essas amargas lembranças eu precisava ir além dos meus sonhos, da minha sobrevivência para juntar com minhas lembranças amargas uma doce lembrança de um futuro... sangrento.

Dez da manhã, um dia ensolarado no deserto, as nuvens dispersas mostravam mais um dia quente onde os ventos carregavam areias vinda em toda parte, estava eu indo em direção a um poço pouco distante da casa, enquanto chegava, olhava os passos dos meus pés, estava condenado com marcas, minhas mãos já se tornara resistente a esse deserto, ásperas e grossas, eu iria puxando a corda que segurava o balde d'água, o som do poço se misturava a das aves que se estendiam ao céu em busca de insetos ou qualquer animal que rastejasse ali naquela terra morta. Seguia com certo fôlego a água que prendia em meus ombros, os sons dos meus passos, o vento zunindo em meu ouvido se tornaram canções para meu ouvido, até que um certo instante um som estridente vinha em direção da casa, estranho? Não pensei que meu pai caçaria tão tarde... No segundo tiro, percebi que não se tratava da arma dele, meu coração disparou, o frio tomou conta de mim, corri, e com os passos acelerados, cheguei a um certo ponto onde vi minha família de joelhos, sob a ponta de uma arma, eram cinco homens, suas roupas sujas e com suas capas rasgadas mostravam um histórico de assassinatos marcado por todos os lugares onde eles iam, e agora eles estavam em minha casa. Mais longe vi meu irmão caído na varanda da casa, percebi o sangue que escorria nos primeiros degraus, não posso acreditar, minha mão estremeceu, minha respiração se tornou mais ofegante, não podia acreditar no que via... Agora meus pais estavam de joelhos, minha mãe, vi-as as lagrimas encharcarem seu vestido, mais alguns minutos um som trazia sangue nele, caía ao chão, meu pai, surdo com a dor, se levanta, e ao encostar em minha mãe, em sua mulher, mais um disparo atravessa no meio do deserto, viam-nos todos no chão, misturado com areia desse maldito deserto, o sangue se tornava lama. Naquele instante o frio que atravessava meu corpo, encobriu minha alma, olhava fixamente para o assassino junto com sua maldita gangue, olhava para nunca esquecer do rosto maldito que algum dia espero vê-lo de joelhos, que algum dia o arrancar de meu punho, de minha arma, um pedaço do crânio.

Essas amargas lembranças que me acompanhava me guiava ao meu maior objetivo, não chorava, não permitia que minhas lágrimas caíssem em meu rosto, eu apenas seguia nesse livre estrada em busca de sangue, em busca de vingança.... Ao um certo ponto vislumbrava uma cidade, finalmente uma cidade, e agora precisaria recomeçar... recomeçar uma nova vida, um novo objetivo.

Samael Lucas
Enviado por Samael Lucas em 16/07/2019
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