A Detentora do Conhecimento

Eis que mais um dia começa no vilarejo Fortinttel.

Este nome foi dado a ele graças ao saudoso Morny Fortinttel, um grande guerreiro que conseguiu vencer o Monstro do Silêncio nas montanhas do Ghurás.

Após anos de sua vitória, Fortinttel viu-se apaixonando por uma bela moça do reino de Guma, mas seu pobre coração de homem, não foi forte o suficiente para perceber que tamanha maldade existia no interior da "doce" Hany.

Certa noite, o antigo cavaleiro estava deitado em seus aposentos e já casado com Hany, gozava por ter consigo uma mulher extremamente bonita. Entretanto, na mesma noite, enquanto o mesmo dormia, sua esposa, sem uma gota de amor consigo, cravou uma espada em seu coração, e, no momento da agonia, infeliz estava o marido, pois este viu-se enganado por seus olhos.

- Você...como...pode? - ele sussurrava enquanto a vida ia embora de seu corpo cansado das batalhas.

O falecimento do antigo guerreiro foi notícia por todos os lugares da terra e, inconformados com a morte do tal, logo batizaram aquele local como Fortinttel.

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A jovem moça desperta em seu vilarejo de nascença e começa a aprontar-se para os afazeres diários. A vida de uma mulher naquela época não era nada fácil. Além do seu pai ter ido embora de casa, Tágyla, a jovem moça, estava sempre deixando as coisas do melhor modo, para que sua mãe fizesse o mínimo de esforço possível. Afinal, a mesma já estava muito avançada na idade e sua força já não correspondia às suas vontades psicológicas.

- Que belo dia, mãe. - ela cumprimenta.

- Ah, minha filha - sua mãe olha pra cima enquanto fala -, se você soubesse como os meus dias de juventude também eram bons. Parece que foi ontem que lhe peguei no colo. Você era tão linda.

- Não sou mais, mamãe? - Tágyla questiona com um sorriso no rosto.

- Sim, você é! Mas meu belo bebê se tornou uma bela mulher.

- Ah, mamãe, vem cá...

Elas se abraçam por minutos e pode-se sentir claramente que havia muito amor envolvido entre as duas.

Após se afastarem, Tágyla pergunta:

- Mamãe, de onde meu nome surgiu?

- É uma história um pouco inusitada. Você está pronta?

Elas sorriem juntas por um momento.

- Claro, mamãe.

- Bem, sua avó estava adoentada anos atrás e eu já não sabia o que fazer. Busquei todas as plantas medicinais que existem em nosso terreno, porém nada funcionava. Certo dia, fui correndo ao pequeno comércio da Ely e quando estava eu chegando perto, ela se despede de uma mulher por nome Tágyla. Gostei e coloquei em você assim que nasceu.

- Nossa, mamãe - Tágyla abre seus olhos -, que modo mais diferente para se escolher um nome. Ah, agora me deu um vontade de conhecer a primeira Tágyla.

Mais risos surgem na pequena casa.

- E qual seu significado? - ela questiona.

- De quê, minha filha?

- Do meu nome, mamãe.

- Ah... - sua mãe olha para cima pensando em algo distante -, um sábio me falou o que seu nome quer dizer, entretanto, ele também me disse que quando você estivesse na idade certa, descobriria sozinha.

Um silêncio toma conta do local e as duas começam suas tarefas.

"Mas qual será esse significado?" Tágyla pensa.

Alguns dias passam e Tágyla, juntamente com sua irmã, vão à Floresta Cearus buscar alguns cogumelos para que o almoço ficasse pronto. A manhã estava bonita, os esquilos começavam estocar alimentos, pois o inverno estava perto de chegar, as árvores estavam perdendo suas folhas e um vento frio, porém bom, fazia as irmãs lembrarem de sua infância, quando ao correr por ali, lhes causavam a mesma sensação naquele exato momento.

Depois de algumas horas abaixadas e coletando a pequena especiaria, Tágyla e sua irmã ouvem alguém as chamando:

- Vocês!

- Quem...nós? - sua irmã pergunta amedrontada.

- Sim, vocês duas! - o homem com voz firme responde.

Aquele senhor era alto, usava um capuz cinza, mas desbotado, e sua barba estava por fazer. Sua aparência lembrava muito os homens da tribo Toffy Lon. Além de bravos guerreiros, os habitantes desta tribo eram conhecidos por sempre boicotar as mercadorias vindas do Sul.

- Não sou quem estão pensando. - ele continua falando -. Vim trazer uma notícia para Tágyla.

- Ainda bem que não é nada comigo. - diz a irmã de Tágyla correndo em direção à sua casa.

- Não me deixa sozin... - a deixada para trás diz.

- Então você é a Tágyla?! - o senhor diz enquanto a olha de baixo para cima e chegando mais perto.

- Sou sim! - ela responde com a voz firme.

- Você é uma moça de grande sorte. - ele continua -. Anos atrás eu conheci sua mãe e pude lhe contar a pessoa especial que estava em seus braços.

Os dois se olham firmamente durante a fala daquele homem.

- Sei que a dúvida que carrega consigo é sobre seu próprio nome. Vim retirá-la de você.

- Mas espera - Tágyla o interrompe -, você não me conhece. Como sabe meu nome e o seu significado?

- Eu estou...

- E como conheceu minha mãe? - ela o interrompe de novo.

- O que eu quero dizer é...

- E como sabia onde me encontrar. - mais uma vez ela o interrompe.

- Chega de perguntas! - ele grita -. Estou aqui para mostrar que você é bem mais do que pensa. Tágyla significa "A Detentora do Conhecimento".

A jovem moça fica em silêncio por alguns instantes. Ela sempre sentiu em si algo que as outras pessoas não tinham. Lembrou-se da vez que quase comeu fungos envenenados, mas sua mente gritava para que não consumisse aquilo.

- Eu fui quem disse à sua mãe o que seu nome carregava. Seu nome é especial, moça. Venha, me siga.

Tágyla mostra-se relutante.

- Não vim lhe causar mal. Se confiar em mim, alcançará o que seu interior tanto almeja.

Ela fica parada por alguns segundos, mas percebe sinceridade no olhar daquele homem.

Os dois atravessam a floresta e chegam à parte central do vilarejo Fortinttel. Caminham mais alguns metros e sentam numa fonte para conversar.

As pessoas daquele lugar eram bem diversificadas. Na rua próxima ao sino Liamy, havia uma mulher que sempre pedia esmolas, alegando que seu filho virara uma estátua de pedra e que com aquele dinheiro, pagaria uma bruxa para retirar o feitiço. Havia, também, uma grande carroça com muitas especiarias e sempre era dirigida por dois homens (provavelmente eram pai e filho). Do lado do comércio do senhor Tonsky, sempre ficavam dois rapazes tocando seus instrumentos, na esperança de receber alguns trocados.

- Em breve o castelo será sua nova morada - o homem diz enquanto aponta para a grande construção.

- Do que você está falando? - Tágyla pergunta e afasta-se um pouco dele.- Não vou deixar minha mãe e irmã para servir no castelo. Os homens deste lugar são maus. Muitas mulheres perderam suas vidas por acharem que teriam algo melhor ali dentro. Não sou insana!

- Calma! - ele tenta tranquilizá-la -. Você governará este lugar!

Tais palavras soaram no ouvido da jovem moça e formavam eco atrás de eco. "Você governará este lugar!"; "Você..."; "Você...". Ela cai no chão, pois estava com bastante tontura, olha um pouco para cima e vê alguém se aproximando.

- Não, me... me solta. - Tágyla balbuciava.

Depois de horas e horas de sono, a Detentora do Conhecimento abre seus olhos e percebe que está em casa. Ainda um pouco tonta, senta-se na cama e tenta se lembrar do que havia acontecido.

"Como vim parar aqui?" pensava. "O que aconteceu?".

Sua irmã, Nêmia, juntamente com sua mãe, entram no quarto.

- Filha, o que fazia deitada na floresta? - sua mãe a interroga.

- Ah... - Tágyla tenta falar -. Um homem apareceu para nós duas enquanto pegávamos os cogumelos. Me levou ao centro de Fortinttel, onde fica o castelo do rei Louis, e disse que eu seria a nova rainha. Estou louca, mamãe?

Mãe e irmã de Tágyla olham-se durante alguns segundos. Parecia que tudo fazia sentido e ao mesmo tempo não. O que a jovem moça não sabia era que durante aquele exato momento, guardas do castelo estavam indo em direção à sua casa. Nêmia e sua mãe já haviam preparado suas coisas para irem embora.

- Filha, sei que pode parecer loucura, mas temos que partir. O homem que viu na Floresta Cearus tem um bom coração, entretanto, seria arriscado demais você governar nosso reino. Você bem sabe que não há rainhas aqui, por conta do Decreto de Louis. Desde que sua esposa morreu, ele tomou para si todo o poder do governo e nada podemos fazer para mudar isso.

- Mamãe, como você sabe que encontrei um senhor na floresta?

Um breve silêncio tomou de conta do lugar.

- Ele foi quem disse a mim que você é a Detentora do Conhecimento. - ela explica. - O que não te contei, foi que quando você nasceu, este homem apareceu em nossa antiga casa. Seu pai, com medo de ser algum malfeitor, me abandonou e fugiu para o reino Mhannu Aus. Eu, jovem e assustada, fechei meus olhos e lhe abracei com força, esperando que nossa vida fosse ceifada. Porém, aquele homem me disse para não temer e que você seria a Luz. Depois disso, virou-se e foi embora.

Novamente o silêncio preenche aquele lugar.

Tágyla percebe que é bem mais especial do que parecia ser.

Ela, já não sentindo mais a tontura, corre para fora e observa tudo. Nota que pode ir além dos Montes Taciólus e a brisa daquele dia a faz ter determinação. A sensação era tão boa, que um pouco de luz emanava de suas mãos e pés e a jovem moça fica maravilhada.

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Com o passar dos meses, a população de Fortinttel via-se condenada por um mau governo vindo de Louis. Todos estavam insatisfeitos com aquela administração. A fome estava mais presente naquela época, o inverno já havia chegado, as ruas tinham uma enorme quantidade de lixo e o reino havia perdido a última guerra. Consequentemente, muitos cidadãos foram mortos e escravizados. Demorou certo tempo para que tudo se reerguesse, mas o descontentamento do povo ainda era presente.

Nem foi preciso um revolta para que Louis deixasse de ser rei. Ouvindo os rumores que a população planejava sua morte, o antigo monarca saiu do reino sem nem olhar para trás.

Com a falta de um novo governante, diversas reuniões foram feitas na praça principal de Fortinttel. Tágyla, sua mãe e irmã participavam de algumas, até que na sexta reunião, a irmã da jovem moça a indica como nova rainha.

- Está louca? - um cidadão diz após Tágyla ser indicada.

- Verdade! - outro concorda -. Um reino liderado por uma mulher não daria certo.

Murmuros começam depois da fala do último cidadão.

- Silêncio! - um homem de voz forte grita -. Vamos dá uma oportunidade à ela. Sabemos que precisamos de alguém que dirija este lugar. Não temos muitas opções e quando aparecem uma, vocês não querem?

Todos silenciam-se.

- Ela será a rainha deste lugar. - o homem continua. - Mas se falhar, morre! Com isso, escolhemos outro ou outra até que Fortinttel volte para sua estabilidade real.

Mais murmuros negativos surgem, mas Tágyla torna-se, a partir do dia seguinte, a nova rainha. Antes que todos se dispersassem, a jovem moça olha fixamente para o homem que estava dirigindo a reunião. Com bastante certeza, notou que se tratava da mesma pessoa que meses atrás a encontrara na Floresta Cearus. Por ter se tornado alguém influente dentro da sociedade de Fortinttel, aquele senhor conseguiu colocá-la dentro do castelo como havia dito meses atrás.

Apesar do grande medo de perder sua filha, a mãe de Tágyla não podia mais nada fazer. A efetivação dela como nova monarca seria no outro dia.

Com a ascenção da nova rainha, conselheiros foram elegidos por ela para lhe auxiliarem na administração do reino. Tudo estava indo bem: A cidade ficou mais limpa, os impostos deixaram de ser tão altos, os moradores de rua tornaram-se servos do castelo e a batalhas se tornaram um grande modo de vitória para todos.

Graças a isso, Araec, o reino no qual Fortinttel estava inserido, começou a ficar muito falado em todo mundo. Monarcas de outros lugares adoravam comercializar ali, pois além de bom comprador e pagador, Araec oferecia muitas iguarias que só existiam ali.

Nem todos estavam felizes sabendo que uma mulher estava no poder. Cedy, Dedy e Edy, trigêmeos que faziam parte do Conselho, tramaram a morte da rainha.

Como tinham bastante contato com os príncipes de outros reinos, fizeram amizade com Teófilo, príncipe do reino do Sul e que além de buscar uma esposa, buscava também o trono.

Era a oportunidade perfeita para a Detentora do Conhecimento ser silenciada.

Após um grande banquete, Teófilo é apresentado à majestade. Ele era um rapaz de boa aparência e sempre foi cobiçado desde cedo. Entretanto, por falta de sorte, todas as mulheres que o queriam não eram rainha, mas desta vez, isso mudou.

Quando o viu, Tágyla se apaixonou pelo modo que ele se apresentara. Além de falar muito bem, o sorriso era o toque final em seu jeito de se expressar.

- Minha rainha - ele começa .- Estou perdidamente apaixonado por você. Por favor, me conceda uma dança.

Prontamente ela aceitou e eles se dirigiram ao meio do salão real.

Horas e horas dançando e conversando e os dois já estavam bem envolvidos. Para a surpresa dela, Teófilo a pede em casamento no meio de todos da corte real.

Aplausos e mais aplausos. Eis que acontece um beijo. Sim, aquele era seu primeiro beijo...

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O casamento é realizado e o antigo príncipe consegue o que tanto almejava. Agora o reino Araec tinha um rei e uma rainha.

As coisas ainda ocorriam bem, mas Tágyla começou a sentir-se infeliz. Quando deitava com seu marido, sentia algo ruim vindo dele. "O que será isso?" pensava.

Durante dias ela o via conversando com Cedy, Dedy e Edy. É claro que estavam com más ideias, mas o coração da rainha ainda não continha o conhecimento necessário para ver isso. Afinal, aquele era o seu primeiro amor e ainda era tudo muito novo para ela.

Sem esperar muito tempo de casamento e almejando o trono de modo integral, Teófilo se encontra pela última vez com os trigêmeos conselheiros:

- Vocês encontraram a bebida? - o rei pergunta.

- Claro, senhor. - Dedy responde. - Quando for para seus aposentos, peça para que sua rainha beba isto antes de dormir. O veneno feito pela bruxa Mirt tem um efeito quase que instantâneo. Não há escapatória. Agora o senhor terá uma linda estátua para ornamentar seu quarto.

- Senhor, odiamos ela tanto quanto você. - Edy conclui.

- Farei isso. Agora saiam daqui antes que alguém nos veja.

Os quatro vão para áreas diferentes dentro do castelo. A rainha não desconfiava de nada, porque estava analisando as novas mercadorias que seriam vendidas para o reino Hey'On.

Quando a noite cai, cansados de um dia com muitos compromissos, Tágyla e Teófilo vão dormir. Eles conversam um pouco, contando como foi o dia, já que não estava juntos e o maldoso rei propõe um brinde.

- Como sou feliz ao seu lado. - diz ele tocando o rosto dela.

- Eu digo o mesmo. - ela complementa.

- Quase não vi minha rainha hoje, mas isso não impede que possamos beber juntos.

- Eu adoraria!

As taças, já com as bebidas colocadas, foram servidas aos dois. Antes de beber, rei e rainha se olham profundamente e isso deixa o monarca mais tensionado.

- Antes de brindarmos, vi você conversando com os conselheiros. Era algo de muita importância?

- Não - ele mente -, estavam querendo saber o que faríamos para introduzir novos plebeus no castelo. Amanhã lhe explicarei com mais detalhes. Vamos beber?

- Certo, vamos.

E eis que eles bebem. O vinho era um pouco doce e com um aroma suave. Não demorou muito para que Tágyla sentisse algo estranho dentro de si. Foi para a janela e quando olhou para baixo, viu seus pés se tornarem duros como rochas.

- Meu rei, o que está acontecendo comigo?

- O que já deveria acontecer há muito tempo, minha rainha.

Tágyla ver-se enganada por seu amor. Amor esse que tinha tudo para dar certo, mas a ganância, o egoísmo e a falta de empatia invadiram o coração de Teófilo.

Ela já não sentia sua pernas, os quadris começaram a solidificar-se, também, os seios já estavam ganhando um aspecto rochoso e a respiração ficava mais dífícil.

Uma gota...

Eis que surge uma gota de lágrima vinda dos olhos negros da rainha. Seu pescoço já não era mais o mesmo e os lábios já se enrijeciam.

- Nã...

A última palavra não foi concluída e ela já estava completamente solidificada.

O rei grita por seus empregados e estes, chegando ao aposento real, se horrorizaram ao ver sua rainha petrificada.

Chorando com "muito pesar", Teófilo ordena que um funeral seja feito na mesma hora e que todos compareçam.

Uma multidão chega e muitos choram por tal morte. A rainha paralisada é posta no meio do salão e a dor toma conta de todos.

- É com grande tristeza que informo que vossa majestade foi vítima de traição. - o rei começa seu discusso. - Ainda não sabemos quem foi capaz de tamanha maldade, mas o encontraremos e a vingaremos.

Após o silêncio do monarca, um garoto por nome Muel, que foi bastante ajudado pela rainha, nota que uma luz emana da estátua:

- Olhem, ela está brilhando. Ela está brilhando!

Quase todos no salão maravilham-se com aquela cena.

A rainha petrificada espalha uma luz que ilumina todo o castelo. Os pedaços rochosos começam a cair e notam que há mais luz abaixo da estátua. Em questão de segundos, Tágyla, que já não era mais algo sem vida, flutua e sua luz alcança todos.

- O que é isso? - diz o rei aterrorizado.

- Eu sou Tágyla, Detentora do Conhecimento. A mim foi dado o dom da administração e sabedoria, mas meu coração me enganou. Meu rei, marido e companheiro envenenou-me em meu momento de maior amor por ele. Mas agora - ela continua dizendo enquanto vira-se para Teófilo -, não só ele, mas como todo o mundo sentirá o que é poder de verdade.

Uma forte onda de luz espalha-se por todo lugar. A propagação foi tão grande, que o mundo subterrâneo foi invadido por aquela luminescência e todo o mundo acima da terra viu e sentiu o efeito.

Por ser a única Detentora do Conhecimento, Tágyla tinha consigo todo o poder. A Luz Primordial vinda dela, trouxe bençãos e maldições. Alguns reinos foram atingidos tão intensamente por esse poder, que a loucura tomou de conta deles. Outros se tornaram sábios e fizeram grandes maravilhas. Quanto a Araec, a luz fez este reino desaparecer.

Até hoje se ouve falar da Luz Primordial e da Detentora do Conhecimento. Ela desapareceu juntamente com seu reino, mas há quem diga que quando temos uma boa ideia, a luz de Tágyla, juntamente com a própria, está conosco.