Consciência
Consciência
O poc poc do salto alto na calçada rompe o silêncio da noite, o perfume da mariposa, atrai vampiros que estão a espreitar nas sombras, enquanto o vento, assobia entre os galhos secos das velhas árvores, ainda virgens.
Um sussurro atravessa os arbustos, o grito pálido gela a já assustada mariposa.
— Quem?(Aflita)
— Eu! O silêncio!
— Si… silêncio! A… voz!
(Ela pergunta, ainda apavorada)
— Tenho, muitas!
— Sério, mas de onde você veio?(Tremendo)
— (Gargalhadas) você não percebeu ainda?
Sempre estive aqui! Hoje, resolvi aparecer, te assustei?
— Sim! Vozes, ouço!
— Tola!
— Como assim? Escuto a voz aqui, fora, como pode ser?
— Poderes, não acredita que sou capaz!
— Nossa! Estou ficando cada vez mais amedrontada! O que quer de mim?
— Não imaginas?
— Não!
— Quero sair! (Gritando)
— Como assim, sair?(Não entendendo)
— Quero liberdade, fazer o que bem entender, sem você estar no controle, apesar que não está (risos) você é fraca!
— Não mesmo! Nunca terá liberdade, a clausura é minha loucura!
— (Gargalhadas) medo de ser julgado pela sociedade? Não seja hipócrita, seus vizinhos sabem o que faz em casa.
— Não tenho nada a esconder!
— Há!há! Não é que a sua consciência diz!
— Nunca! Serei forte e vou te derrotar, minha vontade é mais que você!
— Vontade? A tua é minha, há! Há!
A noite sempre será testemunha.(Silêncio)
Direitos autorais reservados
12/10/2020
Clodoaldo Lima
Clodoaldo Lima
Enviado por Clodoaldo Lima em 29/12/2020
Reeditado em 29/12/2020
Código do texto: T7147047
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.