ADEUS, AMOR DA MINHA VIDA...

ADEUS, AMOR DA MINHA VIDA...

Ao som mágico do violino, meus pensamentos tomam direções de encantamento, levando - me a pousar os sonhos que despertam, no aconchego dos teus braços macios, da tua boca melíflua onde me perco em beijos suaves e delirantes...

A saudade ri e chora no fundo do meu ser... Com suspiros profundos, vai ritmando as cores do arco - íris nas notas que me transportam para um sem fim de lembranças tristes - felizes que, num barco feito de nuvens, desliza suave sobre o oceano do passado... Como som de fundo, ressoa na minha mente o riso cristalino como água de fonte melodiosa, ao descer de altos montes e cair em lagos azuis...

Tantos sonhos para nossas vidas, juntos... Hoje me vejo só... Só... Cigana banida do próprio meio, vivendo proscrita em meio às matas onde tem por companhia apenas a natureza, os rios, a brisa, os pássaros... E a saudade de um amor que as cartas separaram, ao dizer que teu destino estava ligado à outra e que deverias esquecer - me e eu a ti...

E nosso povo não se importou em separar - nos, crendo que as cartas não mentem e que tínhamos que obedecer aos nossos destinos ditados por elas... Sei que sofres como eu, porque em nossos corações existe um amor que nada no mundo destruirá... Não encontrarás em outra boca o sabor dos meus beijos, em outro corpo a paixão que te pertence, assim como nem eu, porque prefiro viver isolada a submeter - me a viver em outros braços, pensando no amor que sentimos um pelo outro... Sei que o mesmo farias, não fossem as tradições e não fosses, tu, o único herdeiro para dar seguimento à todas elas, entre nosso povo que jamais poderás abandonar...

Enquanto viver, enquanto respirar, só a ti

pertencerei e só em ti pensarei...

De longe, vejo a luz da fogueira e quase ouço o crepitar das achas perfumadas, mas não me aproximo, não posso me aproximar... Hoje, tudo é parte do passado, a vida que escolhi mais nada tem a ver com nosso mundo... Com o meu mundo que se resumia em ti, mas onde quer que eu esteja, ouvirei sempre o som dolente, acariciante do violino que tocavas, para mim... E que agora, ouço pela última vez, porque seguirei sem olhar para trás, levando em mim tua imagem amada ao lado da fogueira, iluminado pelas chamas refletidas no teu corpo alto e bronzeado, como fosses um deus absorvido pelo som que, como fosse magia, também te envolve...

E nesses instantes, sei que também pensas em mim com saudades...

Adeus, amor da minha vida... Adeus...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 10/01/2008
Código do texto: T811972