Quando tudo está em jogo

E ela apoiava um cotovelo na mesa e a palma da mão na orelha.

Quanto tempo se passara?

O maior de seus medos vira à tona, a perda, a ausência, a insustentável leveza do ser.

Com os dedos, batucava dois toques seguidos na mesa, batidas de coração. O tu-tum incessante percorria as partículas de madeira, os ossos, a carne, chegando ao ouvindo e à mente fértil da garota.

Tudo estava em jogo naquela mesa.

Incansável continuava, a batucar como se numa tentativa de ouvir mais perto e forte o coração dele.

Cansável sossegou, os dedos. Num suspiro fundo com resto de voz, disse:

-Volta, por favor, volta.

Thabata Guerra
Enviado por Thabata Guerra em 22/02/2008
Reeditado em 10/03/2008
Código do texto: T870945
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