O imperador "Is"

O sono cobria meus olhos de lágrimas, não queria fecha-los, a lua estava bela de mais para ser desperdiçada. Sobre a sacada de meu quarto me postava a observa-la. Escorado na grade da sacada, pensava em como minha vida era linda. Fechei os olhos permitindo uma rajada de ar fresco ser absorvida pelas minhas narinas. Um ar puro, refrescante e calmo. Sou dotado de um talento, conhecido em lendas como Is. Manipulo as tenebrosas chamas negras. Cabelos pretos, lisos e com uma mecha caída sobre o olho direito, mecha formada por um gomo de cabelo, por onde meus olhos pretos se transformam em chamas azuladas me dando plena visão noturna. Minhas sobrancelhas são pretas com fios azuis no termino da esquerda. Meu corpo é musculoso, tenho um metro e oitenta de altura. Visto um sobretudo preto sem mangas e sem gola. Não uso camisa mostrando meus bíceps.Uso também uma calça preta rasgada em várias partes, deixando aparecer atrais parte da minha cueca negra. Com meus vinte e sete anos, desvendei os mistérios de meus poderes aos doze, quando usei as chamas pela primeira vez.

Um braço feminino me agarrou, logo seu rosto se encostou sobre meu ombro direito e seus fios loiros e lisos escorregaram sobre meu corpo. Seu sorriso me chamou a atenção e inclinando meu pescoço nos beijamos. Seu nome é Andris, uma linda mulher portadora de um talento nato, ela conseguia manipular uma energia místicas sobre seus músculos, sendo capaz de lança-la ou usa-la para aumentar a capacidade de sua defesa ou ataque. Ela vestia um roupão de seda, da cor roxa, a mesma cor do baton que usava. Pele lisa, olhos de mel, mamilos fartos, corpo de boa estética e bem vaidosa. Ela era minha esposa e éramos muito felizes. Trabalhávamos para a Organização de Pesquisadores de Fatos Sobrenaturais, a OPFS, apelidada de Sessão D-1. “D” de desconhecido e “1” por ser a primeira geração.

Estamos na base secreta da Sessão, uma mansão, praticamente de férias depois de uma missão trágica, perdemos um grande companheiro... Prefiro não falar sobre isso, me magoa muito. A pessoa que morreu era meu melhor amigo, não tinha poderes e nem medo de morrer... E morreu, mas bravamente. Senti-me envergonhado de possuir poderes e não ter sua dignidade.

Aquela brisa começava e me incomodar. Andris me abraçou tentando aquecer meu corpo, mas não era de frio que tremia, era de medo. O medo de viver sem ele, de viver sem Half, o Doutor formado em mecatrônica, que se aventurou numa missão sobrenatural e não voltou com vida. Creio eu, que se a ciência não poder traze-lo de voltar, o sobrenatural trará, irei descobrir uma forma, juro pelo sangue que derramou sobre meu jaleco quando pus sua cabeça em minha perna... Que “As lágrimas que debitei em sua face pálida, serão enxugados com o batimento do seu coração Doutor!”

Andris sentindo minha tensão, começou a mordigar me pescoço, ela sabia como me chamar atenção. Um sorriso suave nasceu de minha fase pensante. Nos olhamos e eu a beijei. Depois deslizando sua suave mão sobre minha fase e remeteu um selo nos lábios adentrando no quarto.

Meu sangue começou a ferver. Logo as chamas negras corriam pelo meu braço. Os olhos chamaram as chamas azuis que me mostraram o parentesco do perigo. Mortos-vivos caminhavam até a mansão. Eram três esqueletos legítimos de um Necromante da era medieval. Sabia que não era o único com poderes nessa era, estamos no século XI ano de 2035, a tecnologia avançou muito, e junto dela a grande cidade de Maringá se tornou um palco de confrontos sobrenaturais. Saltei da sacada, pousando com uma perna inclinada, uma mão no chão e a outra levantada para cima mostrando as trevas no meu punho. Olhei bem naqueles olhos vazios das criaturas que avançavam com armaduras enferrujadas, espadas e escudos nas mesmas condições. Desdobrei a perna apontando o punho flamejante para o morto-vivo mais próximo. Eles logo não perderam tempo e avançaram. Estava na grande frente da casa, que tem uma pista circular que começa no portão de entrada, na metade chega até a casa e termina na saída. A parte do asfalto enfrente a casa é protegida por um teto de cimento e dois pilares postos no gramado. O núcleo do circulo é forrado de um granado raso, com um chafariz esguinchador de água. Dos projeteis roxos atingiram vindo do alto os esqueletos, um para cada, instantaneamente eles se destroem. Meu punho acerta um belo soco exterminando o restante. Ao procurar o culpado pelos projeteis, avisto Andris sorrindo e acenando. Mas uma risada sarcástica me chama atenção na direção do chafariz. Com passos longos e cautelosos avisto meu inimigo. Eu o conhecia bem... Eférus, o Necromante despertado pelos pesquisadores, escapou de minhas mãos cinco vezes, mas que raios ele esta fazendo aqui? Depois de fugir, matar Half e proporcionar o caos em Maringá, vem me visitar? Não faz seu estilo, não mesmo...

- Não tem pão seco Eférus, pode tratar de pastar sua marionete de ossos. Num leu a placa escrita “Não pise na grama”! Fala alguma coisa droga! – Não consegui manter a calma com aquele silencio, por que ele não falava? Não se mexia, não fazia nada! Minha resposta não demorou muito a chegar.

- Is, bravo guerreiro... Hoje você se juntara a mim, e juntos destruiremos essa sessão. Eles o destruirão assim que descobrirem sua origem. Vim aqui lhe dar uma chance de viver em paz. Vim em paz... . Abandone-os, venha para meu lado! – Eférus começou a caminha sobre a grama segurando uma caveira na mão, a crânio possuía duas perolas vermelha nos olhos e um dente de prata.

Talvez ele estivesse certo, talvez depois que descobrissem minha origem, se ela for negativa, o que pelos meus poderes plenamente é, serei destruído. Mas não seria assim, eu não causaria mal, mesmo que meu corpo fosse possuído minha alma caminha pelo lado do bem, o amor por Andris, eu tenho um coração puro e límpido... LÍMPIDO de maldades!

Passei a mão sobre o cabelo arrastando os fios da testa para trais, logo que minha mão terminou o serviço a mexa desceu sobre meu olho, que acendeu a chama azul. Liberei um sorriso maléfico.

- O mal mora em meu peito sim, Eférus... Eu possuo o terror em meus punhos e as chamas assombradas envolta da alma. Mas não será por esse motivo que renderei minha vida, cedendo ao seu pedido. Se me quer vai ter que levar no braço, é assim que homens como eu decidem as coisas, na força sobrenatural.

Andris desce rapidamente pelas escadas acessando o elevador secreto da casa pairando no laboratório de pesquisa secreto no subsolo. Ainda aflita chega até o Doutor Ewerton lhe tocando o ombro, ele estava analisando um livro achado no México.

- Doutor! Temos um invasor. Precisamos deite-los com força de ferro – Afirmou Andris. Ewerton postou sua mão sobre o ombro dela, soltando um leve sorriso. Assustada retirou o braço sentindo o corpo do Doutor mudar de forma. Um velho careca, com uma grande berruga no lado dos lábios, usando camisa longa e calça velha surge no lugar do Doutor, mostrando sua dentadura. Andris conhecia aquele velho, olhando ao seu redor estavam todos os aliados de Eférus, fugitivos da Sessão D-1. Ela estava cercada. Travaria uma bela luta pela sobrevivência, apesar de serem inferiores a ela, a quantidade é o que a preocupava no momento, estava vigorosa, acabava de tomar banho e sentia suas energias fluírem bravamente.

Corri em direção a Eférus, as chamas nasceram e fortificaram em meu punho, o mesmo que atingiu a fase dele. Lançada ele quebra o chafariz fazendo um grande jato de água sair da terra, meu inimigo se levantava normalmente, zombando de meu golpe. A caveira sobre sua mão estava brilhando, ela devia ser a chave de seu novo poder. Disparei rajadas negras sobre ele, mas um brilho vermelho em seu corpo o fez se movimentar como luz desviando-se facilmente das rajadas e desferindo um soco no meu estomago. Inclinei minha coluna com a dor, mas reestabilizado o corpo fazendo um circulo de trevas cobri-lo todo. Um grito jogando os braços pra cima com força fez nascer uma explosão de trevas criando uma nuvem negra cobrindo o gramado. Meus olhos iluminados pela chama azul vararam o local na procura dele e nada, onde ele estava? Um golpe pela por trais levei, dando um passo para frente, golpeando para trais me virei e... nada! A nuvem continuava e minha visão beneficiada também. Estava despreocupado até ouvir um grito de minha amada. Corri para socorre-la mais não foi necessário pois na minha frente, sobre meus olhos naquela nuvem negra, um facho de luz branco varou o asfalto jogando Andris dele. Saltei pegando-a no cola, caindo com uma perna inclinada.

- Desgraçado! O que pretende comigo? Por que machuca-lá, se é a mim que procura? Aparece Eférus! – Os gritos de minha garganta chamam a atenção dos seres sobrenaturais que saem pelo buraco no chão. A sorte minha que a nuvem habitaria aquele local por alguns minutos. Resolvi fugir. Correndo em direção ao portão eletrônico sobre saltando-o. Tomei a rua principal correndo com Andris nos braços. Cheguei até a esquina irritado, atormentado e ferido. Gritei de dor. Andris pôs sua suave mão sobre minha fase, eu chorava, ela ria. Sua voz ficou roca, e aquele velho nojento do Nicos surgiu. Tratei logo de queima-los em chamas tenebrosos, até seu corpo voar sobre a brisa em cinzas. Corria de volta até a mansão. Mas três inimigos conhecidos me esperavam. Eles abriram espaços e Eférus segurando Andris pelo pescoço surgiu. A fase dela esta ferida, havia ferimentos e sangue sobre sua boca, sua testa e seus braços. O roupão estava rasgado mostrando seu pijama de seda. Os três a minha frente eram patos e numa baforada de trevas dei um fim neles. Caminhava em passos lentos até minha amada.

- Você a quer Is?... Rssss venha pegar – A voz de Eférus começava a me dar nos nervos, ele levantou Andris pelo pescoço dirigindo a rua, nesse momento vinha um grande caminhão. Não acreditaria que ele tinha coragem de fazer aquilo, mas toda opção descartada, seria de ser segura.

- Passe para o meu lado, a Sessão D-1 Não existe mais. Half, Ewerton e os outros estão mortos, somos livres há há... – Interrompi seu decurso.

- Se estou livre, me deixe em paz então, não faça mal a ela que o deixarei viver – Ele começou a rir, o caminhão estava chegando – Se não vou mata-lo assim que salva-lá! – Não contive meus pés que afrontaram velozmente. Uma chama azul saiu de meus olhos como labareda me fazendo parar no mesmo instante. Elas atingiram Eférus em cheio que queimava de forma estranha. Andris estava no meio daquelas duas labaredas que emitia sem querer. O caminhão passou, queimando ele a libertou deixando o corpo de minha esposa pousar sobre o chão.

- Não pode ser. Maldito Is, eu ainda acabo com essa bondade, você precisa saber a verdade sobre sua alma... IMPERADOR IS – Eférus desapareceu sobre a nuvem que pousava a mansão apesar de manter a escuridão ela estava desaparecendo. Peguei Andris no colo, ela sorria para mim.

- Sabia que iria me salvar... – Seus olhos fecharam de cansaço, agora dormia protegida, dormia em meus braços, carinhosos braços do homem que a amava...

As palavras “Imperador Is” Não saiam de minha cabeça, Estava deitando na cama com Andris repousando ao meu lado. Essa noite foi agitada, amanhã sairíamos daqui para outra casa, longe do centro, longe de perigos... Longe da morte.

“Is – O império se levantou, a Mancha negra marcha sobre a terra, seja em qual era esta. A homem que carrega o mal está de volta. Com punhos flamejantes emanados pelas tenebrosas trevas. Is o imperador das trevas”

O sol pairou sobre minha sacada, me dando o bom dia. Levantei sem despertar minha amada, eu tinha dado banho nela para retirar o sangue que cobria seu rosto, mas olhando bem, seu fator de cura realmente estava ativo, pois ela dormia com uma cara ótima. Retirei minha roupa me deliciando com um gostoso bainho. Depois da ducha me sequei, envolvendo a parte inferir sobre a toalha me dirigindo a sacada. Observava os dois portões destruídos, as gramas pulverizadas pelas minhas chamas, o chafariz quebrado com um desperdício de água pelo encanamento rompido. Vesti meu sobretudo e uma calça azul marinha saindo do quarto após dar um beijo em Andris. A casa estava intacta, nem ao menos tiveram o desconforto de entrarem. Peguei o elevador para o laboratório, minhas expectativas estavam corretas. Eférus havia exterminado a Sessão D-1. Estava tudo destruído, computadores, relíquias, arquivos, maquinas, tudo... Sem dizer dos corpos dos doutores e dos seres sobrenaturais derrotados aqui.

Andris despertou dando aquela espreguiçando. Estava nua, mas limpa. Olhou para o lado oposto da cama me procurando, varreu com os olhos o quarto tentando me achar. Levantou-se lentamente se descobrindo primeiro. Adentrou o banheiro enrolando-se no meu roupão, pois o dela estava estragado. Desceu as escadas, pegou o elevador e chegando ao laboratório me avistando.

- Is... Não fique assim. Eférus fez um mal que transformou em bem. Eles iriam nos matar – Disse Ela me abraçando por trais. Suas palavras faziam sentidos, eram verídicas, seria eu ou eles. Traguei uma boa quantidade de ar, liberando o mesmo com força, respirando bem forte. Abraçado entramos no elevador, subimos. Depois Andris o destruiu disparando uma bola de energia dentro dele.

Andris foi se trocar em quando isso me dirige até a garagem para pegar nosso carro, uma Ferrari FX450 amarela. Após alguns minutos, usando um óculos de sol de lente roxa, cabelos lisos, vestindo uma blusinha que mostrava sua barriga, e uma calça cabri branca, andando sobre aquela rasteirinha, minha amada montou no carro.

Estava na era moderna, no século XXI. A tecnologia cresceu muito. Podíamos nos falar por TVs, era o que mais me fascinava. A economia do Brasil cresceu depois da terceira guerra mundial e da queda do Estados Unidos. Os americanos foram traídos pelos britânicos e bombardeados pelos Iraqueanos e Chineses. Eles começaram a guerra tentando destruir o Brasil usando a Amazonas como desculpa, mas os britânicos se aliaram aos brasileiros e junto de outros paises de ambos lados essa guerra derramou sangue de 2013 até 2020. Sete anos de destruição e agora o México a Inglaterra e o Iraque brigavam por terras americanas. O Brasil se tornou uma potencia mundial do capitalismo, batendo records e records de economia e desenvolvimento social. Virando um país desenvolvido. Maringá se juntou com outras cidades, parecia Nova York em 2006, cheia de grandes prédios, luminárias, uma cidade clariada pelas novas instalações. Cidade viva, que preservava seus pontos históricos como a Catedral, o parque do Ingá, seus dois shoppings e outros.

Eu estou livre para combater Eférus, seus aliados, e qualquer ser sobrenatural que tente fazer mal a minha cidade, Maringá é meu lar, minha terra, minha nova casa. Eu e minha esposa lutaremos para preservar o bem sobre essa terra. Um manto, uma dama... O mal.