A teoria na prática

Acordar nestas condições sempre me faz pensar no velho aparelho de TV que ocupava espaço na casa da minha tia-avó solteirona. O mundo é de chuviscos e faixas pretas cruzando meu campo de visão, zumbidos e chiados atacando meus ouvidos. Tudo igualzinho ao que eu me lembrava daquele maldito caixote valvulado de madeira, a Telefunken na qual eu assistia às Boletes – era assim que se chamavam as Chacretes do Programa do Bolinha? – nas tardes de sábado. O que eu não daria agora por um pacote de Bombril pra pôr nas antenas e tentar melhorar o sinal... Maldita ressaca!

O pior é a dor nos quartos traseiros. Parece que levei uma surra. Ou será que fui atropelado? O pensamento me faz pular da cama na mesma hora. Cama? Na verdade um colchão fedido jogado num piso de cimento cru, cinza da cor do meu fígado. Onde eu tô? Quarto pequeno, tipo de empregada, sem janelas... Só o colchão, sem lençol, travesseiro, nem nada – pelo menos não tem mancha de sangue, percebo – e uma porta de madeira. Trancada, é o que eu pude conferir assim que consegui movimentar as pernas e os pés descalços naquela direção, através do mar de chuviscos e zumbidos.

Se eu não consigo responder ao “onde eu tô”, pelo menos tento pensar no “como vim parar aqui?” Onde exatamente é o “aqui” fica pra depois. Me jogo no colchão de volta, ainda com a bunda dolorida, e me encosto na parede áspera e gelada... Percebo neste momento que tô sem camisa, só com uma bermuda de elástico. Porra, cadê minha cueca? O que diabos aconteceu na noite passada?

Arre, só me lembro de sair da produtora e ir direto pro bar mais perto, o Café Matisse, no CIC. É, isso, hoje – se é que hoje é hoje mesmo, noto que além da minha roupa sumiram celular e relógio, e com eles minhas noções de que horas são e de que dia da semana é – ia ser o meu primeiro dia de folga desde que começou a campanha. Eu queria aproveitar pra encher a cara.

Apareceu aquela morena com jeito de punk, ou de gótica, sei lá. Morena com corpo de alemoa. Roupa de couro preto, quase dois metros só de pernas. A guria deu mole e disse que se lembrava de mim, eu não era o Medina, da antiga Escola Técnica? Era. Não me lembrava dela, do curso de Arquitetura? Não tava lembrando. Mas ela se lembrava de mim da turma de Eletrotécnica. Abafado aqui, música chata, vamos levar as long necks lá pra fora? Só se for agora! Dei tchau pros colegas e acompanhei a grandalhona pela porta de vidro com as garrafinhas verdes nas mãos. Ensaiei minha piada sobre a Lei de Ohm, a mesma que conto pra todo mundo que diz ser do tempo da Escola Técnica, mas só me vem à mente um negrume com aquele pontinho persistente de luz de televisão velha sendo desligada.

Pelas frestas da porta entra o pouco de iluminação do quarto. Dá pra notar que o lugar foi feito de qualquer jeito, parte do reboco deixa à mostra os tijolos das paredes. Deve ser um barraco de favela. Aposto que tô na Chico Mendes. E aposto mais dinheiro ainda que ninguém viu nem ouviu nada.

Bato o olho no teto, uma laje tão descascada quanto as paredes, e encaro uma luz vermelha. É o led de uma câmera de vigilância. Ela parada, fixa, me observa de cima pra baixo. Eu ali, meio pelado, seguro a cabeça pra não desgrudar do pescoço e quicar pelo chão. Penso se vale a pena gesticular, berrar pra algum microfone embutido ou coisa do tipo. É quando a porta faz barulho. Um trinco se destrava e as dobradiças gastas começam a ranger.

Entra sem pressa naquela pocilga um sujeito de roupas mais brancas que figurante de comercial de sabão em pó. Putz, tão branco, na contraluz, que faz meus olhos enressacados doerem. Ponho a palma da mão nas sobrancelhas pra tentar proteger a vista daquela invasão. Nem me levanto.

– Boa tarde, senhor Medina. Passou bem a noite?

Não reconheço a voz, posso jurar que nunca ouvi aquele sujeito antes, apesar de não conseguir enxergar a cara dele.

– Tá, não preciso nem perguntar onde eu tô, quem é você, como vim parar aqui...

Hummm, não reconheço nem minha voz. Ela sai mais rouca e ainda mais pastosa que o de costume para uma simples noitada. Os erres se embolam no meio de perdigotos e a língua bate no céu da boca, inchada feito esponja encharcada e com um gosto não identificado. Não é o costumeiro cabo de guarda-chuva, estou certo disso. Mas acho que deu pra disfarçar o medo, daquele jeito que só os bebuns tiram coragem pra encarar um desconhecido, seja na desvantagem que for. Acho que ainda tô bêbado, ou chapado, de verdade.

– Perguntar não vai adiantar mesmo muita coisa, mas se o senhor colaborar vamos lhe dar algumas respostas.

“Vamos”? O cara não tá sozinho. Se eu precisasse de algum outro motivo pra não me levantar do colchão e pular na garganta dele, numa tentativa desesperada de fugir por aquela porta, a ideia de ter um bando de gente me esperando do lado de fora é suficiente pra eu ficar quieto no meu canto.

– É tudo muito simples. O senhor está sendo convocado para participar de nosso grupo e nos ajudar em uma missão.

Ele fica de pé, na frente da porta, com as mãos nos bolsos. Apesar de eu continuar meio cego, dá pra notar que a roupa é coisa de médico: um paletó, ou jaleco, branco, calça social branca, até os sapatos são brancos. Me vem a cabeça aquelas histórias de gente raptada pra ter os órgãos transplantados. Ainda com a mão direita protegendo os olhos, passo a esquerda pelas costas e pelo lado do corpo pra tentar sentir alguma cicatriz de corte. Como se alguém fosse se dar ao trabalho de arrancar uma carne tão de segunda quanto a minha. Parece que meus rins, pâncreas e fígado continuam no lugar, mas tô arranhado e cheio de manchas roxas...

– Que raio de grupo, que zorra de missão? – os erres me fazem cuspir e me babar todo. – Vocês são algum tipo de... igreja?

O homem que agora me lembra um pai de santo mostra a palma da mão direita. É um gesto pra me acalmar, imagino, não que adiante de muita coisa.

– Não, não somos uma seita. Se faz questão de um nome, fomos nós que fizemos a pichação no muro em frente de sua casa.

– “Camisinha causa câncer”? Foram vocês que pintaram aquilo? – digo um segundo antes de me bater o pânico por perceber que eles sabem onde eu moro. Meu Deus, eles sabem onde eu moro!

– Exatamente, frases como aquela estão gravadas em muros por toda a cidade, demarcando o território onde vivem pessoas que nos interessam, que podem ser úteis em nossos projetos. Mas além da frase, existe uma assinatura, não é mesmo? Duas letras escritas em azul.

– T e... C? – tento puxar na memória, nunca prestei muita atenção naquilo do mesmo jeito que sempre passei batido por todas as pichações do tipo “Eles ouvem o que você fala no celular” ou “Transgênicos são feitos de fetos abortados” com que topo no caminho da casa pro trabalho, em Florianópolis, São José e adjacências. Acho que todas são mesmo assinadas com aquelas letras.

– Exato. Terroristas da Conspiração. É assim que somos chamados nos fóruns da internet, nas correntes de e-mail, nas comunidades do Orkut, nos vídeos do YouTube.

Como se um lâmpada estourasse na minha cara, me lembro de todos aqueles e-mails que deletei, os pop ups que pularam na minha cara na frente do computador em páginas não muito recomendáveis, dos antigos spywares, das mensagens pelo celular... do monte de spam que me enche a paciência, assinado por TC ou, muitas vezes, por esses tais de Terroristas da Conspiração. Sempre com as histórias mais absurdas sobre discos voadores, Amazônia internacionalizada, sanduíches feitos com carne de minhoca, chips implantados em sei lá o quê, gente sequestrada não sei onde... Peraí, até o papo de transplantes clandestinos li numa mensagens dessas!

– Noto pelo seu rosto, senhor Medina, que está reconhecendo nosso nome. Sim, nós somos celebridades anônimas, mitos urbano-virtuais espalhados pelas redes, nos resultados do Google, nas páginas da Wikipédia, nos anúncios das revistas de ufologia, nos comentários dos blogs, em flashmobs... Estamos presentes no mundo inteiro, em todos os continentes.

– Deixe-me tentar adivinhar: sempre divulgando as verdades que os poderosos não querem que o povo saiba? – a coragem vem da súbita consciência do ridículo de tudo aquilo.

– Ao contrário. Espalhamos mentiras que são úteis aos poderosos que nos contratam. Espalhamos ou, quando necessário, produzimos mentiras úteis. Como a que vamos produzir com sua ajuda.

Tá, agora pirei. Quer dizer que existe algum motivo por trás de todo aquele lixo que me atola a caixa postal? Nem consigo encontrar as palavras pra esboçar uma pergunta, parece que alguém girou o seletor de canais daquela velha Telefunken de madeira cheia de cupim e tirou da sintonia da estação que eu tava vendo. Entrou um desenho animado no lugar da novela das oito...

– Voltou a ficar confuso, senhor Medina?

– Não entendo, que vantagem alguém pode tirar de todos esses boatos desencontrados, histórias paranoicas que não fazem nenhum sentido, que se contradizem o tempo inteiro?

– Ah, o senhor não imagina quantas marcas já levamos à falência, quantas reputações já destruímos com nosso trabalho. Basta ativarmos nossa rede e espalhar que tal produto faz mal à saúde, que determinada pessoa está envolvida em alguma atividade obscura ou macabra. Quantos esquemas ilícitos já foram encobertos por cenários fantasiosos de ETs capturados ou de discos voadores errantes? Só precisamos espalhar as histórias em nossa muito eficiente rede de contatos global e, em alguns casos, ajudar a divulgar pistas que dão a credibilidade necessária para que nossas cortinas de fumaça funcionem. Sabe – num momento calculado, ele acende e começa a fumar um cigarro –, às vezes precisamos amassar algumas plantações de trigo por aí.

De repente as coisas começam a fazer algum sentido, daquele jeito que só acontece nos sonhos: uma coisa esdrúxula se liga a outra tão esdrúxula quanto; mas a soma das partes é coerente. Só falta entender uma coisa muito importante...

– O que vocês querem comigo? O que eu tenho a ver com essa história?

– Ora, o senhor é o técnico de som responsável pelo programa eleitoral do atual candidato à reeleição no governo de Santa Catarina, certo? Uma pessoa em uma posição que nos interessa no momento.

Agora fedeu! O que esses malucos vão me pedir? Que eu mate o governador? Não tem mais jeito de disfarçar o pânico.

– Acalme-se, senhor Medina. O que o senhor vai fazer por nós é uma coisa muito simples para alguém que exerce suas funções. Algo muito, muito simples.

– Você não pode me obrigar a fazer nada! – berro arranhando a garganta e me engasgando com a saliva grossa. – Não vou ajudar a fazer nada que vá me meter em confusão!

O homem nem se abala. Continua a fumar seu cigarro, cuspir fumaça branca e a me encarar, acho que dá pra notar um sorriso na cara dele.

– Guitarrista, poderia vir aqui e trazer o material de convencimento?

Na mesma hora, surge ao lado do homem de branco um outro sujeito que caminha pra dentro do quarto – ou devo chamar de cativeiro? Ao contrário do cara com quem eu vinha conversando, esse sai da área de proteção da luz e me deixa perceber um pouco da aparência. Ele lembra um filho bastardo do Kurt Cobain, com camisa de flanela xadrez, calça folgada, cabelo escorrido e até uma daquelas barbichas dos anos 90. Do meu canto, ainda sentado no colchão, protejo a cara como se fosse levar um murro, com os braços cruzados e até as pernas levantadas, quando ele ergue o braço na minha direção. Mas no lugar da porrada, sem dizer palavra, simplesmente joga um celular na minha cara.

– Vamos, senhor Medina, acione o aparelho. O senhor vai se interessar pelo conteúdo da memória, eu posso lhe garantir.

Com o tal Guitarrista em pé do meu lado, ainda com medo de levar um chute daqueles coturnos, pego o celular. Não é o meu pré-pago fuleiro, com toda certeza. Este aqui é bem mais moderno, com câmera fotográfica, tela grande e colorida. As mãos tremem, mas dá pra sacar que tem uma série de fotos e até um filminho ocupando boa parte da capacidade de armazenamento do bicho. Antes de conseguir enxergar alguma coisa, ouço o homem de branco falar.

– Caso o senhor não faça exatamente o que estamos propondo, todas as pessoas que já lhe enviaram um e-mail, todos os integrantes de sua rede de contato do Facebook, qualquer um com quem já tenha conversado pelo MSN, seus colegas de trabalho, amigos e parentes, sua mãe de quase 70 anos, todos vão receber arquivos anexados com essas imagens.

As fotos são, ao mesmo tempo, a explicação da maldita dor no meu traseiro e do gosto estranho na minha boca... Os miseráveis me mantiveram ocupado enquanto eu tava dopado demais pra reagir, bancando a Cinderela. E pelo jeito acreditam mesmo que camisinha dá câncer.

A raiva é grande demais pra que eu pense se além daqueles dois há ou não mais gente do lado de fora. Eu me embalo pra me jogar contra a dupla... Só então percebo algo que já estava do meu lado. De dentro da calça jeans do roqueiro cabeludo, o metal de um trezoitão reflete a luz vinda da porta. Engolindo a vontade de vomitar, faço a única pergunta possível àquela altura:

– O que vocês querem de mim?

– Muito bem, senhor Medina. Sabia que estávamos negociando com uma pessoa sensata, não perdemos tempo ao observar sua vida desde que o senhor foi contratado para trabalhar na campanha do governador. Guitarrista, dê a seu amigo o outro pacote.

Agora é uma caixa de plástico que é jogada no colchão.

– Este CD é algo que vai lhe fazer companhia pelos próximos meses, senhor Medina. A cada novo programa que o senhor ajudar a produzir, em sua mesa de edição, deve incluir, camuflada no áudio, alguma das faixas dele. Disfarce o conteúdo em um canal oculto entre os jingles de campanha ou no discurso do candidato. Seja criativo.

– O que tem nesta coisa? – eu seguro a caixa e tento não olhar mais pras fotos no visor do celular.

– Ah, nada demais. Uma série de sons que seriam o esperado em alguma cenário sobre mensagens subliminares: vozes gravadas de trás para frente com frases de comando, mensagens ocultas em frequências muito altas ou muito baixas para serem captadas pelo ouvido humano, ruídos de baleias, coisas assim.

– E vocês esperam que uma coisa do tipo vai fazer lavagem cerebral nos eleitores? Convencer as pessoas a fazer algo que não querem?

O homem de branco solta uma risada. O grunge de camelô continua quieto.

– Ora, senhor Medina. Parece que não prestou atenção ao que eu disse. Se tivéssemos esse tipo de tecnologia bastaria tocar um disco noite e dia em seus ouvidos para fazê-lo nos obedecer, não é mesmo? Não, nós sabemos que isso tudo não passa de bobagem, histórias para alimentar a paranoia alheia, como o senhor mesmo disse. Mas precisamos ter algo para mostrar às pessoas de tempos em tempos, fazer barulho nos programas de auditório, criar manchetes nos jornalecos, gerar conteúdo para download nos sites certos. Precisamos manter vivos os mitos, dar combustível às teorias da conspiração. Criar certezas fáceis de serem acreditadas para espalhar a dúvida entre as pessoas.

Respiro fundo e volto a encarar o homem de branco, sempre evitando o roqueiro e sua arma.

– Mas se vocês vão espalhar essa história eu vou acabar me dando mal. Todo mundo vai saber que fui eu que fiz a lambança.

– Esse risco faz parte do nosso acordo. Mas não se preocupe, se vamos ou não divulgar o material, ou quando vamos fazer isso, depende de muitos fatores. Do resultado da eleição, por exemplo. E se o senhor fizer tudo direito, quem sabe?, pode haver um lugar lhe esperando em nossa organização. O Guitarrista é um caso, ele foi recrutado para participar de forma não voluntária de um antigo projeto. Hoje faz parte da equipe e deixou para trás uma promissora carreira como ator de filmes adultos.

Posso dizer que percebi a desenvoltura dele pelas tais fotos e pelas imagens em movimento, mas tento me esquecer daquilo. Tenho que me esquecer.

– E é só isso? Posso voltar pra casa se aceitar o acordo?

– Mas é claro, senhor Medina. Desde que tenha em mente que estaremos aqui fora, do outro lado de sua casa, monitorando os programas de TV de seu candidato para conferir se o senhor está fazendo o trabalho direito.

Eles dão espaço pra que eu me levante. Faço isso me escorando na parede mal rebocada. Deixo o celular com as fotos no chão e seguro o CD com a mão tremeliquenta. Espocam perguntas sobre quem poderia ter encomendado o serviço, se foi um dos candidatos concorrentes, empresários, algum sindicato, os gringos... Mas só faço uma delas em voz alta:

– Tô livre, então?

– Mas é claro. Vamos deixá-lo perto de sua casa e o senhor vai poder tocar sua vida, contar vantagem para os colegas sobre a mulher com quem saiu a noite passada. Leve o aparelho celular junto, pode apagar as fotos se quiser. É através dele que vamos nos comunicar quando for necessário. Mantenha-o sempre com a bateria carregada. Atenda o telefone sempre que tocar, não importa o que esteja fazendo. Vou me identificar como sr. Neves.

Senhor Neves? Lembro daquele presidente do tempo em que eu era moleque, o que foi sem nunca ter sido. Enquanto apanho o aparelho, me lembro da pichação – “Eles ouvem o que você fala no celular” – e volto a controlar a imaginação pra não pensar exatamente no tamanho desta roubada.

– Fora isso, ainda vai voltar a ouvir falar de nós. Talvez não pessoalmente, porém estaremos presentes nos spams, nas pichações e nas correntes de sempre. Desde que não falte com o nosso compromisso, seus amigos nunca verão aquelas fotos. E se quiser, algum dia, pode até contar esta história para alguém, já que ela só vai servir para aumentar nossa mitologia particular.

Ainda me sentido uma televisão fora de sintonia, sem Bombril pra ajudar na recepção, caminho na direção da porta para testar a promessa de que vão me soltar. Celular numa mão, CD na outra. O ex-ator pornô permanece indiferente. O homem de roupa branca, que só agora percebo ter cabelos tão grisalhos quanto os do Cid Moreira, joga o toco de cigarro no chão e me estende o braço em um cumprimento.

– Bem-vindo aos Terroristas da Conspiração, senhor Medina. Este é um mundo muito banal; vamos trabalhar para complicá-lo um pouco.

Acho que agora entra a trilha sonora e começam a rolar os créditos finais.