LIMIAR DA HUMANIDADE - CAP - 27 - 28

CAPÍTULO 27

- Descendente, estamos em frente ao prédio da ONU. Aguardando ordens.

Claiton olha pela janela panorâmica que se abre no interior da nave. Sim, ali está. O prédio da ONU, agora vai depender dele e de sua argumentação forjar uma aliança com todos os países da Terra e prepara-los para a invasão que se avizinha.

- Omega, acionar campo defensivo da nave, pousar nas imediações, cuidado com veículos e pessoas, não queremos chegar causando danos a ninguém.

- Assim será feito descendente.

- Omega

- Sim descendente?

- Por favor me chame apenas pelo meu nome – Claiton. Não me sinto à vontade em ser chamado de descendente.

- Assim será feito.

Claiton força um sorriso. Ele não está com muita vontade de sorrir, o destino do mundo vai depender dele, sabe que não será fácil convencer as nações da Terra a atuarem em conjunto, ainda mais com tecnologia bélica alienígena envolvida. Terá de confiar em seu hipnotreinamento que incluiu diversos aspectos de negociações políticas, mas ele sabe que os embaixadores da ONU não vão facilitar

- Claiton, nave pousada, campo de força ligado. Preparada escolta dois robôs de combate vão acompanha-lo.

Claiton pensou em dispensar os robôs, afinal ele tem de se apresentar como amigo e os autômatos poderiam passar uma ideia errada, por outro lado não podia descartar a hipóteses de que além de ser desprezado em suas argumentações, ainda poderia ser hostilizado. Pensando assim ele, mesmo relutante, autorizou sua escolta particular.

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-Muito bem, agora você me explique toda essa m.... e quero dizer que está bem encrencado rapaz, aprisionar oficiais do exército é um crime bem grave.

Alyssom sorri.

- Pode ficar tranquilo senhor, assim que os estimulantes fizerem efeito teremos uma boa conversa e garanto que tanto o senhor como seu oficial hão de entender tudo que se passou com os senhores.

- Major Freitas.

- Sim Capitão?

- Acho que devemos escutar o menino, afinal se ele fosse fazer algo de nocivo conosco já teria feito.

O Major pensa alguns segundos e chega à mesma conclusão que seu subordinado.

- Muito bem jovem, assim que achar conveniente comece suas explicações. Eu e o Capitão Feijó, vamos escutar o que tem a dizer.

- Agradeço sua boa vontade senhor. Espero que entenda tudo que aconteceu e nos apoie ao final da conversa.

Dito isso o jovem inicia a sua explanação. Os dois oficiais escutam em silencio trocando olhares confusos entre si.

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No prédio da ONU uma concorrida reunião ocorre na sala onde se realizam as reuniões da Assembléia, o embaixador da Coréia do Sul efetua uma discurso violento acusando a irmã do Norte e a China de violações ao longo da fronteira marítima. Repentinamente o microfone do embaixador silencia e uma voz se sobrepõe.

- Caros embaixadores, meu nome é Claiton. Sou brasileiro e venho aqui, pedir a sua ajuda para salvar nosso planeta.

Uma tremenda confusão se segue, pois ninguém até então conseguira identificar de onde vinha a voz.

Repentinamente um trio dos mais estranhos toma forma perto da mesa onde se encontram o presidente da Assembleia Geral.

- Por favor se acalmem senhores, tenho coisas importantes a falar e não há muito tempo para isso.

Há um novo tumulto, todos parecem querer falar ao mesmo tempo, mas os microfones estão mudos.

CAPÍTULO 28

Base de Iporanga.

Os dois oficiais olham incrédulos para Alissom.

- Por favor, que piada é essa? Somos oficiais do exército brasileiro e você vem falar de extraterrestres? Base espacial de povo que está desaparecido e que seria a origem da humanidade? Robôs, IA....

- Se o senhor não acredita olhe a sua volta, me diga se o que está vendo encontra similar na Terra.

Os oficiais silenciam. O Major volta a falar após alguns segundos.

- Vamos supor, apenas supor que tudo que nos disse até agora é verdade Tem como provar que estamos na iminência de sermos atacados por seres do espaço?

- Omega, informe aos oficiais a distância da frota.

- Atacantes se encontram a três dias de distância, isso se manterem a atual velocidade.

- E quantas naves compõe essa suposta frota invasora?

- Até o momento meus sensores de longo alcance detectaram cerca de 78.945 naves, mas há mais, a frota está muito dispersa e se aproxima com lentidão de nosso sistema.

- Está brincando. Perto de 79.000 naves? Acho que em todo o mundo atual não temos essa quantidade de aviões de combate, ou mesmo de aviões no geral.

- O senhor vê agora o problema que temos em mãos? Sem uma coesão das potências mundiais não teremos como resistir a isso.

- Isso se tudo o que você essa, essa....coisa que chama de Omega estiverem dizendo a verdade, tudo pode ser montado e.....

- Major, por favor, olhe bem à sua volta, veja os dois robôs médicos. Há algum país do mundo que tenha algo semelhante? E depois qual a vantagem que eu teria em mentir aos senhores, afinal sou brasileiros e meus familiares moram em São Paulo. Ou nós começamos a trabalhar juntos, ou pode ser o fim da raça humana.

- Você pode deixar eu e meu capitão a sós?

- Ômega desligar todo o sistema de escuta e gravação desta sala, tire os robôs e deixe os dois oficiais dialogarem, e que seja uma conversa privada. Assim que chegar a alguma conclusão bata a porta, isso será suficiente para Ômega me avisar. E, bem grato por me escutarem.

Alyssom se retira, assim como os robôs médicos. Há alguns momentos de silêncio na sala antes dos dois oficiais iniciarem sua conversa privada.

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- Se puderem fazer silêncio, eu posso expor o que me trouxe aqui.

- Isso é um absurdo, cadê a segurança? Tirem essa pessoa daqui.....

- Por favor, senhores, eu preciso falar, o destino de nosso planeta depende disso.

Três seguranças se aproximam, mas os robôs que acompanham Clayton intervém, os seguranças são alvejados com raios paralisantes e ficam estáticos.

- Senhores, senhores, por favor, vamos ouvir o que este jovem tem a dizer. Afinal se o interesse dele fosse fazer algo que possa nos matar já teria feito. – Todos olham para a figura do embaixador sul-africano,

Claiton agradece ao embaixador e começa sua explanação.