O MENDIGO

Onde estou?

Assim acordou indagando, o velho mendigo. Um indigente, conhecido apenas como o velho da esquina.

Sua vida, pautada no acordar e mendigar durante todo o dia. Ninguém nunca haverá parado para observar que ele era o único daquele bairro que estava atento a tudo. Ele sabia quem era quem naquela localidade. Conhecia do simples animal ao presidente da associação. Ou seja, conhecia palmo a palmo aquele chão da comunidade. Com seu jeito calado, não falava com ninguém, apenas distribuía um olha amedrontador. Pois até os adultos tinha medo do velho da esquina.

Certo dia na praça, comendo aquele pedaço de pão que haverá encontrado na lata do lixo do restaurante, percebeu um papel com números digitados, leu aqueles números e percebeu que a Data que constava no bilhete era de dias futuros, ou seja, sorteio marcado para três dias após este que vivia. Guardou o mesmo e continuou sua vida. Nestes dias que antecederam o dia do sorteio observou muitas coisas inclusive, a saída de um pacote estranho do restaurante. Observador fez-se que estava dormindo, e aqueles que transladavam o pacote nem atentaram sua presença. Puseram aquilo num carro e o mendigo atento. Saíram rapidamente e logo chegou uma mulher que olhou para o saco, balançou a cabeça afirmativamente e saiu. Com sua saída, chegou um homem alto e forte, entrou no carro e partiu em direção a uma lagoa que existia naquela localidade. Como o carro andava bem devagar, deu para o velho acompanhar aquele feito. Viu então, outros dois homens que esperavam o carro. Tiraram aquele pacote e puseram numa lancha e seguiram viagem ao outro lado da lagoa. Daí, o velho não seguiu mais, voltando para sua esquina. Na volta, passou em frente ao restaurante e aquela mulher que haverá visto, estava acompanhada por aqueles que puseram o pacote no carro. Logo depois chegou o motorista que ao aproximar-se balançou a cabeça afirmativamente para todos que estavam no restaurante e sentou-se ao lado dos que ali estavam. O velho sentou-se a porta do estabelecimento e fez-se calado novamente parecendo está cochilando. Ali ouviu gritos de alegria e comemoração.

As horas passavam rapidamente, porém, a festa continuava. A mulher, com seu jeito de comandante, ordenou que, aqueles homens procurassem o bilhete. O mendigo então se arrepiou e começou a ficar nervoso. Os homens adentraram ao escritório daquele comercio e o mendigo saiu rapidamente do local. Dias depois, exatamente no dia do sorteio, velho já mais tranqüilo e vendo que no restaurante tudo estava normal então foi a loteria e conferiu os números, então notou que fora premiado e a alegria tomou conta daquele cidadão. Mas, de imediato se perguntou: E agora, o que farei se uma pessoa morreu por conta deste bilhete? Resolveu então sair do bairro e ir para bem longe. Foi então a beira da lagoa e pegou uma lança para o outro lado, ai percebeu os mesmos homens que tinham carregado o pacote naquela noite. Sentiu então seu c oração bater mais forte.Ao chegar do outro lado, saiu rapidamente de perto daquela lancha, Meses depois já não era mais o mendigo e sim um milionário. Resolveu então investigar aquele fato. Pois de sua mente não saia aquela situação. Contratou um detetive e ficou no aguardo de informações.

No decorrer das investigações o detetive, averiguou todas as informações e descobriu que naquela noite a proprietária do restaurante havia ganhado um bilhete de um pretendente no qual estava escrito varias palavras de amor e ao mesmo tempo teve que mandar para o outro lado da lagoa uma banda de boi para um amigo. Porém, utilizou os serviços dos seus funcionário e agregou ainda os serviços dos funcionários da lancha. No entanto, comemoravam porque fizeram o combinado. Quanto ao bilhete, não estava junto ao Pão que o mesmo haverá encontrado na lata de lixo. Então após as investigações o mendigo lembro que ele mesmo havia jogado os números com as esmolas em dinheiro que havia recebido a porta do restaurante. E tudo pensado, nada mais foi que ilusão de sua mente. Só recapitulando, ele voltou a ser mendigo novamente, pois não ligava pra dinheiro e acabou gastando tudo. E hoje vive naquela esquina e a frente do Restaurante com sua vida pautada no acordar e mendigar e dizer:

Aqui estou...