O BAIXISTA (Terceiro ato) (Vânia)

E assim mais um mês se vai e meu pesadelo só tende a aumentar.

No dia 13/06 meu tormento tem mais um capitulo de tortura.

Meu coração acelerou quando entrei em minha sala e percebi que minha secretaria eletrônica piscava um simples Led vermelho, mas naquele momento parecia que estava olhando diretamente para o sol e sentia meus olhos queimando de desespero, por algum motivo dentro de mim alguma coisa me dizia que eu teria outra mensagem do maníaco.

Demorei alguns instantes tentando criar coragem para apertar o botão da secretaria e ouvir a dita mensagem que deixaria meu dia ainda pior.

Tentei preparar minha mente antes de demoniza-la com que viria a me assombrar.

Se eu pudesse escolher, não teria ouvido.

A mensagem era longa e assim dizia:

-Amigo detetive, nos últimos dias estive pensando em você e tentei me colocar no seu lugar. Tentei entender sua mente e cheguei à conclusão que você anda muito estressado, então percebi que precisamos esfriar a cabeça respirar novos ares, essas coisa que as pessoas normais como nós fazem para renovar as forças e afastar da mente tudo que nos impede de sermos felizes na plenitude da palavra.

Vou te contar o que aconteceu. Eu resolvi esfriar a cabeça e dar um mergulho na salgada água do mar, até ai, nada de mais, mas caminhando pela areia totalmente despreocupado e sem nenhuma intenção, por uma incrível coincidência conheci uma linda mulher de longos cabelos negros cacheados, como eu disse: “eu nem queria, mas...” ela se aproximou e puxou papo comigo, eu me interessei pelo que vi, mas faltava alguma coisa e conversamos por um tempo sem que eu prestasse muita atenção ao que ela estava me dizendo, foi nesse momento que decidi continuar minha caminhada sem destino, ao nos despedir, ela me disse:

-Eu não sei o seu nome!

-Claro que não, eu não disse, ela sorriu e disse:

-Eu me chamo, nesse momento, eu a interrompi dizendo:

-Você acha mesmo que devemos continuar?

E ela sorriu novamente e sendo muito insistente, disse:

-Eu acho que sim, meu nome é Vânia.

Detetive, eu acho que você não pode imaginar, mas meus olhos brilharam e foi assim que decidi convidar-te a vir dar um passeio em praia grande, espero que você curta o passeio tanto quanto eu e te aconselho a dar um mergulho, pois a água salgada limpa quase tudo.

Alem do passeio eu estou te dando um padrão, todas elas têm seus nomes começados com a letra V (caso não tenha percebido).

Só pra você saber (meu contra baixo tem quatro cordas).

Percebemos que ele está usando cordas diferentes, com espessuras de bitolas diferentes e agora sabemos que no primeiro crime, foi usada a terceira corda que é chamada de “La” e tem como símbolo “A” (esse símbolo é conhecido como cifra) no segundo foi usado a primeira corda “Sol” de cifra “G” e na terceira ele usou a corda “Mi” cuja cifra é “E” que é a quarta e também é a corda mais grossa do contra baixo (de quatro cordas).

Talvez esteja apenas perdendo meu tempo com tudo isso, pois não tenho a menor ideia se todas essas informações são relevantes para o caso ou apenas uma distração.

Mantendo seu padrão macabro, outra mulher bonita de pele branca, cabelos longos, negros e cacheados, na parede outro relógio parado as 15h04m, outra partitura num pequeno pedaço de papel e todo o resto das crueldades também foram seguidas, ela não sofreu nenhum tipo de violência sexual, a perícia concluiu que ela também foi morta com pequenas cargas de choque elétrico DC com uma corrente de 30mA aplicados diretamente em seu coração, através de orifícios feitos por um objeto cortante em seu peito, por onde foram inseridas as já citadas cordas de contra baixo e os choques foram aplicados também em suas orelhas até que seus tímpanos começassem a sangrar.

Acho que seria melhor para todos, se eu me afastasse deste caso, pois estou começando a me perder em meus próprios pensamentos e minha mente já não é mais um local seguro, nem mesmo para mim.

Nesse momento, começo a duvidar de minhas capacidades de prendê-lo.

Continua....

Eduardo Perez
Enviado por Eduardo Perez em 02/11/2016
Reeditado em 02/11/2016
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