O BAIXISTA (Quarto Ato) (Vanessa)

12/07 12+07=19-15=04 mais uma data com números com o mesmo resultado e mais um crime bárbaro, mais uma mulher morta com requintes de muita crueldade, Vanessa era seu nome, longos cabelos negros e cacheados, pele branca, muito bonita a exemplo das outras.

O que leva alguém a fazer uma coisa assim?

Qual o motivo das cordas e partituras?

Os relógios?

O que tudo isso quer dizer?

E depois de tudo isso e em apenas 4 meses, ele desapareceu completamente.

Mas, continua presente em minha vida e em minha mente, como se fizesse parte de alguma coisa muito errado que tenha feito antes.

Aposentado aos 40 anos, por falta de capacidade emocional, hoje passo meus dias trancado em meu quarto em uma clínica especializada no tratamento de pessoas que nem sempre estão com suas mentes tão perturbadas quanto a minha.

Fui considerado um risco para mim e para as outras pessoas e foi de extrema necessidade ocorrer a minha internação hospitalar involuntário.

Passo meus dias tentando esquecer o que me parece ser tão inesquecível, mesmo sabendo que ninguém aqui faz a menor ideia de quem eu fui, sou e/ou deixei de ser.

Perco-me em pensamentos confusos ou pouco claros, alucinações auditivas, diminuição da interação social e da expressão de emoções e falta de motivação.

Em 15/04/1452 em Achiano na província de Florença, Itália, nascia Leonardo da Vinci, entre meus delírios e meus vários remédios antipsicóticos continuo tentando entender essas datas e todo o resto, mas, quanto mais eu penso, menos entendo, assim como na madrugada de 15/04/1912 o incrível Titanic estava afundando no mar gélido e às vezes sonho que estou em um grande show tocando contra baixo, onde sou brutalmente atacado pelas quatro mulheres que nunca cheguei a conhecer e mesmo assim, cada uma delas leva um pedaço de mim.

Lembro-me de uma única certeza que tenho, que em sua mente psicopata, não havia espaço para arrependimentos, sobravam ironias, provocações e dicas direcionadas a minha pessoa, como se ele quisesse ser pego, ou apenas estava disputando um jogo macabro contra mim.

Jogo este, que nunca quis fazer parte, mas infelizmente, alem de ser o oponente deste maníaco assassino, sou o “jogador” que até hoje convive com o sentimento de ter sido derrotado.

Não existe mais nada que eu possa dizer a mim mesmo ou a qualquer pessoa que me faça algum sentido, encontro-me nesse momento de minha vida, em um estado emocional de total incapacidade de distinguir o que é ou não real.

Não sou capaz de afirmar a ninguém se realmente fui um renomado detetive da Policia, ou se fui simplesmente. O BAIXISTA...

Eduardo Perez
Enviado por Eduardo Perez em 02/11/2016
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